quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Estar distante de Deus é estar distante de si mesmo,

Estar distante de Deus é estar distante de si mesmo,
diz Papa

Liliane Borges
Canção Nova Notícias

"Fé e razão não se contradizem, é a distância de Deus que afasta o homem de si mesmo". Estar distante de Deus é estar distante de si mesmo", declarou Bento XVI nesta quarta feira, 30, durante a Audiência Geral.O Santo Padre, pela terceira vez consecutiva, falou sobre Santo Agostinho, o Bispo de Ippona. Sublinhou os seus escritos sobre Fé e Razão, afirmando ser um "tema central para o equilíbrio e destino do ser humano".Aos 7 mil peregrinos reunidos na Sala Paulo VI Bento XVI recordou a necessidade de "harmonia" entre fé e razão, pois Deus não está distante do homem, pelo contrário, está próximo do seu coraçao e de sua razão.O Papa recordou o servo de Deus João Paulo II que constantemente se indagava sobre "o que Santo Agostino teria a dizer aos homens de hoje?"E a resposta foi dada pelo próprio João Paulo II: "os homens precisam ser reconduzidos à verdade e esperança". Segundo o Pontífice esta resposta é totalmente atual aos nossos dias: "Agostinho fez uma experiência pessoal com Jesus, e isto mudou a sua vida", esta experiência pode ser feita por todos os homens e mulheres do nosso tempo, concluiu Bento XVI.No final da Audiência, o Papa cumprimentou a Delegação Ecumênica, composta por Bispos Católicos e Protestantes, acompanhada da Comunidade de Santo Egídio, que comemora 40 anos de sua fundação na próxima sexta-feira.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2008

Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2008
Da Redação, com Ecclesia
Foi divulgada nesta manhã, 29, no Vaticano, a Mensagem do Santo Padre, o Papa Bento XVI, para a Quaresma de 2008. A apresentação foi feita pelo Cardeal Paul Josef Cordes, Presidente do Conselho Pontifício "Cor Unum", de Dom Karel Kasteel e Dom Giovanni Pietro Dal Toso, secretário e subsecretário do mesmo Conselho, e de Hans-Peter Röthlin, presidente da organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre.A Quaresma oferece-nos, todos os anos, uma oportunidade de redescobrir a misericórdia de Deus tornando-nos, assim, mais misericordiosos com os irmãos. A Igreja tem o cuidado de propor alguns compromissos que ajudem os fiéis neste processo de renovação interior. Na mensagem deste ano, Bento XVI propõe a prática da esmola, uma forma concreta de socorrer quem se encontra em necessidade. "A esmola ajuda-nos a vencer esta incessante tentação (idolatrar as riquezas materiais), educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos", destacou o Papa em sua mensagem.A Quaresma é o tempo do Ano Litúrgico preparatório da Páscoa, a grande celebração do mistério da Salvação pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. Na atual disciplina litúrgica, vai da Quarta-Feira de Cinzas até Quinta-Feira Santa, excluindo a Missa da Ceia do Senhor, que já pertence ao Tríduo Pascal. Surgiu no séc. IV, a seguir à paz de Constantino, quando multidões de pagãos quiseram entrar na Igreja. Duas instituições a ela estão ligadas: a penitência pública e o catecumenado, daí o seu carácter penitencial e batismal.Leia a Mensagem da íntegra:
Olhar os pobres na Quaresma"Cristo fez-Se pobre por vós" (cf. 2 Cor 8, 9)
Queridos irmãos e irmãs!1. Todos os anos, a Quaresma oferece-nos uma providencial ocasião para aprofundar o sentido e o valor do nosso ser de cristãos, e estimula-nos a redescobrir a misericórdia de Deus a fim de nos tornarmos, por nossa vez, mais misericordiosos para com os irmãos. No tempo quaresmal, a Igreja tem o cuidado de propor alguns compromissos específicos que ajudem, concretamente, os fiéis neste processo de renovação interior: tais são a oração, o jejum e a esmola. Este ano, na habitual Mensagem quaresmal, desejo deter-me sobre a prática da esmola, que representa uma forma concreta de socorrer quem se encontra em necessidade e, ao mesmo tempo, uma prática ascética para se libertar da afeição aos bens terrenos. Jesus declara, de maneira peremptória, quão forte é a atração das riquezas materiais e como deve ser clara a nossa decisão de não as idolatrar, quando afirma: «Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Lc 16, 13). A esmola ajuda-nos a vencer esta incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. Tal é a finalidade das coletas especiais para os pobres, que são promovidas em muitas partes do mundo durante a Quaresma. Desta forma, a purificação interior é corroborada por um gesto de comunhão eclesial, como acontecia já na Igreja primitiva. São Paulo fala disto mesmo quando, nas suas Cartas, se refere à colecta para a comunidade de Jerusalém (cf. 2 Cor 8-9; Rm 15, 25-27).2. Segundo o ensinamento evangélico, não somos proprietários mas administradores dos bens que possuímos: assim, estes não devem ser considerados propriedade exclusiva, mas meios através dos quais o Senhor chama cada um de nós a fazer-se intermediário da sua providência junto ao próximo. Como recorda o Catecismo da Igreja Católica, os bens materiais possuem um valor social, exigido pelo princípio do seu destino universal (cf. n. 2403).É evidente, no Evangelho, a admoestação que Jesus faz a quem possui e usa só para si as riquezas terrenas. À vista das multidões carentes de tudo, que passam fome, adquirem o tom de forte reprovação estas palavras de São João: «Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus?» (1 Jo 3, 17). Entretanto, este apelo à partilha ressoa, com maior eloquência, nos Países cuja população é composta, na sua maioria, por cristãos, porque é ainda mais grave a sua responsabilidade face às multidões que penam na indigência e no abandono. Socorrê-las é um dever de justiça, ainda antes de ser um gesto de caridade.3. O Evangelho ressalta uma característica típica da esmola cristã: deve ficar escondida. «Que a tua mão esquerda não saiba o que fez a direita», diz Jesus, «a fim de que a tua esmola permaneça em segredo» (Mt 6, 3-4). E, pouco antes, tinha dito que não devemos vangloriar-nos das nossas boas ações, para não corrermos o risco de ficar privados da recompensa celeste (cf. Mt 6, 1-2). A preocupação do discípulo é que tudo seja para a maior glória de Deus. Jesus admoesta: «Brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai que está nos Céus» (Mt 5, 16). Portanto, tudo deve ser realizado para glória de Deus, e não nossa. Queridos irmãos e irmãs, que esta consciência acompanhe cada gesto de ajuda ao próximo evitando que se transforme num meio nos pormos em destaque. Se, ao praticarmos uma boa ação, não tivermos como finalidade a glória de Deus e o verdadeiro bem dos irmãos, mas visarmos antes uma compensação de interesse pessoal ou simplesmente de louvor, colocamo-nos fora da lógica evangélica. Na moderna sociedade da imagem, é preciso redobrar de atenção, dado que esta tentação é frequente. A esmola evangélica não é simples filantropia: trata-se antes de uma expressão concreta da caridade, virtude teologal que exige a conversão interior ao amor de Deus e dos irmãos, à imitação de Jesus Cristo, que, ao morrer na cruz, Se entregou totalmente por nós. Como não agradecer a Deus por tantas pessoas que no silêncio, longe dos refletores da sociedade mediática, realizam com este espírito generosas acções de apoio ao próximo em dificuldade? De pouco serve dar os próprios bens aos outros, se o coração se ensoberbece com isso: tal é o motivo por que não procura um reconhecimento humano para as obras de misericórdia realizadas quem sabe que Deus «vê no segredo» e no segredo recompensará.4. Convidando-nos a ver a esmola com um olhar mais profundo que transcenda a dimensão meramente material, a Escritura ensina-nos que há mais alegria em dar do que em receber (cf. Act 20, 35). Quando agimos com amor, exprimimos a verdade do nosso ser: de facto, fomos criados a fim de vivermos não para nós próprios, mas para Deus e para os irmãos (cf. 2 Cor 5, 15). Todas as vezes que por amor de Deus partilhamos os nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude de vida provém do amor e tudo nos retorna como bênção sob forma de paz, satisfação interior e alegria. O Pai celeste recompensa as nossas esmolas com a sua alegria. Mais ainda: São Pedro cita, entre os frutos espirituais da esmola, o perdão dos pecados. «A caridade – escreve ele – cobre a multidão dos pecados» (1 Pd 4, 8). Como se repete com frequência na liturgia quaresmal, Deus oferece-nos, a nós pecadores, a possibilidade de sermos perdoados. O facto de partilhar com os pobres o que possuímos, predispõe-nos para recebermos tal dom. Penso, neste momento, em quantos experimentam o peso do mal praticado e, por isso mesmo, se sentem longe de Deus, receosos e quase incapazes de recorrer a Ele. A esmola, aproximando-nos dos outros, aproxima-nos de Deus também e pode tornar-se instrumento de autêntica conversão e reconciliação com Ele e com os irmãos.5. A esmola educa para a generosidade do amor. São José Bento Cottolengo costumava recomendar: «Nunca conteis as moedas que dais, porque eu sempre digo: se ao dar a esmola a mão esquerda não há de saber o que faz a direita, também a direita não deve saber ela mesma o que faz » (Detti e pensieri, Edilibri, n. 201). A este propósito, é muito significativo o episódio evangélico da viúva que, da sua pobreza, lança no tesouro do templo «tudo o que tinha para viver» (Mc 12, 44). A sua pequena e insignificante moeda tornou-se um símbolo eloquente: esta viúva dá a Deus não o supérfluo, não tanto o que tem como sobretudo aquilo que é; entrega-se totalmente a si mesma.Este episódio comovedor está inserido na descrição dos dias que precedem imediatamente a paixão e morte de Jesus, o Qual, como observa São Paulo, fez-Se pobre para nos enriquecer pela sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9); entregou-Se totalmente por nós. A Quaresma, nomeadamente através da prática da esmola, impele-nos a seguir o seu exemplo. Na sua escola, podemos aprender a fazer da nossa vida um dom total; imitando-O, conseguimos tornar-nos disponíveis para dar não tanto algo do que possuímos, mas darmo-nos a nós próprios. Não se resume porventura todo o Evangelho no único mandamento da caridade? A prática quaresmal da esmola torna-se, portanto, um meio para aprofundar a nossa vocação cristã. Quando se oferece gratuitamente a si mesmo, o cristão testemunha que não é a riqueza material que dita as leis da existência, mas o amor. Deste modo, o que dá valor à esmola é o amor, que inspira formas diversas de doação, segundo as possibilidades e as condições de cada um.6. Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma convida-nos a «treinar-nos» espiritualmente, nomeadamente através da prática da esmola, para crescermos na caridade e nos pobres reconhecermos o próprio Cristo. Nos Actos dos Apóstolos, conta-se que o apóstolo Pedro disse ao coxo que pedia esmola à porta do templo: «Não tenho ouro nem prata, mas vou dar-te o que tenho: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda» (Act 3, 6). Com a esmola, oferecemos algo de material, sinal do dom maior que podemos oferecer aos outros com o anúncio e o testemunho de Cristo, em cujo nome temos a vida verdadeira. Que este período se caracterize, portanto, por um esforço pessoal e comunitário de adesão a Cristo para sermos testemunhas do seu amor. Maria, Mãe e Serva fiel do Senhor, ajude os crentes a regerem o «combate espiritual» da Quaresma armados com a oração, o jejum e a prática da esmola, para chegarem às celebrações das Festas Pascais renovados no espírito. Com estes votos, de bom grado concedo a todos a Bênção Apostólica.Vaticano, 30 de Outubro de 2007.BENEDICTUS PP. XVI

