domingo, 28 de dezembro de 2008

Bento XVI destaca Sagrada Família de Nazaré

Bento XVI destaca Sagrada Família de Nazaré

Da Redação, com Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI aparece, esta manhã, 28, ao meio-dia, à janela de seu gabinete de trabalho, no último andar da Residência Apostólica, para rezar a oração do Ângelus, com os peregrinos e fiéis reunidos na Praça São Pedro.

Apesar do tempo chuvoso e do frio na capital italiana, foram numerosos os participantes, provenientes da Itália e de outros países, no encontro mariano com o Papa, neste último domingo do ano, dedicado à Sagrada Família.

Na mensagem dominical, que precedeu a oração mariana, o Santo Padre refletiu sobre a Sagrada Família de Nazaré, num contexto mais do que apropriado, pois o Natal é a festa da Família por excelência, como pudemos constatar nestes dias natalinos. E o Papa explicou:

"Jesus quis nascer e crescer numa família humana; teve a Virgem Maria como Mãe e José como pai, que o educaram com imenso amor. Eis porque a família de Jesus merece ser chamada 'santa', totalmente imbuída do desejo de cumprir a vontade de Deus, encarnada na adorável presença de Jesus."

O Santo Padre também destacou que "esta é uma família como todas as outras: modelo de amor conjugal, de colaboração, de sacrifício, de confiança na Providência divina, de trabalho e de solidariedade. Trata-se de uma família que mantém e promove todos os valores do núcleo familiar, contribuindo para a formação do tecido da sociedade".

O Papa, por outro lado, enfatizou que "a Família de Nazaré é única, diversa de todas as outras, pela sua vocação singular, ligada à missão do Filho de Deus. Eis porque, hoje, agradecemos a Deus, mas também à Virgem Maria e a São José, que com tanta fé e disponibilidade cooperaram com o desígnio salvífico do Senhor".

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Documento reafirma compromisso de católicos e muçulmanos pela paz

Documento reafirma compromisso de católicos e muçulmanos pela paz

Da Redação, com Ecclesia


Católicos e muçulmanos devem estar juntos na luta contra o fanatismo religioso e o radicalismo. Este foi o apelo do documento final, divulgado hoje, 17, do XI Encontro de líderes religiosos católicos e muçulmanos, reunidos desde segunda-feira, 15, em Roma. O evento foi promovido pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso e pela World Islamic Call Society (WICS), uma organização mulçumana com sede em Trípoli (Líbia).

"Os líderes religiosos têm uma responsabilidade especial em relação à juventude, que requer uma atenção particular para que não seja vítima do fanatismo religioso e o radicalismo, recebendo, pelo contrário, uma sólida educação que os ajude a tornar-se construtores de pontes e de paz", diz o comunicado.

O tema do encontro destes dias foi "Responsabilidade dos líderes religiosos, em especial em tempos de crise". O encontro encerrou com uma audiência concedida por Bento XVI aos participantes, onde o Santo Padre expressou sua "satisfação e forte encorajamento" por esta iniciativa.

Documento final

O documento conclusivo, publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, frisa que "a primeira e mais importante responsabilidade dos líderes religiosos é de natureza religiosa, de acordo com as suas respectivas tradições" e que para cumpri-la fielmente devem dedicar-se "ao ensino, boas obras e bons exemplos, assim servindo às suas comunidades para a glória de Deus".

Sublinha igualmente o papel das religiões na promoção de "valores éticos fundamentais" como "a justiça, solidariedade, paz, harmonia social e o bem comum da sociedade como um todo, em particular os mais necessitados, os fracos, os migrantes e os oprimidos".

No comunicado apela-se aos líderes religiosos para que se preocupem em "prevenir, gerir e remediar" situações de crise, tanto a nível nacional como internacional, de forma a evitar "a sua degeneração em violência confessional".

"Isto requer um respeito e conhecimento mútuos, promovendo relações pessoais e construindo confiança recíproca, até ao ponto de sermos capaz de enfrentar em conjunto as crise que possam ocorrer", concluem os participantes do encontro.

Outros encontros

As cinco sessões do Encontro deste ano foram dedicadas à apresentação e aprofundamento de três pistas de reflexão, seja por católicos, seja por muçulmanos: Responsabilidade religiosa, Responsabilidades culturais e sociais, Tempos de crise no caminho do diálogo inter-religioso.

As duas delegações, num total de 23 elementos, foram presididas pelo Cardeal Jean-Louis Tauram, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso e por Mohamed Ahmed Sherif, secretário-geral da "World Islamic Call Society".

O próximo Encontro, não tem data definida, mas acontecerá em Tripoli.

Bento XVI doa presépio para evento beneficente em Nápoles

Bento XVI doa presépio para evento beneficente em Nápoles

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI doou um presépio de madrepérola à terceira edição do leilão de Natal intitulado "Em nome da vida", em Nápoles. O leilão foi encerrado pelo arcebispo da cidade, Cardeal Crescenzio Sepe.

O presépio foi arrematado por 8.100 euros. No total foram arrecadados 54 mil euros com o leilão de objetos doados pela arquidiocese e pelos fiéis. O valor será destinado ao projeto "Um berço para a vida", um jardim de infância multiétnico que será construído dentro da "Casa de Tonia".

"Esta casa falará de Nápoles, da sua grande bondade e de todos aqueles que ajudaram a construí-la, dos doadores ilustres àqueles menos conhecidos e de todos aqueles que participaram no leilão", disse Dom Crescenzio. Para o Cardeal "é o sinal de uma Nápoles forte, generosa e solidária, com um único coração".

Entre as peças leiloadas encontrava-se também uma escultura doada pelo presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, vendida por 4.000 euros.

domingo, 14 de dezembro de 2008

'Que Jesus seja acolhido com amor nas casas do mundo' diz Papa

'Que Jesus seja acolhido com amor nas casas do mundo' diz Papa

Rádio Vaticana


O próximo Natal vem recordar que a aproximação de Deus é uma questão de amor. É o que afirmou Bento XVI no Ângelus aguardando que "Jesus seja acolhido com amor em todas as casas de Roma e do mundo". O Santo Padre, depois de ter abençoado o Menino Jesus dos presépios, dos oratórios e das paróquias de Roma, levados pelos jovens das escolas de Roma, deixou também um apelo para ajudarem "as paróquias de Roma a construírem suas igrejas".

"Sois alegres", porque "o Senhor é próximo". É a expressão de São Paulo - recordou o Papa - que acompanha a antífona de entrada da Santa Missa neste terceiro domingo de Advento. O apóstolo Paulo - tem observado o Santo Padre - pensa evidentemente no retorno de Cristo, mas adverte também que ninguém pode conhecer o momento da vinda do Senhor. O Pontífice explicou o significado da questão "aproximar":

"Assim, já agora, a Igreja, iluminada pelo Espírito Santo, compreendia sempre melhor que a 'aproximação' de Deus não é uma questão de espaço e de tempo, bem sim uma questão de amor: o amor aproxima! O próximo Natal virá a recordar-nos desta verdade fundamental da nossa fé e, de frente ao Presépio, poderemos saborear a alegria cristã, contemplando no novo nascimento de Jesus o rosto de Deus que por amor se fez próximo a nós".

Renovada a bela tradição da bênção dos "Menino Jesus", as estátuas de Jesus Menino para colocar no presépio, o Papa convidou todos, em particular os rapazes e moças que estavam na Praça São Pedro com os seus 'Jesus Menino', para unirem-se a esta oração:

"Deus nosso Pai... Oramos a ti, porque com a tua bênção nesta imagem de Jesus, que está para vir entre nós, sejamos, em nossa casa, sinal da tua presença e do teu amor".

Na oração, o Papa tem, pois exortado a abrir o coração ao Senhor para acolher com amor:

"Abre o nosso coração, para que saibamos receber Jesus na alegria, fazer sempre isto que Ele pede e vê-Lo em todos aqueles que têm necessidade do nosso amor"...

Depois do Ângelus, Bento XVI recordou que hoje na diocese de Roma celebra-se a jornada pela construção de novas igrejas. Nos últimos anos - disse o Papa - "foram realizados alguns novos complexos paroquiais, mas ainda há comunidades que dispõem somente de estruturas provisórias e inadequadas". Agradecendo de coração a todos que tem apoiado este esforço tão importante para a Diocese de Roma, finalmente renovou o convite a todos:

"Ajudemos as paróquias de Roma a construírem sua igreja".

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Divulgada mensagem do Papa para Dia Mundial da Paz

Divulgada mensagem do Papa para Dia Mundial da Paz

Da Redação, com Ecclesia


Foi apresentada nesta quinta-feira, 11, no Vaticano, a mensagem do Papa Bento XVI para o 42º Dia Mundial da Paz (1º de Janeiro de 2009), que tem como tema "Combater a pobreza, construir a paz".

A conferência de imprensa contou com a presença do Cardeal Renato Rafael Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, e do respectivo secretário, Arcebispo Giampaolo Crepaldi.

Na mensagem, Bento XVI sublinha "a necessidade de uma resposta urgente da família humana à grave questão da pobreza, entendida como problema material, mas antes de mais moral e espiritual".

Leia a íntegra:

1. Desejo, também no Início deste novo ano, fazer chegar os meus votos de paz a todos e, com esta minha Mensagem, convidá-los a refletir sobre o tema: "Combater a pobreza, construir a paz". Já o meu venerado antecessor João Paulo II, na Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1993, sublinhara as repercussões negativas que acaba por ter sobre a paz a situação de pobreza em que versam populações inteiras. De fato, a pobreza encontra-se frequentemente entre os fatores que favorecem ou agravam os conflitos, mesmo os conflitos armados. Estes últimos, por sua vez, alimentam trágicas situações de pobreza. "Vai-se afirmando (...), com uma gravidade sempre maior – escrevia João Paulo II –, outra séria ameaça à paz: muitas pessoas, mais ainda, populações inteiras vivem hoje em condições de extrema pobreza. A disparidade entre ricos e pobres tornou-se mais evidente, mesmo nas nações economicamente mais desenvolvidas. Trata-se de um problema que se impõe à consciência da humanidade, visto que as condições em que se encontra um grande número de pessoas são tais que ofendem a sua dignidade natural e, consequentemente, comprometem o autêntico e harmónico progresso da comunidade mundial".1

2. Neste contexto, combater a pobreza implica uma análise atenta do fenômeno complexo que é a globalização. Tal análise é já importante do ponto de vista metodológico, porque convida a pôr em prática o fruto das pesquisas realizadas pelos economistas e sociólogos sobre tantos aspectos da pobreza. Mas a evocação da globalização deveria revestir também um significado espiritual e moral, solicitando a olhar os pobres bem cientes da perspectiva que todos somos participantes de um único projeto divino: chamados a constituir uma única família, na qual todos – indivíduos, povos e nações – regulem o seu comportamento segundo os princípios de fraternidade e responsabilidade.

Em tal perspectiva, é preciso ter uma visão ampla e articulada da pobreza. Se esta fosse apenas material, para iluminar as suas principais características, seriam suficientes as ciências sociais que nos ajudam a medir os fenómenos baseados sobretudo em dados de tipo quantitativo. Sabemos porém que existem pobrezas imateriais, isto é, que não são consequência direta e automática de carências materiais. Por exemplo, nas sociedades ricas e avançadas, existem fenómenos de marginalização, pobreza relacional, moral e espiritual: trata-se de pessoas desorientadas interiormente, que, apesar do bem-estar económico, vivem diversas formas de transtorno. Penso, por um lado, no chamado « subdesenvolvimento moral » 2 e, por outro, nas consequências negativas do « superdesenvolvimento ».3 Não esqueço também que muitas vezes, nas sociedades chamadas «pobres», o crescimento económico é entravado por impedimentos culturais, que não permitem uma conveniente utilização dos recursos. Seja como for, não restam dúvidas de que toda a forma de pobreza imposta tem, na sua raiz, a falta de respeito pela dignidade transcendente da pessoa humana. Quando o homem não é visto na integridade da sua vocação e não se respeitam as exigências duma verdadeira «ecologia humana »,4 desencadeiam-se também as dinâmicas perversas da pobreza, como é evidente em alguns âmbitos sobre os quais passo a deter brevemente a minha atenção.

Pobreza e implicações morais

3. A pobreza aparece muitas vezes associada, como se fosse sua causa, com o desenvolvimento demográfico. Em consequência disso, realizam-se campanhas de redução da natalidade, promovidas a nível internacional, até com métodos que não respeitam a dignidade da mulher nem o direito dos esposos a decidirem responsavelmente o número dos filhos 5 e que muitas vezes – facto ainda mais grave – não respeitam sequer o direito à vida. O extermínio de milhões de nascituros, em nome da luta à pobreza, constitui na realidade a eliminação dos mais pobres dentre os seres humanos. Contra tal presunção, fala o dado seguinte: enquanto, em 1981, cerca de 40% da população mundial vivia abaixo da linha de pobreza absoluta, hoje tal percentagem aparece substancialmente reduzida a metade, tendo saído da pobreza populações caracterizadas precisamente por um incremento demográfico notável. O dado agora assinalado põe em evidência que existiriam os recursos para se resolver o problema da pobreza, mesmo no caso de um crescimento da população. E não se há-de esquecer que, desde o fim da segunda guerra mundial até hoje, a população da terra cresceu quatro mil milhões e tal fenómeno diz respeito, em larga medida, a países que surgiram recentemente na cena internacional como novas potências económicas e conheceram um rápido desenvolvimento graças precisamente ao elevado número dos seus habitantes. Além disso, dentre as nações que mais se desenvolveram, aquelas que detêm maiores índices de natalidade gozam de melhores potencialidades de progresso. Por outras palavras, a população confirma-se como uma riqueza e não como um factor de pobreza.

4. Outro âmbito de preocupação são as pandemias, como por exemplo a malária, a tuberculose e a SIDA, pois, na medida em que atingem os sectores produtivos da população, influem enormemente no agravamento das condições gerais do país. As tentativas para travar as consequências destas doenças na população nem sempre alcançam resultados significativos. E sucede além disso que os países afectados por algumas dessas pandemias se vêem, ao querer enfrentá-las, sujeitos a chantagem por parte de quem condiciona a ajuda económica à actuação de políticas contrárias à vida. Sobretudo a SIDA, dramática causa de pobreza, é difícil combatê-la se não se enfrentarem as problemáticas morais associadas com a difusão do vírus. É preciso, antes de tudo, fomentar campanhas que eduquem, especialmente os jovens, para uma sexualidade plenamente respeitadora da dignidade da pessoa; iniciativas realizadas nesta linha já deram frutos significativos, fazendo diminuir a difusão da SIDA. Depois há que colocar à disposição também das populações pobres os remédios e os tratamentos necessários; isto supõe uma decidida promoção da pesquisa médica e das inovações terapêuticas e, quando for preciso, uma aplicação flexível das regras internacionais de protecção da propriedade intelectual, de modo que a todos fiquem garantidos os necessários tratamentos sanitários de base.

5. Terceiro âmbito, que é objecto de atenção nos programas de luta contra a pobreza e que mostra a sua intrínseca dimensão moral, é a pobreza das crianças. Quando a pobreza atinge uma família, as crianças são as suas vítimas mais vulneráveis: actualmente quase metade dos que vivem em pobreza absoluta é constituída por crianças. O facto de olhar a pobreza colocando-se da parte das crianças induz a reter como prioritários os objectivos que mais directamente lhes dizem respeito, como por exemplo os cuidados maternos, o serviço educativo, o acesso às vacinas, aos cuidados médicos e à água potável, a defesa do ambiente e sobretudo o empenho na defesa da família e da estabilidade das relações no seio da mesma. Quando a família se debilita, os danos recaem inevitavelmente sobre as crianças. Onde não é tutelada a dignidade da mulher e da mãe, a ressentir-se do facto são de novo principalmente os filhos.

6. Quarto âmbito que, do ponto de vista moral, merece particular atenção é a relação existente entre desarmamento e progresso. Gera preocupação o actual nível global de despesa militar. É que, como já tive ocasião de sublinhar, «os ingentes recursos materiais e humanos empregados para as despesas militares e para os armamentos, na realidade, são desviados dos projectos de desenvolvimento dos povos, especialmente dos mais pobres e necessitados de ajuda. E isto está contra o estipulado na própria Carta das Nações Unidas, que empenha a comunidade internacional, e cada um dos Estados em particular, a ‘‘promover o estabelecimento e a manutenção da paz e da segurança internacional com o mínimo dispêndio dos recursos humanos e económicos mundiais para os armamentos'' (art. 26)».6

Uma tal conjuntura, longe de facilitar, obstaculiza seriamente a consecução dos grandes objectivos de desenvolvimento da comunidade internacional. Além disso, um excessivo aumento da despesa militar corre o risco de acelerar uma corrida aos armamentos que provoca faixas de subdesenvolvimento e desespero, transformando-se assim, paradoxalmente, em factor de instabilidade, tensão e conflito. Como sensatamente afirmou o meu venerado antecessor Paulo VI, «o desenvolvimento é o novo nome da paz ».7 Por isso, os Estados são chamados a fazer uma séria reflexão sobre as razões mais profundas dos conflitos, frequentemente atiçados pela injustiça, e a tomar providências com uma corajosa autocrítica. Se se chegar a uma melhoria das relações, isso deverá consentir uma redução das despesas para armamentos. Os recursos poupados poderão ser destinados para projectos de desenvolvimento das pessoas e dos povos mais pobres e necessitados: o esforço despendido em tal direcção é um serviço à paz no seio da família humana.

7. Quinto âmbito na referida luta contra a pobreza material diz respeito à crise alimentar actual, que põe em perigo a satisfação das necessidades de base. Tal crise é caracterizada não tanto pela insuficiência de alimento, como sobretudo pela dificuldade de acesso ao mesmo e por fenómenos especulativos e, consequentemente, pela falta de um reajustamento de instituições políticas e económicas que seja capaz de fazer frente às necessidades e às emergências. A má nutrição pode também provocar graves danos psicofísicos nas populações, privando muitas pessoas das energias de que necessitam para sair, sem especiais ajudas, da sua situação de pobreza. E isto contribui para alargar a distância angular das desigualdades, provocando reacções que correm o risco de tornar-se violentas. Todos os dados sobre o andamento da pobreza relativa nos últimos decénios indicam um aumento do fosso entre ricos e pobres. Causas principais de tal fenómeno são, sem dúvida, por um lado a evolução tecnológica, cujos benefícios se concentram na faixa superior da distribuição do rendimento, e por outro a dinâmica dos preços dos produtos industriais, que crescem muito mais rapidamente do que os preços dos produtos agrícolas e das matérias primas na posse dos países mais pobres. Isto faz com que a maior parte da população dos países mais pobres sofra uma dupla marginalização, ou seja, em termos de rendimentos mais baixos e de preços mais altos.

Luta contra a pobreza e solidariedade global

8. Uma das estradas mestras para construir a paz é uma globalização que tenha em vista os interesses da grande família humana.8 Mas, para guiar a globalização é preciso uma forte solidariedade global 9 entre países ricos e países pobres, como também no âmbito interno de cada uma das nações, incluindo ricas. É necessário um «código ético comum »,10 cujas normas não tenham apenas carácter convencional mas estejam radicadas na lei natural inscrita pelo Criador na consciência de todo o ser humano (cf. Rm 2, 14-15). Porventura não sente cada um de nós, no íntimo da consciência, o apelo a dar a própria contribuição para o bem comum e a paz social? A globalização elimina determinadas barreiras, mas isto não significa que não possa construir outras novas; aproxima os povos, mas a proximidade geográfica e temporal não cria, de per si, as condições para uma verdadeira comunhão e uma paz autêntica. A marginalização dos pobres da terra só pode encontrar válidos instrumentos de resgate na globalização, se cada homem se sentir pessoalmente atingido pelas injustiças existentes no mundo e pelas violações dos direitos humanos ligadas com elas. A Igreja, que é «sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano »,11 continuará a dar a sua contribuição para que sejam superadas as injustiças e incompreensões e se chegue a construir um mundo mais pacífico e solidário.