sábado, 26 de janeiro de 2008

Papa preside solenidade da conversão de São Paulo Apóstolo

Papa preside solenidade da conversão de São Paulo Apóstolo
Rádio Vaticano
O Santo Padre presidiu na tarde desta sexta-feira, na Basílica papal de São Paulo fora dos Muros, às Vésperas da Solenidade da Conversão de São Paulo Apóstolo. Todos os anos, neste dia, o Papa preside à conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, celebrada, sobretudo, na Europa.Partindo do acontecimento bíblico da conversão de São Paulo, o Apóstolo dos Gentios, o Pontífice pronunciou sua homilia referindo-se à conclusão da Semana de Oração, momento que nos torna mais cientes da obra de recomposição da unidade, que exige energia e esforço cristão: "A unidade com Deus e com os nossos irmãos e irmãs é um dom que vem do Alto, que brota da comunhão do amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Através desta comunhão a unidade cresce e se aperfeiçoa".A seguir, o Papa de Roma recordou o tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos deste ano: “Orai sem cessar”, uma exortação que São Paulo fazia à comunidade cristã de Tessalônica. Trata-se, porém, de uma recomendação sempre atual, mesmo após 100 anos da criação da Semana de Oração, por obra do Padre Paul Wattson, afirmou o Pontífice.Além da Semana de Oração, muitas comunidades religiosas e monacais rezam e convidam a rezar, constantemente, pela unidade dos cristãos.Bento XVI concluiu sua homilia, agradecendo a presença de representantes de outras Igrejas e Confissões Cristãs, presentes no rito de conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, entre os quais o pastor Samuel Kobia, Secretário Geral do Conselho Mundial das Igrejas, e o Grupo Misto de Trabalho.O Grupo Misto, explicou o Papa, é um instrumento de cooperação entre a Igreja Católica e o Conselho Mundial das Igrejas, que trabalha conjuntamente em busca da unidade.Por fim, o Santo Padre recordou aos presentes na Basílica de São Paulo fora dos Muros, que no próximo dia 28 de junho, terá início o ano dedicado ao testemunho e ensinamento do Apóstolo São Paulo.A propósito, o Papa faz votos de que seu incansável fervor, para a construção e unidade do Corpo de Cristo, nos ajude a rezar, incessantemente, pela plena unidade de todos os cristãos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Vaticano promove Campanha Mundial contra o Aborto

Vaticano promove Campanha Mundial contra o Aborto

Da Redação, com Rádio Vaticano
O Vaticano começará pela América Latina, uma campanha mundial para promover uma moratória do aborto, explicou, em entrevista ao jornal italiano "La Repubblica", o presidente do Pontifício Conselho para a Família, o cardeal colombiano Alfonso López Trujillo.O Cardeal Trujillo será o enviado do Vaticano, para explicar aos chefes de Estado e de Governo sua iniciativa, e dará início à sua missão na América Latina, de onde prosseguirá para a América do Norte, África, Ásia e, finalmente, Europa.O "tour mundial", como o chama o diário romano, pretende conseguir uma resolução das NN.UU., para uma moratória sobre o aborto, como a que foi votada no dia 18 de dezembro passado, sobre a pena de morte, acrescentou o purpurado."A campanha sobre o aborto, cuja data de início ainda não foi estabelecida, tornou-se necessária porque existe muita confusão a respeito do assunto, principalmente entre os católicos", explicou o Cardeal.O cardeal assegura que a iniciativa não se dirige especificamente a nenhum país em especial, mas pretende chamar a atenção para um drama que toca as consciências de todos. Assegurou ainda, que a Igreja não quer criar polêmica, mas só pretende dar a conhecer a doutrina católica sobre o direito à vida."Começaremos na América Latina e encontraremos governos de todas as ideologias, mesmo marxistas e socialistas, porque o aborto não é um problema italiano ou europeu, mas mundial, e a Santa Sé quer erradicá-lo", sublinhou.O "tour" servirá também, para mostrar a posição da Igreja Católica "sobre todos os aspectos relacionados com a defesa da vida, inclusive a fecundação", acrescentou.O Cardeal explicou que a Igreja Católica rejeita o aborto, mesmo em caso de grave perigo para a mãe e, nesses casos, se deve fazer todo o possível para salvar as duas vidas.A proposta de uma moratória do aborto foi lançada pelo polêmico jornalista italiano, da chamada corrente "teocon", Giuliano Ferrara, através do jornal que dirige, "Il Foglio". O Vaticano se dispôs imediatamente a promovê-la.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Papa pede que não faltem comunicadores corajosos e fiéis a Cristo

Papa pede que não faltem comunicadores corajosos e fiéis a Cristo

O Vaticano apresentou hoje, 24 a mensagem de Bento XVI para o 42º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que este ano terá como tema: "Os meios de Comunicação Social: na encruzilhada entre protagonismo e serviço. Procurar a verdade para partilhá-la". O tema foi revelado em outubro do ano passado pela sala de imprensa da Santa Sé. Segundo comunicado do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, o Papa pretende "convidar a uma reflexão sobre o papel dos meios de comunicação" tendo em vista "o risco, sempre presente, de que os mesmos se tornem referências de si próprios e não mais, ou não só, instrumentos da verdade".O Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 2008 será celebrado a 4 de Maio, é a única celebração mundial decidida pelo Concílio Vaticano II ("Inter Mirifica", 1963), sendo celebrada na maioria dos países no Domingo que antecede a Solenidade de Pentecostes. A data escolhida para a publicação da mensagem (24 de Janeiro), é dedicada a memória litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro das comunicações sociais.Em sua mensagem Bento XVI destaca a importância dos Meios de Comunicação para a vida de cada pessoa e da sociedade e a responsabilidade que eles tem em "promover o respeito pela família, ilustrar as suas expectativas e os seus direitos, e de pôr em evidência a sua beleza''
Bento XVI disse também que os meios de comunicação "contribuíram de modo decisivo para a alfabetização e a socialização, como também para o avanço da democracia e do diálogo entre os povos", mas observou que correm o risco de se "transformarem em sistemas que visam submeter o homem a lógicas ditadas pelos interesses predominantes de momento. É o caso de uma comunicação usada para fins ideológicos ou para a venda de produtos de consumo mediante uma publicidade obsessiva. Com o pretexto de se apresentar a realidade, de facto tende-se a legitimar e a impor modelos errados de vida pessoal, familiar ou social"."É preciso evitar que os meios de comunicação se tornem o megafone do materialismo económico e do relativismo ético, verdadeiras pragas do nosso tempo", disse o Papa. E ressaltou "O homem tem sede de verdade, anda à procura da verdade; demonstram-no nomeadamente a atenção e o sucesso registados por muitas publicações, programas ou filmes de qualidade, onde são reconhecidas e bem apresentadas a verdade, a beleza e a grandeza da pessoa, incluindo a sua dimensão religiosa. Jesus disse: «Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará» (Jo 8, 32)."Invocamos o Espírito Santo para que não faltem comunicadores corajosos e testemunhas autênticas da verdade que, fiéis ao mandato de Cristo e apaixonados pela mensagem da fé, «saibam tornar-se intérpretes das exigências culturais contemporâneas, comprometendo-se a viver esta época da comunicação, não como um tempo de alienação e de confusão, mas como um período precioso para a investigação da verdade e para o desenvolvimento da comunhão entre as pessoas e entre os povos» (João Paulo II, Discurso no Congresso Parábolas mediáticas, 9 de Novembro de 2002).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Missa nos EUA incentiva católicos a lutar contra o aborto

Missa nos EUA incentiva católicos a lutar contra o aborto


Ziza Pereira Canção Nova Notícias, EUA
Canção Nova
Santuário Imaculada Conceição em Atlanta
Nesta última terça-feira, o Santuário da Imaculada Conceição, em Atlanta, no estado da Georgia – EUA, ficou repleta por fiéis que através das suas orações expressavam o seu amor à vida e aos princípios que se mantém vivos em seus corações. A missa contou também com a presençaa do arcebispo de Atlanta, Dom Wilton Gregory, o Bispo emérito, Dom Donoghue, e dezenas de sacerdotes. Dom Wilton Gregory, presidente da celebração, convocou os católicos, "a não ficarem de braços cruzados, a não agirem com indiferença à calamidade que hoje acontece no país, que é essa cultura de morte, pois Deus é o Deus da vida!"O motivo da celebração foi a memória às criancas não-nascidas nesses 35 anos de aborto legalizado pela corte suprema no país. É estimado que mais de 50 milhões de abortos tenham sido realizados nesses 35 anos, que hoje seria um sexto da população norte-americana. Nos Estados Unidos, além de ser considerado direito a prática do aborto, toda mulher tem o serviço sem custos, garantido pelo governo, e o tempo de gestação para a prática varia em cada Estado, mas vale ressaltar que em muitos deles é permitido que se faça até os nove meses de gestação.A postura dos católicos americanos nesses dias é de oração e conscientização. Em entrevista para a TV Canção Nova, Dom Donoghue comenta ainda sobre as eleições, dizendo que "é impossivel um bom católico apoiar politicos que são a favor do aborto, isso é ir contra a nossa fé".