9. No campo do comércio internacional e das transacções financeiras, temos hoje em acção processos que permitem integrar positivamente as economias, contribuindo para o melhoramento das condições gerais; mas há também processos de sentido oposto, que dividem e marginalizam os povos, criando perigosas premissas para guerras e conflitos. Nos decénios posteriores à segunda guerra mundial, o comércio internacional de bens e serviços cresceu de forma extraordinariamente rápida, com um dinamismo sem precedentes na história. Grande parte do comércio mundial interessou os países de antiga industrialização, vindo significativamente juntar-se-lhes muitos países que sobressaíram tornando-se relevantes. Mas há outros países de rendimento baixo que estão ainda gravemente marginalizados dos fluxos comerciais. O seu crescimento ressentiu-se negativamente com a rápida descida verificada, nos últimos decénios, nos preços dos produtos primários, que constituem a quase totalidade das suas exportações. Nestes países, em grande parte africanos, a dependência das exportações de produtos primários continua a constituir um poderoso factor de risco. Quero reiterar aqui um apelo para que todos os países tenham as mesmas possibilidades de acesso ao mercado mundial, evitando exclusões e marginalizações.

10. Idêntica reflexão pode fazer-se a propósito do mercado financeiro, que toca um dos aspectos primários do fenómeno da globalização, devido ao progresso da electrónica e às políticas de liberalização dos fluxos de dinheiro entre os diversos países. A função objectivamente mais importante do mercado financeiro, que é a de sustentar a longo prazo a possibilidade de investimentos e consequentemente de desenvolvimento, aparece hoje muito frágil: sofre as consequências negativas de um sistema de transacções financeiras – a nível nacional e global – baseadas sobre uma lógica de brevíssimo prazo, que busca o incremento do valor das actividades financeiras e se concentra na gestão técnica das diversas formas de risco. A própria crise recente demonstra como a actividade financeira seja às vezes guiada por lógicas puramente auto-referenciais e desprovidas de consideração pelo bem comum a longo prazo. O nivelamento dos objectivos dos operadores financeiros globais para o brevíssimo prazo reduz a capacidade de o mercado financeiro realizar a sua função de ponte entre o presente e o futuro: apoio à criação de novas oportunidades de produção e de trabalho a longo prazo. Uma actividade financeira confinada no breve e brevíssimo prazo torna-se perigosa para todos, inclusivamente para quem consegue beneficiar dela durante as fases de euforia financeira.12

11. Segue-se de tudo isto que a luta contra a pobreza requer uma cooperação nos planos económico e jurídico que permita à comunidade internacional e especialmente aos países pobres individuarem e actuarem soluções coordenadas para enfrentar os referidos problemas através da realização de um quadro jurídico eficaz para a economia. Além disso, requer estímulos para se criarem instituições eficientes e participativas, bem como apoios para lutar contra a criminalidade e promover uma cultura da legalidade. Por outro lado, não se pode negar que, na origem de muitos falimentos na ajuda aos países pobres, estão as políticas vincadamente assistencialistas. Investir na formação das pessoas e desenvolver de forma integrada uma cultura específica da iniciativa parece ser actualmente o verdadeiro projecto a médio e longo prazo. Se as actividades económicas precisam de um contexto favorável para se desenvolver, isto não significa que a atenção se deva desinteressar dos problemas do rendimento. Embora se tenha oportunamente sublinhado que o aumento do rendimento pro capite não pode de forma alguma constituir o fim da acção político-económica, todavia não se deve esquecer que o mesmo representa um instrumento importante para se alcançar o objectivo da luta contra a fome e contra a pobreza absoluta. Deste ponto de vista, seja banida a ilusão de que uma política de pura redistribuição da riqueza existente possa resolver o problema de maneira definitiva. De facto, numa economia moderna, o valor da riqueza depende em medida determinante da capacidade de criar rendimento presente e futuro. Por isso, a criação de valor surge como um elo imprescindível, que se há-de ter em conta se se quer lutar contra a pobreza material de modo eficaz e duradouro.

12. Colocar os pobres em primeiro lugar implica, finalmente, que se reserve espaço adequado para uma correcta lógica económica por parte dos agentes do mercado internacional, uma correcta lógica política por parte dos agentes institucionais e uma correcta lógica participativa capaz de valorizar a sociedade civil local e internacional. Hoje os próprios organismos internacionais reconhecem o valor e a vantagem das iniciativas económicas da sociedade civil ou das administrações locais para favorecer o resgate e a integração na sociedade daquelas faixas da população que muitas vezes estão abaixo do limiar de pobreza extrema mas, ao mesmo tempo, dificilmente se consegue fazer-lhes chegar as ajudas oficiais. A história do progresso económico do século XX ensina que boas políticas de desenvolvimento são confiadas à responsabilidade dos homens e à criação de positivas sinergias entre mercados, sociedade civil e Estados. Particularmente a sociedade civil assume um papel crucial em todo o processo de desenvolvimento, já que este é essencialmente um fenómeno cultural e a cultura nasce e se desenvolve nos diversos âmbitos da vida civil.13

13. Como observava o meu venerado antecessor João Paulo II, a globalização «apresenta-se com uma acentuada característica de ambivalência»,14 pelo que há- de ser dirigida com clarividente sabedoria. Faz parte de tal sabedoria ter em conta primariamente as exigências dos pobres da terra, superando o escândalo da desproporção que se verifica entre os problemas da pobreza e as medidas predispostas pelos homens para os enfrentar. A desproporção é de ordem tanto cultural e política como espiritual e moral. De facto, tais medidas detêm-se frequentemente nas causas superficiais e instrumentais da pobreza, sem chegar às que se abrigam no coração humano, como a avidez e a estreiteza de horizontes. Os problemas do desenvolvimento, das ajudas e da cooperação internacional são às vezes enfrentados sem um verdadeiro envolvimento das pessoas, mas apenas como questões técnicas que se reduzem à preparação de estruturas, elaboração de acordos tarifários, atribuição de financiamentos anónimos. Inversamente, a luta contra a pobreza precisa de homens e mulheres que vivam profundamente a fraternidade e sejam capazes de acompanhar pessoas, famílias e comunidades por percursos de autêntico progresso humano.

Conclusão

14. Na Encíclica Centesimus annus, João Paulo II advertia para a necessidade de «abandonar a mentalidade que considera os pobres – pessoas e povos – como um fardo e como importunos maçadores, que pretendem consumir tudo o que os outros produziram». «Os pobres – escrevia ele – pedem o direito de participar no usufruto dos bens materiais e de fazer render a sua capacidade de trabalho, criando assim um mundo mais justo e mais próspero para todos».15 No mundo global de hoje, resulta de forma cada vez mais evidente que só é possível construir a paz, se se assegurar a todos a possibilidade de um razoável crescimento: de facto, as consequências das distorções de sistemas injustos, mais cedo ou mais tarde, fazem-se sentir sobre todos. Deste modo, só a insensatez pode induzir a construir um palácio dourado, tendo porém ao seu redor o deserto e o degrado. Por si só, a globalização não consegue construir a paz; antes, em muitos casos, cria divisões e conflitos. A mesma põe a descoberto sobretudo uma urgência: a de ser orientada para um objectivo de profunda solidariedade que aponte para o bem de cada um e de todos. Neste sentido, a globalização há-de ser vista como uma ocasião propícia para realizar algo de importante na luta contra a pobreza e colocar à disposição da justiça e da paz recursos até agora impensáveis.

15. Desde sempre se interessou pelos pobres a doutrina social da Igreja. Nos tempos da Encíclica Rerum novarum, pobres eram sobretudo os operários da nova sociedade industrial; no magistério social de Pio XI, Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II, novas pobrezas foram vindo à luz à medida que o horizonte da questão social se alargava até assumir dimensões mundiais.16 Este alargamento da questão social à globalidade não deve ser considerado apenas no sentido duma extensão quantitativa mas também dum aprofundamento qualitativo sobre o homem e as necessidades da família humana. Por isso a Igreja, ao mesmo tempo que segue com atenção os fenómenos actuais da globalização e a sua incidência sobre as pobrezas humanas, aponta os novos aspectos da questão social, não só em extensão mas também em profundidade, no que se refere à identidade do homem e à sua relação com Deus. São princípios de doutrina social que tendem a esclarecer os vínculos entre pobreza e globalização e a orientar a acção para a construção da paz. Dentre tais princípios, vale a pena recordar aqui, de modo particular, o «amor preferencial pelos pobres»,17 à luz do primado da caridade testemunhado por toda a tradição cristã a partir dos primórdios da Igreja (cf. Act 4, 32-37; 1 Cor 16, 1; 2 Cor 8-9; Gal 2, 10).

«Cada um entregue-se à tarefa que lhe incumbe com a maior diligência possível » – escrevia em 1891 Leão XIII, acrescentando: «Quanto à Igreja, a sua acção não faltará em nenhum momento».18 Esta consciência acompanha hoje também a acção da Igreja em favor dos pobres, nos quais vê Cristo,19 sentindo ressoar constantemente em seu coração o mandato do Príncipe da paz aos Apóstolos: «Vos date illis manducare – dai-lhes vós mesmos de comer» (Lc 9, 13). Fiel a este convite do seu Senhor, a Comunidade Cristã não deixará, pois, de assegurar o seu apoio à família humana inteira nos seus impulsos de solidariedade criativa, tendentes não só a partilhar o supérfluo, mas sobretudo a alterar «os estilos de vida, os modelos de produção e de consumo, as estruturas consolidadas de poder que hoje regem as sociedades».20 Assim, a cada discípulo de Cristo bem como a toda a pessoa de boa vontade, dirijo, no início de um novo ano, um caloroso convite a alargar o coração às necessidades dos pobres e a fazer tudo o que lhe for concretamente possível para ir em seu socorro. De facto, aparece como indiscutivelmente verdadeiro o axioma «combater a pobreza é construir a paz».

Vaticano, 8 de Dezembro de 2008.

TIPOGRAFIA VATICANA

1 Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1993, 1.
2 Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio, 19.
3 João Paulo II, Carta enc. Sollicitudo rei socialis, 28.
4 João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 38.
5 Cf. Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio, 37; João Paulo II, Carta enc. Sollicitudo rei socialis, 25.
6 Bento XVI, Carta ao Cardeal Renato Rafael Martino por ocasião do Seminário Internacional organizado pelo Conselho Pontifício « Justiça e Paz » sobre o tema « Desarmamento, desenvolvimento e paz. Perspectivas para um desarmamento integral » (10 de Abril de 2008): L'Osservatore Romano (13/IV/2008), p. 8.
7 Carta enc. Populorum progressio, 87.
8 Cf. João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 58.
9 Cf. João Paulo II, Discurso na Audiência às Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos [ACLI] (27 de Abril de 2002), 4: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XXV/1 [2002], 637.
10 João Paulo II, Discurso à Assembleia Plenária da Academia Pontifícia das Ciências Sociais (27 de Abril de 2001), 4: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XXIV/1 [2001], 802.
11 Concílio Ecum. Vaticano II, Const. dogm. Lumen gentium, 1.
12 Cf. Conselho Pontifício «Justiça e Paz», Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 368.
13 Cf. ibid., 356.
14 Discurso na Audiência a Dirigentes de Sindicatos de Trabalhadores e de grandes Empresas (2 de Maio de 2000), 3: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XXIII/1 [2000], 726.
15 N. 28.
16 Cf. Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio, 3.
17 João Paulo II, Carta enc. Sollicitudo rei socialis, 42; cf. Carta enc. Centesimus annus, 57.
18 Leão XIII, Carta enc. Rerum novarum, 45.
19 Cf. João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 58.
20 Ibid., 58.

Atividades de Bento XVI nesta quinta-feira

Atividades de Bento XVI nesta quinta-feira

Rádio Vaticano


Na série de atividades desta quinta-feira, 11, o Papa Bento XVI recebeu em audiência o Cardeal-arcebispo de Westminster, na Grã-Bretanha, Dom Cormac Murphy-O’Connor.

A seguir, foi a vez de um grupo de Bispos da Conferência Episcopal de Taiwan, em visita qüinqüenal ad limina apostolorum.

As relações diplomáticas entre a Santa Sé e a China foram estabelecidas em 1946, sob o pontificado de Pio XII. Em 1951, os funcionários da Nunciatura foram expulsos e, hoje, a sede se situa em Taiwan.

Nesta tarde, o Papa Bento XVI vai se encontrar, na Basílica Vaticana, com os Universitários romanos, para a preparação do Santo Natal.

Após a celebração Eucarística, presidida pelo cardeal Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Agostino Vallini, Bento XVI descerá à Basílica para dirigir a sua palavra e abençoar a comunidade universitária. No final do encontro, o pontífice entregará a 12 jovens a Carta de São Paulo aos Romanos.

Mais de 60 países em todo o mundo violam liberdade religiosa

Mais de 60 países em todo o mundo violam liberdade religiosa

AIS


Mais de 60 países em todo o mundo violam "gravemente" a liberdade religiosa. O número é lançado no "Relatório 2008 - Liberdade Religiosa no Mundo", publicado pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Segundo a publicação, os casos mais dramáticos no período estudado registraram-se na Índia, Paquistão, Arábia Saudita e Eritreia, nações onde a liberdade de culto é negada de maneira mais violentas e nas quais os crentes são perseguidos, em alguns casos até à morte.

Esta nova edição deste relatório retrata uma situação crítica, a nível mundial, da liberdade de culto. Os conflitos militares, o terrorismo e as ditaduras contribuíram, entre outras causas, para as situações mais alarmantes.

O relatório analisa a situação da liberdade religiosa em cada país, com base nos testemunhos de representantes da Igreja local, documentos oficiais, artigos de agências de notícias, meios especializados em assuntos religiosos e informações fornecidas por organizações de direitos humanos.

O estudo assinala que a perseguição religiosa aumenta em todo o mundo. Entre as principais preocupações apresentadas, está a da Índia, que piorou nos últimos anos, apesar de a Constituição reconhecer a liberdade religiosa.

O livro analisa também a situação no Iraque, onde desde finais de setembro duas mil famílias cristãs tiveram de abandonar Mossul.

Segundo a Fundação AIS, a própria necessidade da obra sublinha a fragilidade da liberdade religiosa como um princípio fundamental.

No relatório é apresentada uma lista de países nos quais se registraram "graves limitações à liberdade religiosa". Entre eles encontram-se a China, Cuba, Coréia do Norte, Iran, Nigéria, Mianmar (ex-Birmânia), Laos, Arábia Saudita, Paquistão e Sudão.

Em seguida, consta uma lista de países nos quais se verificam "limitações legais à liberdade religiosa", entre os quais se encontram Afeganistão, Argélia, Bahrein, Bangladesh, Bielorrússia, Bolívia, Egito, Eritreia, Terra Santa (Israel e os territórios palestinos) e México.

A AIS fala ainda de países nos quais se registraram episódios de "repressão legal" e de países nos quais se registraram conflitos locais, analisados já em outras seções.

Em alguns casos, como por exemplo, na China, "o receio de abrir-se à liberdade de culto coincide com o temor de deixar espaços a outras liberdades".

Sobre Portugal, é destacado o mal-estar gerado pela demora na regulamentação da Concordata entre o país e a Santa Sé, assinada em 2004, que já levou a manifestações de descontentamento por parte do episcopado católico.

O relatório analisa a situação da liberdade religiosa em cada país, com base nos testemunhos de representantes da Igreja local, documentos oficiais, artigos de agências de notícias e outros media especializados em assuntos religiosos, bem como nas informações fornecidas por organizações de direitos humanos.

Com este documento, a organização católica internacional AIS pretende apresentar um compêndio general do grau de liberdade religiosa existente em cada um dos países do mundo, além das formas e motivos da repressão que padecem os diferentes grupos religiosos.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Papa homenageia Imaculada Conceição na Praça Espanha

Papa homenageia Imaculada Conceição na Praça Espanha

Rádio Vaticano

André LuizPara durante solenidade da Imaculada Conceição na Praça Espanha Na solenidade da Imaculada Conceição, o Papa Bento XVI à Praça Espanha para a tradicional homenagem à imagem da Imaculada. Ainda a caminho, o pontífice se deteve brevemente diante da igreja da Santíssima Trindade, para a homenagem mariana da Associação dos Comerciantes da Rua Condotti.

O Papa foi calorosamente acolhido pelos numerosos fiéis, peregrinos e turistas presentes na Praça Espanha, onde fez então a sua homenagem floreal, dirigindo aos presentes uma breve reflexão.

O Santo Padre lembrou a sua visita a Lourdes, aonde foi como peregrino, por ocasião dos 150 anos da histórica aparição da Virgem Maria a Santa Bernadete, ressaltando que as celebrações desse aniversário se concluem justamente hoje, solenidade da Imaculada Conceição, porque a "Senhora bonita", como a chamava Bernadete, mostrando-se a ela pela última vez na gruta de Massabielle, revelou o seu nome dizendo: "Eu sou a Imaculada Conceição".

"O disse no idioma local. E a pequena vidente referiu a seu pároco aquela expressão para ela desconhecida e incompreensível", observou o Papa.

"Também nós repetimos com comoção esse nome misterioso. E o repetimos aqui, aos pés desse monumento no coração de Roma, e numerosos nossos irmãos e irmãs fazem o mesmo em milhares de lugares do mundo, santuários e capelas, bem como nas casas de famílias cristãs".

O pontífice lembrou que a convicção acerca da concepção imaculada de Maria já existia há muitos séculos antes das aparições de Lourdes, mas essas aparições se deram como um sigilo celeste, após o seu venerado predecessor, o bem-aventurado Pio IX, definir, em 8 de dezembro de 1854, o dogma da Imaculada Conceição de Maria.

Bento XVI ressaltou que é tradição que o Papa se una à homenagem da cidade de Roma levando a Maria um cesto de rosas. "Essas rosas indicam o nosso amor e a nossa devoção: o amor e a devoção do Papa, da Igreja de Roma e dos habitantes dessa cidade, que se sentem espiritualmente filhos da Virgem Maria", disse.

O Papa acrescentou ainda que apresentamos à Mãe as alegrias, mas confiamos a ela também as preocupações, seguros de encontrarmos nela conforto para não nos abater e apoio para andar avante.

Seis novos santos e três novos beatos para a Igreja

Seis novos santos e três novos beatos para a Igreja

Rádio Vaticano


Ao receber em audiência privada o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Dom Angelo Amato, o santo Padre o Papa autorizou, a promulgação dos decretos correspondentes a 6 milagres atribuídos a beatos em processo de canonização, assim como a outros 3 relativos às virtudes heróicas de outros servos de Deus:

- a um milagre, atribuído à intercessão do bem-aventurado Sigismundo Feliz Feliński, arcebispo de Varsóvia, nascido em Wojutyn (na atual Ucrânia) em novembro de 1822, e morto em Cracovia, na Polônia, em setembro de 1895;

- a um milagre, atribuído à intercessão do bem-aventurado Arcangelo Tadini, sacerdote diocesano e fundador da Congregação das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré, nascido em Verolanuova, norte da Itália, em outubro de 1846, e morto em Botticino (sempre norte da Itália) em maio de 1912;

- a um milagre, atribuído à intercessão do bem-aventurado Francisco Coll y Guitart, sacerdote professo da Ordem dos Frades Pregadores (Dominicanos) e Fundador da Congregação das Irmãs Dominicanas da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria, nascido em Gombren, na Espanha, em maio de 1812, e morto em Vic (sempre na Espanha) em abril de 1875;

- a um milagre, atribuído à intercessão do bem-aventurado Rafael Arnáiz Baron, Frade Oblato da Ordem dos Cistercienses da Estreita Observância (Trapistas), nascido em Burgos, na Espanha, em abril de 1911, e morto em San Isidro de Dueñas (sempre Espanha) em abril de 1938;

- a um milagre, atribuído à intercessão da bem-aventurada Maria da Cruz Jugan, fundadora da Congregação das Pequenas Irmãs dos Pobres, nascida em Petites-Croix, na França, em outubro de 1792, e morta em La Tour Saint-Joseph (sempre na França) em agosto de 1879;

- a um milagre, atribuído à intercessão da bem-aventurada Catarina Volpicelli, fundadora do Instituto das Servas do Sagrado Coração, nascida em Nápoles em janeiro de 1839, e morta na mesma cidade do sul da Itália em dezembro de 1894;

- às virtudes heróicas do Servo de Deus Jacinto Bianchi, sacerdote diocesano e fundador das filhas Missionárias de Maria, nascido em Villa Pasqualli em agosto de 1835, e morto na referida localidade italiana em fevereiro de 1914;

- às virtudes heróicas do Servo de Deus André Van Den Boer, Irmão professo dos Frades da Bem-aventurada Maria Mãe da Misericórdia, nascido em Udenhout, na Holanda, em novembro de 1841, e morto em Tilburg (sempre na Holanda) e agosto de 1917;

- e, por fim, às virtudes heróicas da Serva de Deus Maria Clara de Jesus Menino Galvão Meixa de Moura Telles e Albuquerque, fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, nascida em Amadora, Portugal, em junho de 1843, e morta em Lisboa em dezembro de 1899.