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Programação dedicada a São Paulo Apóstolo é apresentada no Vaticano

Programação dedicada a São Paulo Apóstolo é apresentada no Vaticano
Cristiane MonteiroCanção Nova Notícias, Roma
Na celebração das primeiras vésperas da solenidade de São Pedro e São Paulo, em junho de 2007, Bento XVI, na Basílica Papal de Fora dos Muros, anunciou ao mundo inteiro a sua intenção de celebrar o Ano Paulino. Será um ano dedicado a São Paulo em ocasião dos dois mil anos do nascimento do apóstolo dos gentios.O responsável pela Basílica Paulina, Cardeal Andréa de Montezemolo, informou quais serão as atividades do ano promulgado pelo Papa. Entre elas estão as peregrinações à Tarso, à Ilha de Malta e à lugares por onde o apóstolo passou. Estão programadas grandes celebrações litúrgicas e encontros de oração ressaltando sempre o caráter ecumênico.Participam diretamente deste ano jubilar as seis dioceses do mundo que tem como patrono o apóstolos dos gentios, entre elas a grande a grande Arquidiocese de São Paulo.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Pregador do Papa: Jesus deu sentido e fecundidade à dor

Pregador do Papa: Jesus deu sentido e fecundidade à dor

II Domingo do Tempo ComumIsaías 49, 3.5-6; I Coríntios 1, 1-3; João 1, 29-34"Eis o Cordeiro de Deus!"No Evangelho, escutamos João o Batista que, apresentando Jesus ao mundo, exclama: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!". O cordeiro, na Bíblia, e em outras culturas, é o símbolo do ser inocente, que não pode causar dano a ninguém, mas só recebê-lo. Seguindo este simbolismo, a 1ª carta de Pedro chama Cristo de "o cordeiro sem mancha", que, "ultrajado, não respondia com ultrajes, e sofrendo não ameaçava com vingança". Em outras palavras, Jesus é, por excelência, o Inocente que sofre. Alguém disse que a dor dos inocentes "é a rocha do ateísmo". Depois de Auschwitz, o problema foi proposto de maneira mais aguda ainda. São incontáveis os livros escritos sobre este tema. É como se houvesse um processo em andamento e se escutasse a voz do juiz que ordena ao imputado que se levante. O imputado neste caso é Deus, a fé. O que a fé tem a responder a tudo isso? Antes de mais nada, é necessário que todos, crentes ou não, coloquem-se em uma atitude de humildade, porque se a fé não é capaz de "explicar" a dor, muito menos a razão. A dor dos inocentes é algo puro demais e misterioso como para poder esgotar-se em nossas pobres "explicações". Jesus, que certamente tinha muitas mais explicações para dar que nós, ante a dor da viúva de Naim e das irmãs de Lázaro não soube fazer nada melhor que se comover e chorar. A resposta cristã ao problema da dor inocente está contida em um nome: Jesus Cristo! Jesus não veio para dar-nos grandes explicações da dor, mas veio para tomá-la silenciosamente sobre si. Ao atuar assim, no entanto, Ele a transformou desde o interior: de sinal de maldição, fez da dor um instrumento de redenção. Mais ainda: fez dela o valor supremo, a ordem de grandeza mais elevada deste mundo. Depois do pecado, a verdadeira grandeza de uma criatura humana se mede pelo fato de levar sobre si o mínimo possível de culpa e o máximo possível de pena do próprio pecado. Não está tanto em uma ou outra coisa tomadas separadamente, isto é, ou na inocência ou no sofrimento, mas na presença contemporânea das duas coisas na mesma pessoa. Este é um tipo de sofrimento que aproxima de Deus. Só Deus, de fato, se sofre, sofre como inocente em sentido absoluto. Contudo, Jesus não deu só um sentido à dor inocente; confiou-lhe também um poder novo, uma misteriosa fecundidade. Contemplemos o que brotou do sofrimento de Cristo: a ressurreição e a esperança para todo o gênero humano. Mas olhemos o que acontece ao nosso redor. Quanta energia e heroísmo são suscitados com freqüência, em um casal, pela aceitação de um filho deficiente, prostrado durante anos! Quanta solidariedade insuspeitada em torno deles! Quanta capacidade de amor que, do contrário, seria desconhecida!O mais importante, quando se fala de dor inocente, não é explica-la, mas evitar aumentá-la com nossas ações e nossas omissões. Mas tampouco basta não aumentar a dor inocente; é necessário procurar aliviar a que existe! Ante o espetáculo de uma menina tremendo de frio que chorava de fome, um homem gritou, um dia, em seu coração a Deus: "Ó Deus! Onde estás? Por que não fazes algo por essa pequena inocente?". E Deus respondeu: "Claro que fiz algo por ela: fiz você".

Italianos lotam o Vaticano para a oração do Ângelus com Bento

Italianos lotam o Vaticano para a oração do Ângelus com Bento XVI
Da Redação
Mais de cem mil pessoas lotaram a praça de São Pedro neste domingo, ao meio-dia, para a oração mariana do Ângelus com o Papa Bento XVI. Após o Ângelus, o Papa comentou sobre a situação que o impediu de se deslocar à Universidade La Sapienza de Roma e recordou as razões que profundamente o ligam ao mundo universitário: "o amor pela busca da verdade, pelo confronto, pelo diálogo franco e respeitoso das posições recíprocas". "Obrigado a todos por esta demonstração de solidariedade", disse o Papa sorridente à multidão, que o aplaudiu calorosamente. Antes da oração das Ave-Marias, o Papa Bento XVI falou sobre a Semana de Oração pela unidde dos cristãos, que se iniciou em vários países nesta semana. "Temos todos o dever de rezar e agir para superar todas as divisões entre os cristãos, correspondendo ao desejo de Cristo 'Ut unum sint'. A oração, a conversão do coração, o reforço dos vínculos de comunhão formam a essência deste movimento espiritual que fazemos votos que possa conduzir em breve os discípulos de Cristo à celebração comum da Eucaristia, manifestação da sua plena unidade".Citando o tema bíblico proposto este ano para esta Semana ecumênica: "Rezai continuamente", Bento XVI recordou o contexto desta exortação do Apóstolo Paulo, que se dirigia à comunidade de Tessalônica que vivia no seu seio contrastes e conflitos. "Convidando à oração incessante os cristãos tessalonicenses", observou o Papa, "Paulo quer fazer compreender que é da vida nova em Cristo e no Espírito Santo que provêm a capacidade de superar o egoísmo, vivendo em paz e em união fraterna e levando cada um, de bom grado, os pesos e sofrimentos dos outros."Nunca nos devemos cansar de rezar pela unidade dos cristãos! Quando Jesus, na última Ceia, rezou para que os seus 'sejam uma só coisa', tinha em mente uma finalidade precisa: 'para que o mundo creia'. A missão evangelizadora da Igreja passa portanto pelo caminho ecumênico, o caminho da unidade de fé, do testemunho evangélico e da autêntica fraternidade".Recordando que ele próprio se deslocará, sexta-feira próxima, 25 de Janeiro, à basílica romana de São Paulo fora de muros para presidir às Vésperas solenes, Bento XVI, convidando os fiéis e unirem-se-lhe nesse momento de oração, concluiu pedindo que se invoque Maria, "a santa Mãe de Deus", para que "obtenha do Senhor para todos os seus discípulos a abundância do Espírito Santo, de tal modo que possamos alcançar a perfeita unidade, oferecendo assim o testemunho de fé e de vida de que o mundo tem urgente necessidade".Foi depois da recitação do Ângelus que Bento XVI, dirigindo-se à imensa multidão que se tinha congregado na Praça de São Pedro e imediações, referiu expressamente o convite que lhe tinha sido dirigido para intervir, quinta-feira passada, na inauguração do ano acadêmico da "Sapienza, Universidade de Roma". Assegurando a estima pessoal que o liga aos universitários romanos, o Papa exprimiu o seu pesar por ter sido levado a cancelar aquela visita, devido ao clima que se tinha criado."Ao ambiente universitário, que por longos anos foi o meu mundo, me liga o amor pela busca da verdade, pelo confronto, pelo diálogo franco e respeitador das posições recíprocas. Tudo isto é também missão da Igreja, empenhada em seguir fielmente Jesus, Mestre de vida, de verdade e de amor." Considerando-se, de certo modo, um "professor emérito", que tantos estudantes encontrou na sua vida, o Santo Padre encorajou todos os universitários a "respeitarem sempre as opiniões dos outros e a procurar, com espírito livre e responsável, a verdade e o bem".

Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Doente

Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Doente
Rádio Vaticano
"Valorizar plenamente" a coincidência proposta pelo calendário 2008 dos eventos eclesiais que prevê, entre outros, a celebração do 150º aniversário das aparições de Lourdes, na França, e o Congresso eucarístico internacional do Québec, no Canadá, em junho próximo. Foi o que pediu Bento XVI em sua Mensagem para o Dia mundial do doente, de 11 de fevereiro próximo, dia das aparições da Virgem na gruta de Massabielle. Para o pontífice, há uma "estreita ligação" entre o "Mistério eucarístico, o papel de Maria no projeto salvífico e a realidade da dor e do sofrimento do homem".De um lado, a Eucaristia que, ao contemplar o sacrifício de salvação de Cristo, estila a paz no coração de quem, embora enfermo, vive a sua dor aberto à fé. De outro lado, Nossa Senhora, considerada por quem sofre a mãe consoladora por excelência.Sobre esse vínculo espiritual entre o sacrifício de Cristo e Sua Mãe, Bento XVI baseia a Mensagem para o Dia mundial do doente 2008, tradicionalmente fixada para 11 de fevereiro, dia no qual a jovem Bernadete Soubirous viu aparecer a "Branca Senhora" numa gruta rochosa da zona rural de Lourdes.E justamente essa gruta, que se tornou um lugar de oração e um símbolo de esperança para milhões de doentes, será o centro _ até o dia 8 de dezembro deste ano _ do Jubileu pelos 150 anos das aparições da Imaculada Conceição.Meditar sobre ela _ escreve o Papa na Mensagem _ oferece aos doentes um primeiro ensinamento: "Deixar-se atrair pelo 'sim' que a uniu admiravelmente à missão de Cristo, redentor da humanidade _ afirma _ é deixar-se tomar e conduzir por suas mãos, para pronunciar, por sua vez, o próprio 'fiat' à vontade de Deus, com toda a existência entrelaçada de alegrias e tristezas, de esperanças e desilusões, consciente de que as provações, a dor e o sofrimento tornam a nossa peregrinação na terra rica de sentido".Todavia _ prossegue Bento XVI _ "não se pode contemplar Maria sem ser atraídos por Cristo", e essa ligação _ explica _ "a percebemos, de modo misterioso, no Sacramento da Eucaristia". Eis o motivo pelo qual, em Lourdes _ constata o Santo Padre _ a liturgia eucarística é uma "forte e constante evocação", junto com as freqüentes adorações ao Santíssimo Sacramento e as bênçãos aos doentes.Ademais, o tema do próximo Congresso eucarístico internacional programado em terra canadense, evidenciando a Eucaristia como "dom de Deus para a vida do mundo", chega a suscitar nos cristãos _ afirma o pontífice _ "uma atenção amorosa pelos sofredores e pelos doentes", porque a Eucaristia "impele todo fiel a fazer-se 'pão partilhado' para os outros".Portanto, "é justamente da Eucaristia" _ reflete Bento XVI _ que a pastoral da saúde "deve adquirir a força espiritual necessária para socorrer eficazmente o homem e ajudá-lo a compreender o valor salvífico do próprio sofrimento".O Papa conclui a mensagem convidando, sobretudo, a valorizar "plenamente" o que define como a "feliz coincidência" entre os 150 anos das aparições de Lourdes e o Congresso eucarístico internacional. Depois, invoca a proteção de Maria sobre aqueles que são provados pela enfermidade, sobre os agentes sanitários, sobre os agentes da pastoral da saúde, ou seja _ escreve _ sobre "todos que com efetiva dedicação se ocupam em servir, no corpo e na alma, os doentes e os necessitados".Bento XVI diz ainda que a dor, acolhida com fé, se torna a porta para entrar no mistério do sofrimento redentor de Jesus e para alcançar, com Ele, a paz e a felicidade da Sua Ressurreição.