Papa recorda vítimas de Santa Catarina e destaca o Advento

Papa recorda vítimas de Santa Catarina e destaca o Advento

Ecclesia

O Papa Bento XVI recordou este domingo a figura de Alexis II, Patriarca de Moscovo e de toda a Rússia, falecido no passado dia 5, aos 79 anos de idade.

"Unamo-nos em oração aos nossos irmãos ortodoxos para encomendar a sua alma à bondade do Senhor, para que o acolha no seu Reino de luz e de paz", disse, após a recitação do Ângelus, na Praça de São Pedro.

Nas saudações aos peregrinos, o Papa quis ainda "reiterar os meus sentimentos de comoção pela catástrofe ambiental ocorrida há poucos dias no Estado de Santa Catarina, causando numerosas vítimas e deixando desabrigados milhares de pessoas".

"Para todos invoco a protecção do Altíssimo, para que possa recompensar o povo brasileiro e as autoridades nacionais e estrangeiras, pela ajuda prestada aos flagelados nesta hora de viva consternação", acrescentou.

Já em relação ao tempo litúrgico do Advento, com que a Igreja prepara a celebração do Natal, Bento XVI rezou para que "no nosso mundo ferido por tanta violência, este período de espera seja um momento de renovação dos corações, a fim de viver na justiça e na paz, na solidariedade e entreajuda, o tempo da Misericórdia de Deus que está próximo de nós".

Para Bento XVI, a justiça e a paz são "dom de Deus", mas exigem que os homens e mulheres sejam "terra boa", pronta a "acolher a boa semente da sua Palavra".

"Neste tempo do Advento, a Palavra de Deus convida-nos a esperar a vinda gloriosa do nosso Salvador com uma conduta santa e religiosa, procurando viver em paz com Deus, limpos e irrepreensíveis diante dele", apontou.

O Papa anunciou ainda que no próximo dia 11 de Dezembro irá encontrar-se na Basílica de São Pedro com os universitários de Roma, para a tradicional celebração de preparação do Natal. Por ocasião do Ano Paulino, irá entregar a cada um a Carta aos Romanos, do Apóstolo Paulo.

Saudação em português

"Saúdo agora os peregrinos de língua portuguesa e todos aqueles que estão unidos a nós através desta oração à Virgem Maria. De modo particular, desejo reiterar meus sentimentos de comoção pela catástrofe ambiental ocorrida há poucos dias no Estado de Santa Catarina, causando numerosas vítimas e deixando desabrigados milhares de pessoas. Para todos invoco a proteção do Altíssimo, para que possa recompensar o povo brasileiro e as autoridades nacionais e estrangeiras, pela ajuda prestada aos flagelados nesta hora de viva consternação. A todos e às vossas famílias dou de coração a minha Bênção Apostólica."

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Santa Catarina: Entre gritos de dor e solidariedade

Santa Catarina: Entre gritos de dor e solidariedade
Prof. Dr. Frei Antônio Moser
Teólogo

Defesa CivilBrasil inteiro se solidariza com vítimas das chuvasEnchentes periódicas no vale do Itajaí fazem parte da história daquela população. A cada enchente repete-se o mesmo quadro: grandes perdas, muita solidariedade e rápida recuperação.

No que se refere à solidariedade, seja da população local, seja de pessoas e instituições sensibilizadas de todo o Brasil, está sendo maior do que nunca. Todas estas pessoas e instituições demostram compreender que em tragédias deste porte não vem ao caso falar em "empréstimos": é preciso simplesmente abrir o coração e os cofres.

No que se refere à recuperação, dada a magnitude dos estragos de todo tipo, desta vez tudo será mais lento, o que não significa que a população local se acomode esperando soluções mágicas. Como sempre, o que não falta é disposição para recomeçar e refazer o que for possível.

A cobertura da mídia foi simplesmente impressionante, com ressaltos nas necessidades e nos apelos à solidariedade. E isto é louvável. O que ficou um tanto na sombra foi a atuação das igrejas e instituições religiosas. Como sempre nestas ocasiões elas são as primeiras a abrir suas portas (salões, salas e até igrejas), correndo ao encontro dos necessitados.

Neste contexto convém repassar o número das contas bancárias indicadas pela Cáritas Brasileira e supervisionadas pelas Dioceses das regiões mais atingidas:

FLORIANÓPOLIS: Banco do Brasil, Agência 3174-7, conta 17611-7, em nome de Ação Social Arquidiocesana/Flagelados SC 2008. Mais informações: (48) 3224.8776 ou pelo e-mail asa@arquifln.org.br

JOINVILLE: Banco BESC SC, Agência 014, conte 130.786-2, a campanha é promovida pela Associação Diocesana de Promoção Social. Mais informações: (47) 3451.3715/3716 ou pelo e-mail adipros@diocesejlle.com.br

BLUMENAU: Banco Itaú Agência 6407 conte 07004-1 , Cáritas - Diocese de Blumenau emergência". Mais informações: (47) 3323.6952 ou 3322.4435 (cúria) ou pelo e-mail dioceseblumenau@terra.com.br

Além deste silêncio, sobram ainda algumas interrogações

Primeira: como explicar que, após tantas tragédias cíclicas, os muitos projetos desenvolvidos para solucionar ou ao menos para diminuir o impacto das águas não tenham sido executados?

Segunda pergunta: por que tão poucas referências à explosão do gasoduto, explosão que, segundo testemunhas, mais parecia de uma bomba ou um terremoto, fazendo estremecer a terra justamente na região onde foi maior o número de mortos por deslizamentos?

Terceira pergunta: no tocante à falta de um alerta. Todos nos orgulhamos do nosso serviço de meteorologia. Ao contrário do que ocorria há algum tempo atrás, normalmente acerta em cheio. Como explicar que uma "tromba de água" não tenha sido detectada e a população não tenha sido previamente avisada?

Enfim, se por um lado não podemos deixar de reconhecer a sensibilidade e a solidariedade, que tão bem caracterizam nossa cultura, por outro também não podemos simplesmente deixar de lado interrogações importantes para evitar novas tragédias no futuro.

Que a luz da estrela que brilhou em Belém ilumine a todos no sentido de possibilitar o passo mais decisivo: ser capazes de ler os sinais dos tempos, analisando os fatos com objetividade e buscando verdadeiras soluções.

Mensagem Papal para 42º Dia Mundial da Paz será divulgada

Mensagem Papal para 42º Dia Mundial da Paz será divulgada

Ecclesia


Na próximo dia dia 11, a Mensagem Papal para a 42º Dia Mundial da Paz, que tem como tema "Combater a pobreza, construir a paz" será apresentada será apresentada pela Sala de Imprensa do Vaticano. Estarão presentes o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, Cardeal Renato Rafael Martino, e secretário, Arcebispo Giampaolo Crepaldi.

No dia seguinte, 12, outra coletiva de imprensa apresentará um documento da Congregação para a Doutrina da Fé, a Instrução Dignitatis personae, que abordará questões de bioética.

Intervirão o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Arcebispo Luís Ladaria, o presidente da Academia Pontifícia para a Vida, Dom Rino Fisichella, o presidente emérito da mesma Academia, Dom Elio Sgreccia, e a docente de Bioética da Universidade Católica italiana, em Roma e presidente da Associação "Ciência e Vida", Maria Luísa Di Pietro.

Intenções de oração do Papa para dezembro

Intenções de oração do Papa para dezembro

Rádio Vaticano


Bento XVI pede nossas orações, neste mês de dezembro, para que a cultura da vida possa expandir-se graças à obra da Igreja.

Em sua intenção geral, o Papa pede "para que frente à crescente expansão da cultura da violência e da morte, a Igreja, por meio de suas atividades apostólicas e missionárias, promova com valentia a cultura da vida".

Por outro lado, a intenção missionária de Bento XVI se inspira no Natal: "Para que os cristãos, especialmente nos países de missão, por meio de gestos concretos de fraternidade, mostrem que o Menino na gruta de Belém é a luminosa esperança do mundo".

domingo, 30 de novembro de 2008

>"Deus tem sempre tempo para nós", afirma Bento XVI

"Deus tem sempre tempo para nós", afirma Bento XVI

Da Redação, com Rádio Vaticano


Deus tem sempre tempo para nós, salientou o Papa antes do Angelus deste I Domingo de Advento. Bento XVI manifestou o seu horror pela violência em Mumbai, na India e em Jos na Nigéria. Saudação e bons votos aos fiéis do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla por ocasião da festa de Santo André

"Nós temos sempre pouco tempo, especialmente para o Senhor, não sabemos ou, às vezes, não queremos encontrá-lo. Ora bem, Deus tem sempre tempo para nós", afirmou Bento XVI falando da janela dos seus aposentos antes do Ângelus deste domingo.

"Todos dizemos que nos falta o tempo, porque o ritmo da vida cotidiana se tornou para todos frenético. Também a esse respeito a Igreja tem uma boa noticia para dar: Deus dá-nos o seu tempo".

Segundo Bento XVI esta é a primeira coisa que o início de um novo ano litúrgico nos faz redescobrir com maravilha sempre nova. "Sim: Deus dá-nos o seu tempo, porque entrou na história com a sua Palavra e as suas obras de salvação, para a abrir ao eterno, para a tornar história de aliança".

Nesta perspectiva, explicou aos cerca de 20 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o tempo já é, em si mesmo, um sinal fundamental do amor de Deus: um dom que o homem, como qualquer outra coisa é capaz de valorizar ou, pelo contrário, de estragar; de colher no seu significado, ou desleixar com superficialidade obtusa.

Violência na Índia e Nigéria

Depois da recitação da oração mariana do Ângelus, Bento XVI voltou a manifestar o seu horror pela cruel e insensata violência que atingiu, por motivos e circunstâncias diferentes, Mumbai na India e a Nigéria.

"Peçamos ao Senhor que toque o coração daqueles que se iludem que este é o caminho para resolver os problemas locais ou internacionais e sintamo-nos todos impelidos a dar o exemplo de mansidão e de amor para construir uma sociedade digna de Deus e do homem".

Também depois da recitação do Ângelus, o Papa dirigiu a sua saudação e os bons votos a Bartolomeu I e aos fiéis do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, invocando sobre todos a abundância das bênçãos celestes.

"A 30 de Novembro, recordou aos fiéis, ocorre a festa de Santo André, irmãos de Simão Pedro. Ambos foram, primeiros seguidores de João Batista e, depois do Batismo de Jesus no rio Jordão, tornaram-se seus discípulos, reconhecendo n'Ele o Messias. Santo André é o patrono do Patriarcado de Constantinopla, e é assim que a Igreja de Roma se sente ligada àquela Igreja por um laço de especial fraternidade. Portanto nesta feliz circunstância, concluiu o Papa, segundo a tradição, uma delegação da Santa Sé, chefiada pelo Cardeal Walter Kasper, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos deslocou-se em visita ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I".

Deus, ajuda-nos a vencer as violências destes dias, reza Bento XVI

Deus, ajuda-nos a vencer as violências destes dias, reza Bento XVI

Da Redação, com Rádio Vaticano


Neste I Domingo do Advento, o Papa Bento XVI efetuou uma visita pastoral à paroquia de São Lourenço fora de muros, que se encontra ao lado do cemitério Verano, um lugar ligado a duas grandes personalidades do século passado, o Papa Pio XII e Alcides De Gasperi, que tiveram entre si relações nada fáceis depois daquele primeiro Ministro italiano, considerado um dos pais fundadores da União Européia, ter reivindicado a autonomia dos leigos católicos em política.

Para se deslocar à Basílica de São Lourenço, Bento XVI percorreu de automóvel o mesmo percurso seguido a 19 de Julho de 1943 por Pio XII que saiu do Vaticano para manifestar a sua solidariedade às vitimas do primeiro bombardeio das forças aliadas sobre Roma.

Naquele dia a batina branca de Pio XII ficou manchada do sangue de alguns dos feridos que ele confortara para fazer sentir a sua presença de pai e de pastor, levando também ajudas materiais. Uma fotografia memorável mostra-o rodeado de uma multidão de rostos atemorizados no momento em que alarga os braços no gesto característico de abençoar.

Antes de deixar a Basílica de São Lourenço, Bento XVI prestou hoje homenagem ao monumento que recorda a visita de Pio XII àquele bairro popular romano que então foi quase inteiramente arrasado. Em pouco mais de duas horas os aviões das forças aliadas tinham largado sobre a cidade 1.060 toneladas de explosivo. Foi a maior invasão efetuada até aquele momento sobre a Itália, a mais trágica como número de vítimas: 3.000 mortos e 6.000 feridos.

"Jamais poderá ser apagado da memória da história", disse o Papa na sua homilia referindo-se à visita de Pio XII ao bairro de São Lourenço, "o gesto generoso efetuado naquela ocasião pelo meu venerável predecessor, que correu imediatamente a socorrer e consolar a população duramente atingida, entre os escombros ainda fumegantes. Não esqueço ainda, que esta Basílica de São Lourenço acolhe os restos mortais de outras duas grandes personalidade: no apogeu de fato estão colocados à veneração dos fiéis os restos mortais do beato Pio IX, enquanto que no átrio, está colocado o túmulo de Alcides De Gasperi, guia sapiente e equilibrado para a Itália nos anos difíceis da reconstrução pós–belica, e ao mesmo tempo, estadista insígne capaz de olhar para a Europa com uma ampla visão cristã".

Papa reza pela Paz

"Deus, ajuda-nos a vencer as violências destas semanas", foi assim que o Papa implorou durante a Missa desta manhã, referindo-se implicitamente ao ataque terrorista de Mumbai e aos reencontros inter-étnicos da Nigéria.

Trata-se de palavras improvisadas durante a sua homilia. "Vem hoje Senhor, ajuda-nos, ilumina-nos, dá-nos a paz, ajuda-nos a vencer a violência, vem Senhor, rezamos precisamente nestas semanas, Senhor, faz resplandecer o teu rosto e seremos salvos".

Mais adiante o Papa acrescentou: "mostra-nos Senhor, hoje no nosso tempo, em todas as partes do mundo a tua misericórdia, deixa-nos sentir a tua presença e dá-nos a tua salvação".

Vaticano vai publicar documento sobre migrações

Vaticano vai publicar documento sobre migrações

Ecclesia


O Secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, o Arcebispo Agostino Marchetto, afirmou que no próximo ano o Vaticano vai publicar um documento dedicado ao acolhimento dos refugiados, com indicações precisas sobre a assistência a dar a esta população.

Na Assembléia da Comissão para as Migrações da Conferência Episcopal da Alemanha, que decorre em Colônia, Dom Marchetto destacou que este, como outros documentos publicados pela Santa Sé, lembrou o documento o dedicado aos ciganos e ao apostolado da estrada, será colocado à disposição das conferências episcopais do mundo. O Arcebispo espera que as Igrejas locais intervenham, junto dos seus respectivos governos, para que o documento seja adotado.

Com o novo documento, concluiu D. Agostino Marchetto, "o problema do respeito da dignidade dos refugiados poderá ser resolvido perante um sincero esforço de ação, concordado a nível internacional".

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Papa envia mensagem de condolências pelo atentato em Mumbai

Papa envia mensagem de condolências pelo atentato em Mumbai

Rádio Vaticano

ReutersAtivistas da União dos Estudantes da Índia acendem vela durante vigília pelas vítimas do atentadoO Papa Bento XVI enviou um telegrama de condolências pelas vítimas dos atentados que ontem, 26, atingiram a cidade indiana de Mumbai (antiga Bombaim), provocando 125 mortos e mais de 300 feridos, segundo os últimos balanços.

O Papa escreve ao Arcebispo local, Cardeal Oswald Gracias, manifestando-se "profundamente preocupado pela irrupção da violência em Mumbai" e oferecendo as suas condolências as famílias enlutadas por causa destes "ataques brutais".

A mensagem papal apela ao "fim de todos os atos de terrorismo, que ofendem gravemente a família humana e desestabilizam severamente a paz e a solidariedade necessárias para construir a civilização digna da nobre vocação da humanidade para o amor por Deus e pelo próximo".

Bento XVI deixa ainda uma palavra de alento às autoridades, cidadãos e todos os que foram afectados pelos atentados

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Papa envia mensagem aos participantes do Congresso Pela Vida

Papa envia mensagem aos participantes do Congresso Pela Vida


"Sejam verdadeiros portadores da Vida!". Esta foi a exortação dirigida pelo Papa Bento XVI aos participantes do Congresso Internacional pela Vida que iniciou hoje, 25, em Indaiatuba (SP).

Por meio de uma breve mensagem lida pelo secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, enviada aos conferencistas, o Pontífice demonstrou sua alegria e apreço pela iniciativa do evento e pediu que todos se esforcem para que a vida seja preservada. Por fim dirigiu aos participantes sua bênção apostólica.

A abertura contou com a presença do núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri; do chanceler da Pontifícia Academia para a Vida, Mons. Ignácio Carrasco de Paula; de Dom Dimas Lara Barbosa; do arcebispo de Campinas, Dom Bruno Gamberini; do membro da PAV, Padre Aníbal Gil Lopes, e do responsável pela Casa de Retiros Vila Kostka, padre Emmanuel.

O presidente da Conferência Nacional da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, afirmou, durante a abertura que o evento estreita a relação entre a Pontifícia Academia para a Vida, organizadora do evento junto com a CNBB, e as dioceses. "Sua finalidade [do Congresso] é buscar estabelecer uma relação mais estreita entre esse importante organismo da Santa Sé, responsável pela reflexão acadêmica sobre as questões da Vida, e a missão pastoral dos bispos e das Igrejas locais”.

"Este Congresso vem dar continuidade às reflexões iniciadas com a Campanha da Fraternidade deste ano, que escolheu tratar da defesa da vida humana", disse Dom Dimas. Papa o secretário da CNBB, este é um tema urgente, pois no Brasil a vida vem sendo ameaçada em vários aspectos, como através do aborto, eutanásia e fome.

O presidente emérito da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Elio Sgreccia destacou que é necessário fazer compreender que o "bem da vida" é o "bem fundamental para todos", e que este é o fundamento base para a sociedade, fundamento para que exista um verdadeira solidariedade. "Creio que o Brasil está tendo um rápido progresso, mas nem por isso pode esquecer este fundamento", destacou o Bispo.

Um dos idealizadores do evento no Brasil e membro da Pontifícia Academia para a Vida, Padre Doutor Aníbal Gil Lopes, falou que é tarefa deste dicastério ser espaço para a discussão da bioética. “Este congresso representa a resposta da Igreja em defesa da vida e daquele que não é capaz de defender sua própria vida”, acrescentou.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cardeal recorda representatividade da vida monástica para Igreja

Cardeal recorda representatividade da vida monástica para Igreja

Da Redação, com Rádio Vaticano


Iniciou hoje, 18, o encontro entre a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano. A plenária, este ano, trás como tema "A vida monástica e o seu significado na Igreja e no mundo de hoje".

Na abertura do encontro, o prefeito da Congregação, Cardeal Franc Rodé, recordou que o monaquismo representa a primeira forma de vida religiosa na história da Igreja e permanece ainda hoje um exemplo para qualquer outra forma de vida religiosa e batismal.

O Cardeal afirmou que a vida monástica passa por um momento de pobreza e de fraqueza: “Um momento, portanto, que pode revelar-se como hora pascal. Há comunidades que diminuem e se encaminham inclusive para o fim, mas também comunidades que se renovam", explicou.

"Muitos são os cristãos e os próprios religiosos e religiosas que vão aos mosteiros para renovar a própria fé, para exercitar-se na arte espiritual, para encontrar paz e renovar as forças em vista de sua missão na Igreja e entre os homens. A responsabilidade dos monges, portanto, é grande, e a Igreja espera deles um testemunho límpido e forte da presença de Deus", afirmou o cardeal.

E ele concluiu com um texto eloqüente, quando o profeta Isaías pergunta ao Senhor: "Até quando esta crise?" (cf. Is 6,11), e Ele responde: "Até que ficar um décimo, como o carvalho que, uma vez derrubado, deixa apenas um toco; esse toco será uma semente santa" (cf. Is 6,13).

"Sim, o importante é que a vida monástica seja santa, fiel ao Evangelho: e mesmo que permanecer somente um toco, dele nascerão outros ramos, porque aquele toco é semente santa", afirmou o cardeal.

O Cardeal indicou, por fim, três pontos que serão debatidos na Plenária: o celibato, o perigo do ativismo e a formação para reencontrar uma teologia sapiencial.

Livraria Internacional Bento XVI é inaugurada

Livraria Internacional Bento XVI é inaugurada

Da Redação, com Rádio Vaticano


O secretário de Estado, Cardeal Tarcísio Bertone, inaugurou hoje, 18, na Praça Pio XII, perto da Praça São Pedro, a Livraria Internacional Bento XVI.