Normas de canonização

Cardeal comenta novo documento sobre normas de canonização
Liliane BorgesCanção Nova Notícias, Roma
A Congregação para a Causa dos Santos, vai lançar em breve um documento simplificado sobre as normas para processos de beatificação e canonização. O documento será direcionado aos bispos e tem como objetivo os procedimentos para admissão das causas em âmbito diocesano, ou seja, na diocese na qual o candidato aos altares nasceu ou morreu.O documento contribuirá também para frisar o estilo do novo pontífice diante das causas e ritos de beatificação e canonização. Desde o início de seu pontificado, Ratzinger elevou aos altares 559 beatos e canonizou 14 bem aventurados.Atualmente existem 2,2 mil causas de beatificação do dicastério romano e serão quatro os bem aventurados canonizados no ano de 2008.O fato de serem poucos os santos para este ano não significa que os projetos sejam outros, mas sim, um maior rigor nos processos, salienta o prefeito da Congregação pela causa dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins.Assista à reportagem

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Começa hoje Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Começa hoje Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Da Redação, com Rádio Vaticano
Inicia hoje, 18, e se prolonga até o dia 25, a semana européia de Oração pela Unidade dos Cristãos. Este ano, celebra-se o centenário da iniciativa promovida pelo ministro episcopaliano estadunidense Paul Wattson, celebrada pela primeira vez em 1908, na cidade de Nova York.

No Brasil, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é realizada entre a Ascensão e o Pentecostes, este ano de 4 a 11 de maio. Na Europa, o tema da semana de oração deste ano é inspirado na passagem da carta de São Paulo aos Tessalonicenses "Orai sem cessar".
O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, inaugurou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos na tarde desta quinta-feira. A cerimônia foi realizada na Igreja das Irmãs de Santa Brígida, em Roma, com a participação de uma delegação luterana, guiada pelo bispo luterano de Turku, na Finlândia, Kari Makinen. Em entrevista à Rádio Vaticano o Cardeal Kasper afirmou que "estes cem anos foram muito ricos, sob o impulso do Espírito Santo. E esta semana de oração recebeu muita ajuda, porque o ecumenismo não é obra nossa, mas sim, do Espírito Santo e, sem ele, não é possível a unidade. Esta oração foi muito difundida nestes cem anos, e é celebrada em todo o mundo. Sobretudo, nos últimos anos, foram instituídas redes de oração entre mosteiros, comunidades espirituais, bispos, padres e leigos".Segundo Dom Kasper os cristãos de hoje estão mais unidos e, recordando um pouco da história do ecumenismo, o Cardeal explicou que o "movimento ecumênico surge, em última análise, no cenáculo, onde Jesus orou para que todos fossem uma só coisa. E ecumenismo significa realizar esta oração de Jesus. O tema deste ano sintetiza todo o movimento ecumênico dos últimos cem anos. Tema que, já nos 800, muitos santos haviam anunciado: Vincenzo Pallotti, Dom Orione... Haviam sugerido esta oração pela unidade. E hoje seguimos os sinais destes grandes santos da Igreja Católica".
Conheça os temas para cada dia da Semana de Oração
Cada dia desta semana terá um tema distinto.18 de janeiro: "Orai sem cessar". (1Tes 5,17)19 de janeiro: "Orai sem cessar". "Em todas as circunstâncias dai graças" (1Tes 5:18)20 de janeiro: "Orai sem cessar". "Corrigi os desordeiros, encorajai os tímidos, amparai os fracos e tende paciência para com todos. (1Tes 5,14)21 de janeiro: "Orai sem cessar para a justiça". " Vede que ninguém pague a outro mal por mal. Antes, procurai sempre praticar o bem entre vós e para com todos (1Tes 5,15) "22 de janeiro: "Orai sem cessar". "Tende paciência para com todos (1 Tes 5.14).23 de janeiro: "Orai sem cessar". " Vivei sempre alegres (1Tes 5,16). "24 de janeiro: "Orai, porque nós precisamos". "Sustentai os fracos (1Tes 5.14)25 de janeiro: "Orai para que sejam um. Que a paz reine entre vós (1Tes 5,13b)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Papa destaca Santo Agostinho e Unidade dos Cristãos

Papa destaca Santo Agostinho e Unidade dos Cristãos
Da Redação, com Rádio Vaticano
Prosseguindo a catequese da semana passada sobre Santo Agostinho, na audiência geral desta quarta-feira, Bento XVI referiu os últimos anos do Bispo de Hipona, quando designou o seu sucessor, Heráclio, consagrando o seu tempo ao estudo da Sagrada Escritura.“Foram anos de extraordinária atividade intelectual, mas realizou também grandes esforços de pacificação quando as tribos do sul acossaram as províncias africanas. Como ele dizia, a maior glória é vencer a guerra com a palavra, mais do que matar homens com a espada. Depois, o assédio de Hipona da parte dos Vândalos, em 429, aumentou ainda mais o desgosto de Agostinho. Na sua velhice, via desabar na sua terra o mundo da cristandade", relembrou o Papa. Não obstante tudo, permaneceu firme, confirmando os outros com a meditação dos misteriosos desígnios da Providência. Se o mundo envelhece, dizia, Cristo permanece sempre jovem. A sua casa-mosteiro abriu-se aos irmãos no episcopado que lhe pediam hospitalidade. Já perto da morte, ocupava-se apenas da recitação dos Salmos penitenciais, porque, confessava, ninguém pode enfrentar a morte sem uma adequada penitência. Morreu a 28 de Agosto de 430. O seu corpo foi traslado para a Sardenha e, por volta de 725, a Pavia, onde repousa agora. Mas nós encontramo-lo ainda vivo nos seus escritos”.Ao concluir a audiência, o Papa evocou o costumada “Oitavário de Oração pela unidade dos cristãos”, que terá início nesta sexta-feira, 18 de Janeiro. Uma iniciativa que completa 100 anos. “O tema é o convite de São Paulo aos Tessalonicenses: "Rezai sem cessar". Convite que de bom grado faço meu e dirijo a toda a Igreja. Sim, é necessário rezar incessantemente, pedindo com insistência a Deus o grande dom da unidade entre todos os discípulos do Senhor. A força inexaurível do Espírito Santo nos estimule a um sincero empenho de busca da unidade, para que possamos professar todos juntos que Jesus é o único Salvador do mundo”.Os cinco mil peregrinos que esta manhã marcaram presença na audiência geral com Bento XVI fizeram questão de manifestar o seu apoio ao Papa com aplausos e palavras de incentivo, incluindo o grito “liberdade, liberdade, liberdade”. Os presentes demonstraram assim o seu descontentamento com os acontecimentos que levaram ao adiamento da visita do Papa à universidade “La Sapienza”, o mais antigo ateneu romano.

Israel facilita vistos para comunidades cristãs

Israel facilita vistos para comunidades cristãs
Da Redação, com agências
Um comunicado da embaixada de Israel na Santa Sé anunciou que o país decidiu facilitar os vistos para a entrada de pessoas a serviço das comunidades cristãs em Israel.“Reconhecendo a importância das comunidades cristãs em Israel e com o objetivo de melhorar as relações entre Israel e a Santa Sé, as autoridades israelenses, e em particular o ministro do Interior, Meir Shitrit, propuseram algumas facilidades sobre a questão dos vistos aos eclesiásticos em Israel”, explica a embaixada.Um dos problemas dos últimos anos foi o fato de que sacerdotes ou religiosos que estavam há muitos anos em Israel não puderam regressar ao país ao terem saído por um breve período.“Serão concedidos vistos múltiplos a um restringido número de altos expoentes das igrejas cristãs”, anuncia. “Os demais funcionários receberão o visto para o regresso pedindo a autorização ao Ministério do Interior já antes de sair de Israel”, acrescenta. A embaixada anuncia que no caso dos religiosos cidadãos de países árabes a serviço das autoridades eclesiásticas em Israel, serão acelerados os procedimentos de controle. “Esta proposta representa um gesto de grande abertura e de boa vontade por parte do governo de Israel”, conclui a nota.O visto a religiosos e sacerdotes é uma das questões de negociação entre Israel e Santa Sé para a aplicação do Tratado Fundamental que ambos assinaram em 1993 e que permitiu as muitas relações diplomáticas. Essa negociação atualmente em curso afeta, contudo, os problemas relativos às propriedades eclesiásticas na Terra Santa e questões fiscais. Segundo o comunicado, serão acelerados os procedimentos para religiosos cidadãos de países árabes a serviço das autoridades ecliesiáticas em Israel.

Ano Paulino será apresentado dia 21 de janeiro

Ano Paulino será apresentado dia 21 de janeiro
Da Redação, com Rádio Vaticano
A Sala de Imprensa do Vaticano vai promover, 2ª feira, 21 de janeiro, uma coletiva para a apresentação do Ano Paulino, evento que terá início 28 de junho de 2008 e irá até 29 de junho de 2009. Na coletiva, serão anunciadas as iniciativas agendadas na Basílica Papal de São Paulo fora de muros.
.:Bento XVI anuncia ano jubilar dedicado a São PauloDurante a cerimônia será aberta na Basílica uma capela ecumênica que está em obras, para assinalar a celebração do Ano Paulino, convocado por Bento XVI. O espaço fica no local do batistério que fazia parte de uma estrutura em cruz grega, e a sua criação é interpretada como significativa no contexto do diálogo entre os cristãos.Na terça-feira, 22, na Sala de Imprensa da Santa Sé será apresentado o congresso “A lei canônica na vida da Igreja. Pesquisas e perspectivas no signo do recente magistério pontifício”, para assinalar os 25 anos da promulgação do Código de Direito Canônico.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Papa batiza 13 crianças, e explica o sentido da vida nova

Papa batiza 13 crianças, e explica o sentido da vida nova

Rádio Vaticano
“Batismo significa imersão. O Filho de Deus, que desde toda a eternidade partilha com o Pai e com o Espírito Santo a plenitude da vida, foi imerso na nossa realidade de pecadores, para nos tornar participantes da sua própria vida”: palavras de Bento XVI, na homilia deste domingo, solenidade do Batismo do Senhor, na Missa celebrada na Capela Sistina, em que procedeu ao batismo de treze crianças, todas filhos de empregados do Vaticano.Bento XVI segue assim um costume introduzido pelo seu predecessor,João Paulo II, e que desde a restauração da Capela Sistina tem lugar neste esplêndido ambiente decorado por Miguel Ângelo e por outros grandes artistas do Renascimento. Pela primeira vez, não foi este ano utilizado o altar que costumava ser instalado nesta circunstância, permitindo a celebração eucarística segundo o uso pós-conciliar, isto é, com o celebrante voltado para a assembleia, preferindo-se o altar encostado à parede de fundo da capela, isso – segundo refere um comunicado do mestre de cerimónias – “para não alterar a beleza e a harmonia desta jóia arquitectónica”. O Papa encontrou-se assim, “em alguns momentos, de costas para os fiéis, com o olhar voltado para a Cruz, orientando assim a atitude e disposição de toda a assembleia". Na homilia, o Papa, partindo da experiência da vida, contraposta à da morte, que é comum a todos nós, sublinhou que “no Batismo, o pequeno ser humano recebe uma vida nova, a vida da graça, que o torna capaz de entrar em relação pessoal com o Criador, e isto para sempre, por toda a eternidade”. Evocando que o homem é capaz de extinguir esta vida nova, com o pecado, “o qual cria uma voragem que corre o risco de nos engolir para sempre, se o Pai que está nos céus não nos estendesse a sua mão”, Bento XVI explicou nestes termos o que chamou “o mistério do batismo”:Deus quis salvar-nos indo ele próprio até ao fundo do abismo da morte, para que cada homem, mesmo quem caiu tão baixo que já nem consegue ver o céu, possa encontrar a mão de Deus para a ela se agarrar e remontar das trevas para voltar a ver a luz para a qual foi criado. “Todos sentimos, observou o Papa, todos advertimos interiormente que a nossa existência é um desejo de vida que invoca uma plenitude, uma salvação. É esta plenitude de vida que nos é dada no Baptismo.” "Jesus foi revelado como Aquele que veio batizar a humanidade no Espírito Santo: veio trazer aos homens a vida em abundância, a vida eterna, que ressuscita o ser humano e o cura inteiramente, corpo e espírito, restituindo-o ao projeto originário para o qual foi criado. O fim da existência de Cristo foi, precisamente, o de dar à humanidade a vida de Deus, o seu Espírito de amor, para que cada homem possa beber deste manancial inexaurível de salvação. O Papa sublinhou de modo muito especial a responsabilidade dos pais, apoiados pelos padrinhos, no que diz respeito à formação espiritual e cristã das crianças agora batizadas, sendo para elas “as primeiras testemunhas de uma autêntica fé em Deus!”Ao meio-dia, da janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro, na costumada alocução antes do Ângelus dominical, o Papa comentou de novo, em termos de verdadeira catequese, o Evangelho do batismo de Jesus, sublinhando que neste acontecimento teve lugar ao mesmo tempo, uma manifestação de Cristo (cristofania) e uma manifestação de Deus (teofania): tratou-se contemporaneamente de cristofania e teofania: antes de mais Jesus manifestou-se como o Cristo, termo grego que significa ungido. Ele não foi ungido com óleo à maneira dos reis e dos sumos-sacerdotes de Israel, mas sim com o Espírito Santo. Ao mesmo tempo, juntamente com o Filho de Deus apareceram os sinais do Espírito Santo e do Pai celeste.Sublinhando o sentido salvífico que assume o fato de Jesus se ter feito batizar num rito penitencial em que se associava aos pecadores, o Papa explicou que, deste modo, “Jesus começou a tomar sobre si o peso da culpa de toda a humanidade, como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.Toda a missão de Cristo se resume nisto: batizar-nos no Espírito Santo, para nos libertar da escravidão da morte e abrir-nos o céu, isto é, o acesso à vida autêntica e plena, que será sempre um novo mergulhar na vastidão do ser, ao mesmo tempo que somos pura e simplesmente inundados de alegria.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Papa faz apelo contra pobreza e insegurança e incentiva educação

Papa faz apelo contra pobreza e insegurança e
incentiva educação

Rádio Vaticano
O Papa Bento XVI recebeu hoje, 10, no Vaticano, autoridades civis da região italiana do Lácio. Participaram da audiência concedida no Vaticano, o presidente da Câmara de Roma Walter Veltroni, o presidente da Província Henrique Gasbarra e o Presidente da Região do Lácio Piero Marrazzo.O papa afirmou que a região encontra-se diante de uma autêntica e grande emergência educativa, e observou que é cada vez mais difícil propor de maneira convincente ás novas gerações sólidas certezas e critérios sobre os quais construir a própria vida.No atual contexto social e cultural, impregnado de relativismo e também de niilismo, prosseguiu Bento XVI, pais e professores muitas vezes são tentados a abdicar das próprios tarefas educativas, e dificilmente conseguem encontrar pontos seguros de referência, que os possam sustentar e guiar na missão de educadores e em toda a sua conduta de vida.Com a formação das pessoas, disse o papa, estão claramente em jogo as próprias bases da convivência e o futuro da sociedade. Por esse motivo Bento XVI quis manifestar gratidão, em particular á região do Lácio, pelo apoio oferecido aos oratórios e aos centros para a infância promovidos pelas paróquias e comunidades eclesiais, bem como pela contribuição em realizar novos complexos paroquiais nas áreas do Lácio que ainda não os possuem.Porém – acrescentou – desejaria sobretudo encorajar a um empenho convergente e de amplo alcance, através do qual as instituições civis, cada uma segundo as próprias competências, multipliquem os esforços para enfrentar a vários níveis a atual emergência educativa, inspirando-se constantemente no critério – guia da centralidade da pessoa humana.Bento XVI deixou também um alerta para os dramas das cidades modernas, em especial nas suas periferias, falando em especial da pobreza e da insegurança que afetam grande parte da população. O Papa mostrou-se preocupado com o fato da pobreza aparecer “em contextos e situações que pareciam estar imunes”. “O aumento do custo de vida, em especial o preço das habitações, as bolsas persistentes de falta de trabalho e também os salários e as pensões desadequados tornam verdadeiramente difíceis as condições de vida de muitas pessoas e famílias”, apontou. Bento XVI lembrou um caso particularmente mediático, o assassinato em Outubro de 2007 de Giovanna Reggiani, após ter sido torturada em Tor di Quinto, por um cidadão romeno. Neste contexto, aos poderes públicos foi exigida uma “obra constante e concreta” para “garantir a segurança dos cidadãos e assegurar a todos, em particular aos imigrantes, pelo menos o mínimo indispensável para uma vida honesta e digna”. O Papa assegurou que a Igreja quer estar presente “nesta difícil fronteira”, através da Cáritas e de outras organizações de voluntariado, animadas por leigos, religiosos e religiosas.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Processos de beatificação terão novas instruções

Processos de beatificação terão novas instruções
Da Redação, com Ecclesia

Em breve serão publicadas “instruções” sobre o procedimento na admissão de novos casos de beatificações e como actuar durante a fase diocesana. Esta notícia foi adiantada pelo Cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, durante uma entrevista ao jornal do Vaticano, L´Osservatore Romano.O Cardeal português, em Roma, antecipou que Bento XVI, vai, em breve, recomendar aos bispos, maior rigor na escolha dos processos dos futuros bem-aventurados da Igreja Católica.D. Saraiva Martins referiu que este documento é necessário para responder ao novo estilo introduzido por Bento XVI para os ritos de beatificação.“As comunidades vivem as beatificações numa clima de festa e alegria, pois um de seus membros é elevado à glória dos altares. Por isso, é necessário proceder ainda com mais cautela e meticulosidade”, afirmou.Depois de explicar que os processos são todos diferentes, o Cardeal sublinhou que a Congregação para as Causas dos Santos não determina os gastos do processo e assegurou que o reconhecimento da santidade, “não é visto a partir da estátua mais bonita nem o bolso mais cheio”.Existem actualmente, 2.200 causas de beatificação pendentes na Congregação.Interrogado sobre quais serão os santos e bem-aventurados em 2008, o cardeal Saraiva Martins indicou que este ano serão canonizados quatro bem-aventurados, entre eles a leiga equatoriana Narcisa de Jesús Martillo e a religiosa suíça Beranda Butler, que foi missionária no Equador e na Colômbia.Sobre o processo de beatificação de João Paulo II, afirmou que segue o seu curso e, por enquanto, não há uma data estabelecida para encerrá-lo.

Papa apresenta santo Agostinho como exemplo para a juventude

Papa apresenta santo Agostinho como exemplo para a juventude
Da Redação, com Ecclesia
Bento XVI dirigiu-se aos jovens, mostrando que apesar de as gerações mais novas se afastarem da Igreja, tal como aconteceu com Santo Agostinho, o caminho inverso pode acontecer.Esta manhã, na audiência geral das Quartas-feiras, o Papa lembrou o itinerário de vida de uma das figuras mais marcantes da história da Igreja, “Santo Agostinho deixou uma marca fortíssima na cultura Ocidental e no mundo, um modelo único na literatura ocidental e também na literatura moderna”.“À semelhança do que acontece com muitos jovens atualmente, que se afastam da Igreja e dos valores espirituais, também Santo Agostinho teve um período da sua vida de descrença”, lembrou o Papa, para logo afirmar que Agostinho foi um homem de paixão e de fé, de uma grande inteligência e de uma pressa pastoral infatigável. Um doutor e grande Santo da Igreja que é também conhecido, pela sua reputação, mesmo entre quem ignora o cristianismo.No meio de 4500 fiéis, o Papa evidenciou as características espiritual do pensamento agostiniano, considerado como algo “extraordinário e sem precedentes”.Pela sua singular relevância, Santo Agostinho teve uma vasta influência, tanto que se pode afirmar, que todo o caminho da literatura cristã, levadas a Ippona, uma cidade da África romana, onde Agostinho foi bispo entre 395 até ao ano da sua morte em 430, se desenvolveram muitos caminhos do cristianismo e da cultura ocidental.Nascido em Tagaste, a 13 de Novembro do ano 354, Agostinho tinha como pais um pagão e uma fervorosa cristã. A mãe teve uma grande influência no seu filho e o educou segundo a fé cristã, que depressa Santo Agostinho abandonou.De uma viva inteligência, “Agostinho fundou um espírito de valores e ideias que os seguintes iriam perseguir”. Nasce em Agostinho o amor pelo conhecimento, como escreve nas suas Confissões. Mesmo quando abandonou a fé eclesial, “Agostinho procurou sempre a verdade. Estava convencido que sem Jesus, a verdade não chegava”, afirma Bento XVI.O encontro com a Bíblia desapontou o jovem Agostinho pois não encontrava a superioridade da filosofia. “A ideia de uma concepção simplificada do mundo, dividida radicalmente entre o bem e o mal, atraía o jovem Agostinho, convicto de ter encontrado uma síntese da racionalidade, baseada na verdade e no amor por Cristo”.Esta racionalidade permitia-lhe continuar uma relação com uma mulher, de quem teve um filho, Adeodato, que morreu prematuramente.Com o tempo, Agostinho afastou-se da fé maniqueísta, que o desiludiu intelectualmente. Saiu de Cartagena e mudou-se para Roma, onde se encantou pelas leituras do Bispo Ambrogio, que o ajudaram a resolver as dificuldades intelectuais, do contacto com a Bíblia, que tinha em jovem.A sua conversão ao Cristianismo, ocorre a 15 de Agosto de 386, e põe fim a um “longo caminho de tormento interior”.Aos 32 anos, Agostinho foi baptizado, a 24 de Abril de 387, durante a Vigília Pascal. Agostinho ainda ruma a África, com o objectivo de praticar uma vida comum, de estilo monástico, ao serviço de Deus, mas volta a Roma, sendo ordenado sacerdote em 391, em Ippona e torna-se bispo em 395.“Agostinho foi batizado contra a sua vontade”, disse o Papa, acrescentando que não se sentia chamado à vida pastoral. “Mas depois percebeu que a vida devia ser entendida como um serviço pastoral aos outros”, acrescentou.Bento XVI lembra um Bispo exemplar, que “em pouco tempo exercitou uma vasta influência na vida da Igreja, enfrentando tendências religiosas e fortes heresias”.Agostinho morre a 28 de Agosto de 430, perto de completar 76 anos. No final da audiência, na presença de atletas da série D, do campeonato de futebol italiano, Bento XVI pediu que este desporto possa ser “um veículo de educação dos valores da honestidade, da solidariedade e da fraternidade, especialmente entre as gerações mais jovens”O Papa saudou ainda os jovens, os doentes e os jovens casais, exortando à reflexão sobre a manifestação de Jesus a todos os povos.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Papa recorda projeto de Deus para a família, na missa da Epifania