Segundo Cardeal Bertone, esta livraria vai manter uma intensa colaboração com o Serviço Fotográfico do jornal L’Osservatore Romano e com o Departamento numismático e filatélico do Vaticano. "Na loja será possível encontrar as fotos relativas às audiências e às viagens do Papa, as novidades filatélicas e numismáticas e toda a produção da Livraria Editora Vaticana".

O projeto da loja foi feito pelo arquiteto Gianni Testa, que se inspirou na Praça de São Pedro como local que acolhe todos e como coração do mundo católico.

"Podemos dizer que com esta sede foi criada mais uma praça, ligada à Praça S. Pedro, na qual quem entra pode encontrar o Senhor. Na aldeia globalizada da pós-modernidade, onde a secularização divide sempre mais o homem de Deus e, conseqüentemente, os homens entre si, esta livraria pretende representar a novidade sempre atual da fé cristã, contida na imutável Palavra de Deus", disse o cardeal.

Esta nova livraria, acrescentou, "se propõe como local de evangelização e de autêntica promoção humana, oferecendo textos e subsídios que respondem às expectativas, às exigências e aos desafios da cultura contemporânea".

Já o diretor do L'Osservatore Romano, Gian Maria Vian, explicou: "Trata-se de uma nova porta que se abre aos visitantes, peregrinos, mas também turistas e que, vindo a Roma, naturalmente visitam São Pedro. Portanto, a finalidade desta nova estrutura é: abrir-se sempre mais.

O L’Osservatore Romano sempre disponibilizou, além da documentação textual, um importante arquivo de imagens, que documenta toda a atividade pública do papa que, nas últimas décadas, está sempre mais em contato com os fiéis. Os fiéis, naturalmente, têm o desejo de consultar essa documentação, e por isso os pedidos são inúmeros".

sábado, 15 de novembro de 2008

Papa pede nova geração de políticos católicos coerentes com a fé

Papa pede nova geração de políticos católicos coerentes com a fé

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI pediu hoje,15, mais uma vez a formação de uma nova geração de políticos católicos, coerentes com a fé e servidores do bem comum. Recebendo os participantes da Plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, Bento XVI reiterou a necessidade e a urgência da formação evangélica e do acompanhamento pastoral de uma nova geração de católicos, mais engajada na política. Para o Papa, os novos políticos católicos devem ser:

"Coerentes com a fé professada, moralmente rigorosos, capazes de um juízo cultural, competentes profissionalmente, e devem também ser apaixonados pelo serviço em prol do bem comum".

Por sua vez, disse o Papa, os leigos devem dar testemunho de caridade, especialmente com os pobres, os sofredores, os mais carentes; e devem também assumir o compromisso cristão de construir condições de maior justiça e paz na convivência humana, abrindo novas fronteiras ao Evangelho.

"Peço ao Pontifício Conselho para is Leigos,acrescentou, que acompanhe com diligente zelo pastoral a formação, o testemunho e a colaboração dos fiéis leigos em todas as situações que colocam em risco a autêntica qualidade da vida humana na sociedade", acrescentou Bento XVI.

A este respeito, o pontífice citou a exortação apostólica 'Christifideles laici', de João Paulo II, relevando que "o grande trabalho na vinha do Senhor precisa de fiéis cristãos leigos, que, como a Santíssima Virgem Maria, digam e vivam o seu 'sim' ao desígnio de Deus, em suas vidas".

Em sua saudação ao Papa, o cardeal presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Stanislaw Rylko, havia nomeado o documento de Wojtyla, afirmando que "enquanto o desinteresse sempre foi inaceitável, hoje ele se tornou ainda mais culpado".

Entre as questões mais relevantes aos cuidados do Pontifício Conselho para os Leigos, está a questão da mulher, disse o Papa.

"Jamais será dito o suficiente para expressar o quanto a Igreja aprecie, reconheça e valorize a participação das mulheres em sua missão de serviço na difusão do Evangelho. Iguais em dignidade, o homem e a mulher são chamados a enriquecer-se mutuamente em comunhão e colaboração, não apenas no matrimônio e na família, mas também na sociedade, em todas as suas dimensões".

"Às mulheres cristãs, requer-se consciência e coragem para enfrentar tarefas exigentes, para as quais, todavia, contam com o apoio de uma destacada propensão à santidade, de uma perspicácia no discernimento das correntes culturais de nossos tempos, e da paixão especial ao cuidar do humano que a caracteriza", completou o pontífice.

O papel das mulheres na Igreja e na sociedade foi exaltado 20 anos atrás por João Paulo II, com a carta apostólica 'Mulieris dignitatem'. Esta manhã, Bento XVI exortou cardeais, bispos, sacerdotes e responsáveis de associações e movimentos laicais presentes na audiência a inspirar-se nela, em sua ação.

Bento XVI fala sobre cuidados necessários com crianças doentes

Bento XVI fala sobre cuidados necessários com crianças doentes

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI recebeu no Vaticano os participantes na Conferência Internacional do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, que nestes dias debateu o tema "A pastoral no cuidado a crianças doentes". O Santo Padre manifestou a certeza de que estes dias de reflexão e confronto sobre um tema tão atual, contribuirão para sensibilizar a opinião pública sobre o dever de reservar ás crianças todas as atenções necessárias para o seu desenvolvimento físico e espiritual harmonioso. E se isto vale para todas as crianças, vale ainda mais para as crianças doentes e necessitadas de cuidados médicos especiais.


Não é supérfluo recordar, afirmou o Santo Padre, que no centro de cada intervenção médica deve estar sempre a consecução do verdadeiro bem da criança, considerada na sua dignidade de sujeito humano com plenos direitos. Portanto deve ser acudida sempre com amor, para a ajudar a enfrentar o sofrimento e a doença, também ainda antes do nascimento, na medida adequada á situação.



Tendo depois em conta o impacto emotivo, devido á doença e aos tratamentos a que a criança é submetida, que não raras as vezes resultam particularmente invasivos, é importante assegurar-lhes uma comunicação constante com os familiares.

O aspecto sanitário e o aspecto humano nunca devem estar dissociados, e cada estrutura assistencial e de saúde, sobretudo se animada por genuíno espírito cristão, tem o dever de oferecer o melhor que há de competência e humanidade. O doente, de maneira especial a criança, compreende particularmente a linguagem da ternura e do amor, manifestado através de um serviço primoroso, paciente e generoso, animado nos crentes pelo desejo de manifestar a mesma predileção que Jesus nutria pelos pequeninos.

No seu discurso Bento XVI quis dirigir um pensamento especial aos pequenos órfãos ou a abandonados por causa da miséria e da desagregação familiar, as crianças vítimas da AIDS ou da guerra e dos tantos conflitos armados que se verificam em várias partes do mundo.

A Igreja não esquece estes seus filhos mais pequenos e se, por um lado, aplaude as iniciativas das Nações mais ricas para melhorar as condições do seu desenvolvimento, por outro, adverte com força o dever de convidar a prestar uma maior atenção a estes nossos irmãos, para que graças á nossa solidariedade, possam olhar para a vida com confiança e esperança.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Bento XVI recebe presidente Lula


Bento XVI recebe presidente Lula

Rádio Vaticano

APEncontro tem objetivo de firmar acordo entre Brasil e Santa SéO presidente Lula foi recebido hoje, 13, pelo Papa Bento XVI no Vaticano. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, a audiência transcorreu em um clima cordial que permitiu "troca de opiniões frutuosa sobre temas da atual conjuntura internacional e regional".

O encontro abordou aspectos da situação no Brasil, em particular sobre a política social que quer melhorar as condições dos marginalizados. As políticas visam ainda favorecer o papel fundamental da família na luta contra a violência e a degradação social.

A colaboração entre a Igreja e o Estado foi sublinhada com vista à promoção dos valores morais e do bem comum não apenas no país, mas em especial em favor da África.

Lula da Silva agradeceu a visita de Bento XVI ao Brasil, em Maio de 2007, por ocasião da V Assembléia Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, em Aparecida.

Após o encontro com o Papa, Lula e o Ministro dos Assuntos Externos, Celso Amorim, encontraram-se com o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, acompanhado pelo Secretário para os assuntos estrangeiros, Dom Dominique Mamberti.

Acordo entre Brasil e Santa Sé

Este encontro visava firmar um acordo entre Brasil e Santa Sé. Também o Núncio do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri esteve presente.

O acordo consolida os tradicionais vínculos de amizade e colaboração existente entre os dois países. O documento trata de diferentes assuntos, entre os quais, o estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil, o reconhecimento dos títulos de estudo, o ensino religioso nas escolas públicas, o matrimónio canônico e o regime fiscal.

No ato da assinatura, Dom Dominique Mamberti recordou as palavras do Papa, em sua visita ao Brasil. "Bento XVI indicou que este país ocupa um lugar especial no coração do Papa não apenas porque nasceu cristão e por possuir um elevado número de católicos, mas, principalmente, porque é uma nação rica em potencialidades com uma presença eclesial que é motivo de alegria e esperança para toda a Igreja".

O Bispos apontou que o acordo não vem estabelecer "privilégios, pois não é privilégio o reconhecimento de uma realidade social como é o grande relevo histórico e social e atual que a Igreja católica tem no Brasil, sem deixar de ser uma sociedade pluralista e onde os cidadãos de outras religiões praticam a sua fé e convicção ideológica.

Dom Dominique Mamberti quis ainda sublinhar o papel da Conferência Episcopal do Brasil, na gênese deste acordo. "Foi o episcopado que, em 1991, sugeriu o estabelecimento de um Acordo Internacional entre a Igreja e o Estado. Depois do impulso inicial, em 2006, deram-se passos nas negociações, que terminam neste feliz acontecimento, que quer consolidar as relações entre o Brasil e a Santa Sé e favorecer o desenvolvimento da missão da Igreja católica, mas também promover o progresso espiritual e material de todos os habitantes do Brasil, e ajudar, tanto quanto possível, a resolver os problemas que hoje a humanidade atravessa".

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Vaticano analisa Pastoral junto a crianças doentes

Vaticano analisa Pastoral junto a crianças doentes
Rádio Vaticano


Foi apresentada na manhã desta terça-feira, 11, na Sala de Imprensa da Santa Sé, a XXIII Conferência Internacional promovida pelo Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, sobre o tema "A pastoral no cuidado das crianças doentes".