Papa recorda projeto de Deus para a família, na missa da Epifania


O elo que liga a Epifania e Pentecostes e a necessidade da coragem de uma grande esperança comprovada por um estilo de vida sóbrio, foram dois aspectos sublinhados pelo Papa na manhã deste domingo, 6 de Janeiro, na Santa Missa que presidiu na Basílica de São Pedro, na solenidade da Epifania do Senhor.Na homilia, recordando que o que se celebra neste dia é "Cristo, Luz do mundo, e a sua manifestação", Bento XVI fez notar que tal manifestação teve lugar no modo que é próprio de Deus: "uma luz humilde, ao estilo de Deus; uma chamazinha acesa na noite: um frágil recém-nascido, que balbucia os primeiros sons no silêncio do mundo..."Sublinhando "o grande projeto de Deus, de fazer da humanidade uma família", o Santo Padre recordou dois episódios dos primeiros capítulos do Gênesis que ajudam a compreender o sentido da Epifania: a aliança ("pré-histórica") de Deus com Noé e a confusão das línguas e dispersão dos povos na seqüência de "Babel" ("espécie de maldição, semelhante à expulsão do paraíso terrestre"). "É a partir daqui que inicia, com o chamamento de Abraão, a história da bênção: começa o grande projeto de Deus de fazer da humanidade uma família, mediante a aliança com um povo novo, por Ele escolhido para ser uma bênção no meio de todos os povos. Este projeto divino encontra-se ainda em curso de realização".De fato, explicou o Papa, este projeto de Deus, já plenamente revelado e realizado em Cristo, tem que ser ainda "acolhido pela história, que permanece sempre história de fidelidade da parte de Deus e, infelizmente, também de infidelidade da parte de nós homens"."Na plenitude dos tempos, Jesus Cristo veio conduzir à plenitude a aliança: é Ele próprio, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, o Sacramento da fidelidade de Deus ao seu projeto de salvação para toda a humanidade"."A chegada dos Magos do Oriente a Belém, para adorar o Messias recém-nascido é o sinal da manifestação do Rei universal aos povos e a todos os homens que procuram a verdade. É o início de um movimento oposto ao de Babel: da confusão à compreensão, da dispersão à reconciliação. Advertimos uma ligação entre a Epifania e o Pentecostes: se o Natal de Cristo, que é a Cabeça, é também o Natal da Igreja, o seu corpo, nós vemos nos Magos os povos que se agregam ao resto de Israel, prenunciando o grande sinal da Igreja poliglota, actuado pelo Espírito Santo..."O Papa convidou os fiéis a alargarem o olhar sobre a história da salvação, em toda a sua plenitude, para admirar a beleza do projeto de Deus, projeção na história do seu ser Comunhão trinitária, Amor fiel e tenaz, que de geração em geração nunca desdiz a sua aliança". É este "o mistério" de que fala São Paulo nas suas Cartas, como por exemplo na passagem da Carta aos Efésios proclamada como segunda leitura desta Missa."Este mistério constitui a esperança da história, é o mistério da bênção que deseja estender a todos os povos e a todos os seres humanos para que possam viver como irmãos e irmãs, filhos do único Pai. Está aqui a verdade sobre o homem e sobre toda a sua história… A Igreja está ao serviço deste mistério de bênção para toda a humanidade".A concluir, em jeito de aplicação concreta à vida, Bento XVI recordou situações de mal-estar que afetam a humanidade de hoje - o "intenso nevoeiro que envolve as nações", de que fala o Profeta, na primeira leitura:"De fato não se pode dizer que a globalização seja sinônimo de ordem mundial, bem ao contrário. Os conflitos pela supremacia econômica e a açambarcamento dos recursos energéticos, hídricos e das matérias primas, tornam difícil o trabalho de todos os que, a todos os níveis, se esforçam por construir um mundo justo e solidário. Ocorre uma esperança maior, que permita preferir o bem comum de todos ao luxo de poucos e à miséria de muitos".Citando a sua recente Encíclica "Spe salvi", Bento XVI recordou que "esta grande esperança não pode ser senão Deus… não um deus qualquer, mas o Deus... de rosto humano", "manifestado no Menino de Belém e no Crucificado-Ressuscitado". Só quando existe uma grande esperança, advertiu, se pode perseverar na sobriedade. Caso contrário, procura-se a felicidade na embriaguez, no supérfluo, nos excessos, e assim se destrói a si mesmo e ao mundo. "A moderação não é, então, uma regra ascética, mas também uma via de salvação para a humanidade"."Só adotando um estilo de vida sóbrio, acompanhado por um sério empenho para uma équa distribuição das riquezas, será possível instaurar uma ordem de desenvolvimento justo e sustentável. Para tal, ocorrem homens que alimentem uma grande esperança e possuam portanto muita coragem, a coragem dos Magos…"

Rádio Vaticano

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Livro de Bento XVI já vendeu 2 milhões de exemplares


Livro de Bento XVI já vendeu 2 milhões de exemplares
Da Redação, com Ecclesia


“Jesus de Nazaré”, a primeira obra assinada por Joseph Ratzinger depois da sua eleição como Papa, já vendeu mais de 2 milhões de cópias desde Abril de 2007. Ao longo de 2008, o livro será lançado em 50 países, desde a Albânia ao Japão, passando pelo Brasil, Nova Zelândia, Egipto ou Indonésia.Em Portugal, a obra foi editada pela Esfera dos Livros em finais de Outubro passado.O Papa, neste livro, procura responder às tendências do atual contexto cultural, que procuram distanciar o Jesus da história do Cristo da fé, quase ignorando as respostas "institucionais" sobre a figura central do Cristianismo.Os fatos históricos, contudo, podem estar ao serviço da fé. Em seus 10 capítulos, Bento XVI mostra-se atento aos dados da pesquisa moderna sobre Jesus e apresenta o Jesus dos Evangelhos como o verdadeiro Jesus histórico, "uma figura sensata e convincente a que podemos e devemos fazer referência com confiança e sobre a qual temos motivos para apoiar a nossa fé e a nossa vida cristã"."Acreditar que era precisamente como homem que Jesus era Deus", assinala, "vai para além das possibilidades do método histórico”. O Papa considera que no texto bíblico se encontram todos os elementos para afirmar que a personagem histórica de Jesus é também "efetivamente o Filho de Deus que veio à terra para salvar a humanidade”.Bento XVI expõe um resumo dos diversos resultados da investigação científica sobre quem era o evangelista João. Abrem-se ao leitor novos horizontes que revelam Jesus, de modo cada vez mais claro, como o “Verbo de Deus” feito homem para a nossa salvação, como o “Filho de Deus”, que veio a reconduzir a humanidade à unidade com o Pai.O Jesus que encontramos nos Evangelhos é, para o Papa, "muito mais lógico do ponto de vista histórico e também mais compreensível do que as reconstruções com que nos tivemos de confrontar nos últimos anos".Bento XVI entra na discussão à volta, numa questão, que desde logo, desperta a atenção: há uma verdadeira história de Jesus? A verdadeira história de Jesus não está na Bíblia? A figura dos Evangelhos é credível?"Eu tenho confiança nos Evangelhos", afirma, com convicção.

No 1º Ângelus do ano, Papa indica família como fundamento da paz


No 1º Ângelus do ano, Papa indica família como fundamento da paz
Rádio Vaticano


Após a Santa Missa do 1º dia do ano, neste 41º Dia Mundial da Paz, o Santo Padre rezou, juntamente com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, a primeira oração mariana do Ângelus neste 2008. Na reflexão que precedeu a oração mariana, a família, em sua íntima relação com a instauração da paz no mundo, voltou a ser o ponto central."Caros irmãos e irmãos, começamos um novo ano e faço votos de que ele seja para todos sereno e proveitoso. Confio este ano à celeste proteção de Nossa Senhora, que hoje a liturgia nos faz invocar com seu título mais antigo e mais importante: o de Mãe de Deus", destacou o Papa.
Recordando a declaração conciliar Nostra Aetate, Bento XVI, reafirma com vigor, que todos os homens fazem parte de uma só comunidade e de uma só família, e têm, todos, um fim último, que é Deus."E é justamente em nome de Maria, mãe de Deus e dos homens que, há 40 anos se celebra, no primeiro dia do ano, o Dia Mundial da Paz, que este ano chegou à sua 41ª edição. O tema que escolhi para este dia é "Família humana, comunidade de paz". O mesmo amor que constrói e mantém unida a família, célula vital da sociedade, refletiu o Papa, favorece a instauração, entre os povos da terra, de relações de solidariedade e de colaboração que devem distinguir os membros da única família humana. O Concílio Vaticano II o recorda, quando afirma que "todos os povos constituem, com efeito, uma só comunidade: têm uma só origem... e têm também um só fim último, Deus".Concluindo, o Santo Padre invocou a Virgem Santíssima, implorando sua ajuda para a obra pacificadora da Igreja, e sublinhando a celebração, neste 2008, dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos."Que Maria, Mãe do Príncipe da Paz ampare a Igreja na sua incansável obra a serviço da paz, e ajude a comunidade dos povos, que celebra neste 2008, o 60º (sexagésimo) aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem, a percorrer um caminho de autêntica solidariedade e de paz estável", rogou Bento XVI.Depois de ter agradecido todos os votos de Feliz Ano Novo, que lhe chegaram do mundo inteiro, o Papa passou a fazer suas saudações em diversas línguas. Eis o que disse em português: "A todos os peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação com votos de feliz Ano Novo, cheio das bênçãos do Céu que Jesus Cristo nos trouxe e oferece a todos!"O Pontifice encerrou pedindo a intercessão da Virgem Maria em favor da paz e respeito dos Direitos Universais do Homem.

Bento XVI pede intercessão da Virgem Maria em favor da Paz


Bento XVI pede intercessão da Virgem Maria em favor da Paz
Liliane Borges Canção Nova Notícias,Roma


O Papa Bento XVI celebrou nesta manhã a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, e convidou a todos os fiéis reunidos na Basílica Vaticana a rezarem pela Paz, recordando o Dia Mundial pela Paz celebrado hoje, 1º de janeiro.A negação dos direitos da família, que obscurece a verdade do homem ameaça os fundamentos da paz! Proclamou Bento XVI durante a homilia desta segunda-feira. Acompanhado de milhares de fiéis o Pontífice celebrou a Festa de Santa Maria Mãe de Deus e o Dia Mundial pela Paz, que tem como tema: "Família humana, comunidade de paz!"

O Santo Padre afirmou que a sociedade atual aspira viver na paz, mas que esta não é somente fruto do esforço humano ou acordos politicos, mas antes de tudo, um constante pedir a Deus por este Dom.

Lembrou que em 1948, a Assembléia Geral das Nações Unidas, publicou a Declaração Universal dos Direitos Humanos e Paulo VI inaugurou, após 20 anos, o primeiro Dia Mundial pela Paz, datas providenciais destacou o Pontífice.

Aos fiéis reunidos destacou a importância da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, recordando que este título dado a Maria é um dos mais antigos e importantes títulos com que a Virgem é recordada seja no Oriente, quanto no Ocidente. "Queridos irmãos e irmãs, exclamou Bento XVI, iniciemos este ano implorando a Benção Divina, invocando a intercessão de Maria, Mãe de Deus". Bento XVI convidou a contemplar Maria, "mãe sempre virgem do Filho unigênito do Pai", aprendendo com ela a "acolher o Menino que para nós nasceu em Belém" e reconhecendo nele "o Filho eterno de Deus", "o nosso único Salvador".Ao concluir, o Papa referiu-se a um trecho do Evangelho do dia, que sublinha que "Maria guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração", em silêncio, os acontecimentos em que Deus a tinha envolvido e observou que a palavra grega usada significa literalmente, "juntar" (pôr em conjunto) e leva a pensar num "grande mistério que é descoberto pouco a pouco".Será "na escola de Maria" que se poderá "captar com o coração aquilo que os olhos e a mente, por si só, não conseguem entender, nem podem conter"…"Queridos irmãos e irmãs, só conservando no coração, isto é, juntando os diversos elementos e encontrando a unidade de tudo o que vivemos podemos penetrar, seguindo Maria, no mistério de um Deus que, por amor, se fez homem e nos chama a segui-lo no caminho do amor. Amor que se traduz a cada dia num generoso serviço aos irmãos".Após a celebração, Bento XVI rezou a oração do
Ângelus, junto a cerca de 60 mil fiéis presentes na Praça São Pedro.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

"Quem é Deus?" Pergunta mais digitada em site de busca em 2007

"Quem é Deus?" Pergunta mais digitada em site de busca em 2007
Rádio Vaticano


A Internet como instrumento de informação religiosa e espiritual: em 2007, a pergunta mais digitada no site de pesquisas "Google" foi "Quem é Deus?"Essa pergunta foi a primeira da série de questões iniciadas por "Quem é?... Em relação à interrogação "O que é?"... o campeão absoluto em pesquisas foi "O que é o amor?"Essa é uma confirmação da presença de preocupações profundas e espirituais no mundo massificado da Internet. O relatório "Google Zeitgeist", divulgado anualmente, com base em todas as perguntas inseridas pelos internautas, no decorrer de todo o ano.Os Estados Unidos lideram os acessos da ferramenta on-line, pela simples razão de serem o país onde o acesso à Internet é mais desenvolvido. Nesse sentido, uma pesquisa do PEW Internet Project revela ainda que, nos Estados Unidos, 64% dos cidadãos utilizam a rede, com objetivos religiosos ou espirituais.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz


Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz



No dia em que a humanidade celebra o Dia Mundial da Paz - 1º de janeiro, recordamos a Mensagem do Papa Bento XVI para a ocasião, divulgada pelo Vaticano no dia 11 de dezembro de 2007. Em sua mensagem, o Santo Padre afirma que a "humanidade é uma grande família. Não é por acaso que vivemos uns ao lado dos outros, estamos percorrendo todos um mesmo caminho como homens e por isso como irmãos e irmãs". Bento XVI alertou, ainda, que "quem, mesmo inconscientemente, combate o instituto familiar, debilita a paz, porque enfraquece aquela que é efetivamente principal 'agência de paz'. (...) Tudo o que contribui para debilitar a família fundada sobre o matrimônio de um homem e uma mulher, aquilo que direta ou indiretamente refreia a sua abertura ao acolhimento responsável de uma nova vida, o que dificulta o seu direito de ser a primeira responsável pela educação dos filhos, constitui um impedimento objetivo no caminho da paz".



Confira a Mensagem na íntegra:



MENSAGEM DE SUA SANTIDADEBENTO XVIPARA A CELEBRAÇÃO DODIA MUNDIAL DA PAZ
1º DE JANEIRO DE 2008



FAMÍLIA HUMANA, COMUNIDADE DE PAZ

1. NO INÍCIO DE UM ANO NOVO, desejo fazer chegar meus ardentes votos de paz, acompanhados duma calorosa mensagem de esperança, aos homens e mulheres do mundo inteiro; faço-o, propondo à reflexão comum o tema com que abri esta mensagem e que me está particularmente a peito: Família humana, comunidade de paz. Com efeito, a primeira forma de comunhão entre pessoas é a que o amor suscita entre um homem e uma mulher decididos a unir-se estavelmente para construírem juntos uma nova família. Entretanto, os povos da terra também são chamados a instaurar entre si relações de solidariedade e colaboração, como convém em membros da única família humana: « Os homens – sentenciou o Concílio Vaticano II – constituem todos uma só comunidade; todos têm a mesma origem, pois foi Deus quem fez habitar em toda a terra o inteiro género humano (Act 17, 26); têm também todos um só fim último, Deus ».(1)




Família, sociedade e paz


2. A família natural, enquanto comunhão íntima de vida e de amor fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher,(2) constitui « o lugar primário da ‘‘humanização'' da pessoa e da sociedade »,(3) o « berço da vida e do amor ».(4) Por isso, a família é justamente designada como a primeira sociedade natural, « uma instituição divina colocada como fundamento da vida das pessoas, como protótipo de todo o ordenamento social ».(5)


3. Com efeito, numa vida familiar « sã » experimentam-se algumas componentes fundamentais da paz: a justiça e o amor entre irmãos e irmãs, a função da autoridade manifestada pelos pais, o serviço carinhoso aos membros mais débeis porque pequenos, doentes ou idosos, a mútua ajuda nas necessidades da vida, a disponibilidade para acolher o outro e, se necessário, perdoar-lhe. Por isso, a família é a primeira e insubstituível educadora para a paz. Não admira, pois, que a violência, quando perpetrada em família, seja sentida como particularmente intolerável. Deste modo, quando se diz que a família é « a primeira célula vital da sociedade »,(6) afirma-se algo de essencial. A família é fundamento da sociedade inclusivamente porque permite fazer decisivas experiências de paz. Devido a isso, a comunidade humana não pode prescindir do serviço que a família realiza. Onde poderá o ser humano em formação aprender melhor a apreciar o « sabor » genuíno da paz do que no « ninho » primordial que a natureza lhe prepara? A linguagem familiar usa um léxico de paz; aqui é necessário recorrer sempre para não perder o uso do vocabulário da paz. Na inflação das linguagens, a sociedade não pode perder a referência àquela « gramática » que cada criança aprende dos gestos e olhares da mãe e do pai, antes mesmo das suas palavras.


4. Uma vez que a família tem o dever de educar os seus membros, a mesma é titular de direitos específicos. A própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, que constitui uma aquisição de civilização jurídica de valor verdadeiramente universal, afirma que « a família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito a ser protegida pela sociedade e pelo Estado ».(7) Por seu lado, a Santa Sé quis reconhecer uma especial dignidade jurídica à família, publicando a Carta dos Direitos da Família. Lê-se no Preâmbulo: « Os direitos da pessoa, ainda que expressos como direitos do indivíduo, têm uma dimensão social fundamental, que encontra na família a sua expressão originária e vital ».(8) Os direitos enunciados na Carta são expressão e explicitação da lei natural, inscrita no coração do ser humano e que lhe é manifestada pela razão. A negação ou mesmo a restrição dos direitos da família, obscurecendo a verdade sobre o homem, ameaça os próprios alicerces da paz.


5. Deste modo quem, mesmo inconscientemente, combate o instituto familiar, debilita a paz na comunidade inteira, nacional e internacional, porque enfraquece aquela que é efectivamente a principal « agência » de paz. Este é um ponto que merece especial reflexão: tudo o que contribui para debilitar a família fundada sobre o matrimónio de um homem e uma mulher, aquilo que directa ou indirectamente refreia a sua abertura ao acolhimento responsável de uma nova vida, o que dificulta o seu direito de ser a primeira responsável pela educação dos filhos, constitui um impedimento objectivo no caminho da paz. A família tem necessidade da casa, do emprego ou do justo reconhecimento da actividade doméstica dos pais, da escola para os filhos, de assistência sanitária básica para todos. Quando a sociedade e a política não se empenham a ajudar a família nestes campos, privam-se de um recurso essencial ao serviço da paz. De forma particular os meios de comunicação social, pelas potencialidades educativas de que dispõem, têm uma responsabilidade especial de promover o respeito pela família, de ilustrar as suas expectativas e os seus direitos, de pôr em evidência a sua beleza.



A humanidade é uma grande família


6. A própria comunidade social, para viver em paz, é chamada a inspirar-se nos valores por que se rege a comunidade familiar. Isto vale tanto para as comunidades locais como nacionais; mais, vale para a própria comunidade dos povos, para a família humana que vive nesta casa comum que é a terra. Numa tal perspectiva, porém, não se pode esquecer que a família nasce do « sim » responsável e definitivo de um homem e de uma mulher e vive do « sim » consciente dos filhos que pouco a pouco entram a fazer parte dela. Para prosperar, a comunidade familiar tem necessidade do consenso generoso de todos os seus membros. É preciso que esta consciência se torne convicção partilhada também por quantos são chamados a formar a família humana comum. É necessário saber dizer o « sim » pessoal a esta vocação que Deus inscreveu na nossa própria natureza. Não vivemos uns ao lado dos outros por acaso; estamos percorrendo todos um mesmo caminho como homens e por isso como irmãos e irmãs. Desta forma, é essencial que cada um se empenhe por viver a própria vida em atitude de responsabilidade diante de Deus, reconhecendo n'Ele a fonte originária da existência própria e alheia. É subindo até este Princípio supremo que se pode perceber o valor incondicional de todo o ser humano, colocando as premissas para a edificação duma humanidade pacificada. Sem este Fundamento transcendente, a sociedade é apenas uma agregação de vizinhos, e não uma comunidade de irmãs e irmãos chamados a formar uma grande família.



Família, comunidade humana e ambiente

7. A família precisa duma casa, dum ambiente à sua medida onde tecer as próprias relações. No caso da família humana, esta casa é a terra, o ambiente que Deus criador nos deu para que o habitássemos com criatividade e responsabilidade. Devemos cuidar do ambiente: este foi confiado ao homem, para que o guarde e cultive com liberdade responsável, tendo sempre como critério orientador o bem de todos. Obviamente, o ser humano tem um primado de valor sobre toda a criação. Respeitar o ambiente não significa considerar a natureza material ou animal mais importante do que o homem; quer dizer antes não a considerar egoisticamente à completa disposição dos próprios interesses, porque as gerações futuras também têm o direito de beneficiar da criação, exprimindo nela a mesma liberdade responsável que reivindicamos para nós. Nem se hão-de esquecer os pobres, em muitos casos excluídos do destino universal dos bens da criação. Actualmente a humanidade teme pelo futuro equilíbrio ecológico. Será bom que as avaliações a este respeito se façam com prudência, no diálogo entre peritos e cientistas, sem acelerações ideológicas para conclusões apressadas e sobretudo pondo-se conjuntamente de acordo sobre um modelo de progresso sustentável, que garanta o bem-estar de todos no respeito dos equilíbrios ecológicos. Se a tutela do ambiente comporta os seus custos, estes devem ser distribuídos com justiça tendo em conta a disparidade de desenvolvimento dos vários países e a solidariedade com as futuras gerações. Prudência não significa deixar de assumir as próprias responsabilidades e adiar as decisões; significa antes assumir o empenho de decidir juntos depois de ter ponderado responsavelmente qual a estrada a percorrer, com o objectivo de reforçar aquela aliança entre ser humano e ambiente que deve ser espelho do amor criador de Deus, de Quem provimos e para Quem estamos a caminho.

8. A tal propósito, é fundamental « sentir » a terra como « nossa casa comum » e escolher, para uma gestão da mesma ao serviço de todos, a estrada do diálogo em vez de decisões unilaterais. Podem-se aumentar, se for necessário, os lugares institucionais a nível internacional, para se enfrentar conjuntamente o governo desta nossa « casa »; mas, o que mais conta é fazer maturar nas consciências a convicção da necessidade de colaborar responsavelmente. Os problemas que se desenham no horizonte são complexos e o tempo escasseia. Para fazer frente de maneira eficaz à situação, é preciso agir de comum acordo. Um âmbito onde seria particularmente necessário intensificar o diálogo entre as nações é o da gestão dos recursos energéticos do planeta. A tal respeito, uma dupla urgência preme sobre os países tecnologicamente avançados: é preciso, por um lado, rever os elevados níveis de consumo devido ao modelo actual de progresso e, por outro, providenciar adequados investimentos para a diferenciação das fontes de energia e o melhoramento da sua utilização. Os países emergentes sentem carência de energia, mas às vezes esta carência é remediada prejudicando os países pobres, que, pela insuficiência das suas infra-estruturas nomeadamente tecnológicas, se vêem obrigados a vender ao desbarato os recursos energéticos em seu poder. Às vezes a sua própria liberdade política é posta em discussão por formas de protectorado ou, em todo o caso, de condicionamento que resultam claramente humilhantes.



Família, comunidade humana e economia

9. Condição essencial para a paz nas famílias é que estas assentem sobre o alicerce firme de valores espirituais e éticos compartilhados. No entanto, é preciso acrescentar que a família experimenta autenticamente a paz quando a ninguém falta o necessário, e o património familiar – fruto do trabalho de alguns, da poupança de outros e da colaboração activa de todos – é bem gerido na solidariedade, sem excessos nem desperdício. Para a paz familiar, portanto, é necessária a abertura a um património transcendente de valores, mas, simultaneamente, há que não menosprezar a sapiente gestão quer dos bens materiais quer das relações entre as pessoas. O falimento desta componente tem como consequência a quebra da confiança recíproca devido às perspectivas incertas que passam a gravar sobre o futuro do núcleo familiar.



10. O mesmo se diga daquela grande família que é a humanidade no seu todo. De facto a família humana, que hoje aparece ainda mais interligada pelo fenómeno da globalização, além de um alicerce de valores compartilhados tem necessidade também de uma economia que corresponda verdadeiramente às exigências de um bem comum com dimensões planetárias. A referência à família natural revela-se, sob este ponto de vista também, singularmente sugestiva. Entre os indivíduos humanos e entre os povos, é preciso promover relações correctas e sinceras, que permitam a todos colaborarem num plano de paridade e justiça. Ao mesmo tempo, tem-se de trabalhar por uma sábia utilização dos recursos e uma equitativa distribuição da riqueza. De forma particular, as ajudas concedidas aos países pobres devem obedecer a critérios duma lógica económica sã, evitando desperdícios que no fim de contas resultam sobretudo do funcionamento de custosos aparelhos burocráticos. É preciso ter em devida conta também a exigência moral de fazer com que a organização económica não obedeça somente às duras leis do lucro imediato, que se podem revelar desumanas.


Família, comunidade humana e lei moral

11. Uma família vive em paz, se todos os seus componentes se sujeitam a uma norma comum: é esta que impede o individualismo egoísta e que mantém unidos os indivíduos, favorecendo a sua coexistência harmoniosa e laboriosidade para o fim comum. Tal critério, em si óbvio, vale também para as comunidades mais amplas: desde as locais passando pelas nacionais, até à própria comunidade internacional. Para se gozar de paz, há necessidade duma lei comum que ajude a liberdade a ser verdadeiramente tal, e não um arbítrio cego, e que proteja o fraco da prepotência do mais forte. Na família dos povos, verificam-se muitos comportamentos arbitrários, seja dentro dos diversos Estados seja nas relações destes entre si. Além disso, não faltam situações em que o fraco tem de inclinar a cabeça não frente às exigências da justiça mas à força nua e crua de quem possui mais meios do que ele. É preciso repeti-lo: a força há-de ser sempre disciplinada pela lei, e isto mesmo deve acontecer também nas relações entre Estados soberanos.



12. Sobre a natureza e a função da lei, já muitas vezes se pronunciou a Igreja: a norma jurídica que regula as relações das pessoas entre si, disciplinando os comportamentos externos e prevendo também sanções para os transgressores, tem como critério a norma moral assente na natureza das coisas. A razão humana, por sua vez, é capaz de discerni-la, pelo menos nas suas exigências fundamentais, subindo assim até à Razão criadora de Deus que está na origem de todas as coisas. Esta norma moral deve regular as opções das consciências e guiar todos os comportamentos dos seres humanos. Existirão normas jurídicas para as relações entre as nações que formam a família humana? E, se existem, serão operativas? Eis a resposta: sim, as normas existem, mas para fazer com que sejam verdadeiramente operativas é preciso subir até à norma moral natural como base da norma jurídica; de contrário, esta fica à mercê de frágeis e provisórios consensos.

13. O conhecimento da norma moral natural não está vedado ao homem que entre em si mesmo e, tendo diante dos olhos o próprio destino, se interrogue sobre a lógica interna das mais profundas inclinações presentes no seu ser. Embora com perplexidades e incertezas, ele pode chegar a descobrir, pelo menos nas suas linhas essenciais, esta lei moral comum que, independentemente das diferenças culturais, permite aos seres humanos entenderem-se entre si quanto aos aspectos mais importantes do bem e do mal, do justo e do injusto. É imprescindível subir até esta lei fundamental, empenhando nesta pesquisa as nossas melhores energias intelectuais sem deixar-se desanimar por equívocos nem confusões. Com efeito, valores radicados na lei natural estão presentes, ainda que de forma fragmentária e nem sempre coerente, nos acordos internacionais, nas formas de autoridade universalmente reconhecidas, nos princípios do direito humanitário recebido nas legislações dos diversos Estados ou nos estatutos dos organismos internacionais. A humanidade não está « sem lei ». É urgente, porém, prosseguir o diálogo sobre estes temas, favorecendo a convergência das próprias legislações dos diversos Estados sobre o reconhecimento dos direitos humanos fundamentais. O crescimento da cultura jurídica no mundo depende, para além do mais, do esforço de tornar as normas internacionais sempre substanciosas de conteúdo profundamente humano, para evitar a sua redução a procedimentos facilmente contornáveis por motivos egoístas ou ideológicos.


Superação dos conflitos e desarmamento

14. A humanidade vive hoje, infelizmente, grandes divisões e fortes conflitos que lançam densas sombras sobre o seu futuro. Temos vastas áreas do planeta envolvidas em tensões crescentes, enquanto o perigo de se multiplicarem os países detentores de armas nucleares cria motivadas apreensões em toda a pessoa responsável. Há ainda muitas guerras civis no continente africano, embora também se tenham registado em vários dos seus países progressos na liberdade e na democracia. O Médio Oriente continua a ser teatro de conflitos e atentados, que não deixam de influenciar nações e regiões limítrofes com o risco de arrastá-las na espiral da violência. A nível mais geral, há que registar, com tristeza, um número maior de Estados envolvidos na corrida aos armamentos: temos até nações em vias de desenvolvimento que destinam uma quota importante do seu magro produto interno para a compra de armas. Neste funesto comércio, são muitas as responsabilidades: há os países do mundo industrialmente desenvolvido que arrecadam avultados lucros da venda de armas e temos as oligarquias reinantes em muitos países pobres que pretendem reforçar a sua posição com a aquisição de armas cada vez mais sofisticadas. Em tempos tão difíceis, é verdadeiramente necessária a mobilização de todas as pessoas de boa vontade para se encontrar acordos concretos que visem uma eficaz desmilitarização, sobretudo no campo das armas nucleares. Nesta fase em que o processo de não proliferação nuclear marca passo, sinto-me no dever de exortar as Autoridades a retomarem, com mais firme determinação, as conversações em ordem ao desmantelamento progressivo e concordado das armas nucleares existentes. Ao renovar este apelo, sei que dou voz a um desejo compartilhado por quantos têm a peito o futuro da humanidade.

15. Há sessenta anos, a Organização das Nações Unidas tornava pública, de maneira solene, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948-2008). Com tal documento, a família humana reagia aos horrores da II Guerra Mundial, reconhecendo a sua própria unidade assente na igual dignidade de todos os homens e pondo, no centro da convivência humana, o respeito pelos direitos fundamentais dos indivíduos e dos povos: tratou-se de um passo decisivo no árduo e empenhativo caminho da concórdia e da paz. Merece também menção especial a passagem do 25º aniversário da adopção pela Santa Sé da Carta dos Direitos da Família (1983-2008), bem como o 40º aniversário da celebração do primeiro Dia Mundial da Paz (1968-2008). Fruto duma providencial intuição do Papa Paulo VI, retomada com grande convicção pelo meu amado e venerado predecessor, Papa João Paulo II, a celebração deste Dia proporcionou ao longo dos anos a possibilidade de a Igreja desenvolver, através das Mensagens publicadas para tal circunstância, uma doutrina elucidativa em defesa deste bem humano fundamental. É precisamente à luz de tais significativas comemorações que convido todo o homem e toda a mulher a tomarem consciência mais lúcida da sua pertença comum à única família humana e a empenharem-se por que a convivência sobre a terra espelhe cada vez mais esta convicção da qual depende a instauração de uma paz verdadeira e duradoura. Em seguida, convido os crentes a implorarem de Deus, sem se cansar, o grande dom da paz. Os cristãos, por seu lado, sabem que podem confiar-se à intercessão d'Aquela que, sendo Mãe do Filho de Deus encarnado para a salvação da humanidade inteira, é Mãe comum.


A todos desejo um Ano Novo feliz!
Vaticano, 8 de Dezembro de 2007.BENEDICTUS PP. XVI