A conferência, que começa nesta quinta-feira, 13, no Vaticano, tem por objetivo delinear um futuro de esperança para os pequenos doentes. De modo especial, será debatida a questão da mortalidade infantil. A cada ano, 4 milhões de bebês morrem com menos de 26 dias de vida; e este tema nunca foi enfrentado antes de modo tão específico.

O assunto da pastoral na assistência aos pequenos enfermos foi escolhido pessoalmente pelo Papa. De acordo com o Cardeal Javier Lozano Barragán, presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes da Saúde, existem milhões de crianças doentes: dois milhões e meio são portadores da AIDS, transmitida pelos pais.

Participarão da Conferência especialistas do mundo inteiro, escolhidos com base nos critérios de "realidade, pensamento e ação", especificou o Cardeal da Cúria romana.

Naturalmente, continua, a Conferência não tratará da cura, mas sim da evangelização da criança doente:

"O que mais me toca é a evangelização, não só a assistência: queremos entender como podemos, concretamente, atuar uma espécie de 'cura da felicidade e da saúde', que desabrocha na salvação eterna. Ou seja, como deixar que as crianças se aproximem do Senhor Jesus. A psicologia, por exemplo, nos ajuda tanto a compreender a idade evolutiva, a entender a criança. Mas, às vezes, nos afasta de Cristo. O que mais me interessa", diz o Cardeal Barragán, é o "Deixem que as crianças venham a mim".

domingo, 9 de novembro de 2008

Bento XVI faz apelo pela Paz no Congo e contra anti-semitismo

Bento XVI faz apelo pela Paz no Congo e contra anti-semitismo

Da Redação, com Rádio Vaticano


Diversas e importantes intenções foram recordadas pelo Papa Bento XVI, diante das milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a oração do Ângelus, deste domingo, 9.

Em seu discurso introdutório ao Ângelus, Bento XVI ilustrou a celebração litúrgica de hoje: a festa da dedicação da Basílica de São João de Latrão, Catedral de Roma. Nas saudações que se seguiram à oração mariana, o Papa lembrou com pesar os 70 anos do início da perseguição aos judeus, na Alemanha, e lembrou também com preocupação os confrontos e atrocidades que têm acontecido na região de Kivu-norte, da República Democrática do Congo:

"Ocorre hoje o septuagésimo aniversário daquele triste acontecimento que se verificou na noite de 9 para 10 de Novembro de 1938, quando se desencadeou a fúria nazista contra os judeus. Foram atacadas e destruídas lojas, escritórios, habitações e sinagogas, foram também mortas numerosas pessoas, dando-se início à perseguição sistemática e violenta dos judeus alemães, que culminou na Shoah".

"Ainda hoje me faz sofrer aquilo que aconteceu naquela trágica circunstância cuja memória deve servir a fazer com que nunca mais se repitam semelhantes horrores e as pessoas se empenhem, a todos os níveis, contra qualquer forma de anti-semitismo e de discriminação, educando sobretudo as jovens gerações ao respeito e ao acolhimento recíproco. Convido também a rezar pelas vítimas de então e a unir-vos a mim no manifestar profunda solidariedade com o mundo judaico".

Situação no Congo

O Papa recordou depois as "inquietantes notícias" que continuam a chegar da região do Kivu do Norte, na República Democrática do Congo. "Sangrentos confrontos armados e atrocidades sistemáticas provocaram e estão provocando numerosas vítimas entre os civis inocentes; destruições, saques e violências de todo o gênero constrangeram outras milhares de pessoas a abandonar mesmo aquele pouco que tinham para sobreviver".

Calcula-se que os refugiados sejam atualmente mais de um milhão e meio, alertou o Papa. "A todos e a cada um desejo exprimir a minha particular proximidade, ao mesmo tempo que encorajo e bendigo quantos se estão empenhando em aliviar os seus sofrimentos, entre os quais menciono em particular os agentes pastorais daquela Igreja local".

Bento XVI apresentou os seus pêsames às famílias enlutadas, assegurando a sua oração de sufrágio e concluiu com um apelo:
"Renovo o meu fervoroso apelo para que todos colaborem em restabelecer a paz naquela terra desde há demasiado tempo martirizada, no respeito da legalidade e sobretudo da dignidade da pessoa humana".

Dedicação da Basílica

Referindo-se à celebração do dia: a dedicação da Basílica de Latrão, considerada "mãe e cabeça de todas as Igrejas da Cidade de Roma e de todo o mundo. Trata-se, de fato, da primeira basílica a ser construída, depois do Édito do imperador Constantino que, em 313, concedeu aos cristãos a liberdade de praticar a sua religião. Ao lado foi construído a residência do bispo de Roma, onde os Papas viveram até ao século XIV. A festa da dedicação desta basílica, inicialmente celebrada só na cidade de Roma, foi estendida a todas as Igrejas de rito romano, no século XVI.

"Honrando o edifício sagrado, entende-se exprimir amor e veneração pela Igreja romana que, como afirma Santo Inácio de Antioquia, preside à caridade de toda a comunidade católica. Nesta solenidade a Palavra de Deus recorda uma verdade essencial: o templo de tijolos é símbolo da Igreja viva, a comunidade cristã, que já os Apóstolos Pedro e Paulo, nas suas cartas, entendiam como 'edifício espiritual', construído por Deus com as 'pedras vivas' que são os cristãos, sobre o único alicerce que é Jesus Cristo, comparado por sua vez à 'pedra angular'".

"A beleza e a harmonia das Igrejas, destinadas a dar louvor a Deus, convida também a nós, seres humanos, limitados e pecadores, a convertermo-nos para formar um 'universo', uma construção bem ordenada, em estreita comunhão com Jesus, o verdadeiro Santo dos Santos".

"A festa de hoje celebra um mistério sempre atual: que Deus quer edificar para si no mundo um templo espiritual, uma comunidade que o adore em espírito e verdade. Mas esta ocorrência recorda-nos também a importância dos edifícios materiais, nos quais se reúnem as comunidades para celebrar os louvores de Deus. Cada comunidade tem portanto o dever de conservar cuidadosamente os seus edifícios sagrados, que constituem um precioso patrimônio religioso e histórico".

É necessário uma Igreja para ser cristão?

Pregador do Papa: É necessário uma Igreja para ser cristão?

Zenit

Comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap., pregador da Casa Pontifícia, sobre liturgia deste domingo, 9.

Dedicação da Basílica de São João de Latrão - Catedral de Roma
Ezequiel 47, 1-2.2.8-9
Salmo 45
I Coríntios 3, 9-13.16-17
João 2, 13-22

Esta é a casa de Deus!

Este ano, no lugar do XXXII domingo do Tempo Comum, celebra-se a festa da dedicação da igreja-mãe de Roma, a Basílica de São João de Latrão, dedicada em um primeiro momento ao Salvador e depois a São João Batista. Que representa para a liturgia e para a espiritualidade cristã a dedicação de uma igreja e a própria existência da igreja, entendida como lugar de culto? Temos que começar com as palavras do Evangelho: "Mas chega a hora (já estamos nela) em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque assim quer o Pai que sejam os que o adoram".

Jesus ensina que o templo de Deus é, em primeiro lugar, o coração do homem que acolheu sua palavra. Falando de si e do Pai, diz: "viremos a ele, e faremos morada nele" (João 14, 23). E Paulo escreve aos cristãos: "Não sabeis que sois santuário de Deus?" (1 Coríntios 3, 16). Portanto, o crente é templo novo de Deus. Mas o lugar da presença de Deus e de Cristo também se encontra "onde estão dois ou três reunidos em meu nome" (Mateus 18, 20). O Concílio Vaticano II chama a família de "igreja doméstica" (Lumen Gentium, 11), ou seja, um pequeno templo de Deus, precisamente porque, graças ao sacramento do matrimônio, é, por excelência, o lugar no qual "dois ou três" estão reunidos em seu nome.

Por que, então, os cristãos dão tanta importância à igreja, se cada um de nós pode adorar o Pai em espírito e verdade em seu próprio coração ou em sua própria casa? Por que é obrigatório ir à igreja todos os domingos? A resposta é que Jesus não nos salva separadamente; veio para formar um povo, uma comunidade de pessoas, em comunhão com Ele e entre si.

O que é a casa para uma família, é a igreja para a família de Deus. Não há família sem uma casa. Um dos filmes do neo-realismo italiano que ainda recordo é "O teto" (Il tetto), escrito por Cesare Zavattini e dirigido por Vittorio De Sica. Dois jovens, pobres e enamorados, se casam, mas não têm uma casa. Nos arredores de Roma, após a 2ª Guerra Mundial, inventam um sistema para construir uma, lutando contra o tempo e a lei (se a construção não chega até o teto, à noite será demolida). Quando no final terminam o teto, estão certos de que têm uma casa e uma intimidade própria e se abraçam felizes; são uma família.

Vi esta história se repetir em muitos bairros de cidade, em povoados e aldeias, que não tinham uma igreja própria e tiveram de construir-se uma por sua conta. A solidariedade, o entusiasmo, a alegria de trabalhar juntos com o sacerdote para dar à comunidade um lugar de culto e de encontro são histórias que valeriam a pena levar às telas como no filme de De Sica...

Agora, temos que evocar também um fenômeno doloroso: o abandono em massa da participação na igreja e, portanto, na missa dominical. As estatísticas sobre a prática religiosa são para fazer chorar. Isto não quer dizer que quem não vai à igreja necessariamente perdeu a fé; não, o que acontece é que se substitui a religião instituída por Cristo pela chamada religião "a la carte". Nos Estados Unidos dizem "pick and choose" (pegue e escolha). Como no supermercado. Deixando a metáfora de lado, cada um forma sua própria idéia de Deus, da oração e fica tranqüilo.

Esquece-se, deste modo, que Deus se revelou em Cristo, que Cristo pregou um Evangelho, que fundou uma ekklesia, ou seja, uma assembléia de chamados, que instituiu os sacramentos, como sinais e transmissores de sua presença e de sua salvação. Ignorar tudo isto para criar a própria imagem de Deus expõe ao subjetivismo mais radical. Neste caso, se verifica o que dizia o filósofo Feuerbach: "Deus é reduzido à projeção das próprias necessidades e desejos. Já não é Deus quem cria o homem à sua imagem, mas o homem cria um deus à sua imagem. Mas é um Deus que não salva!".

Certamente, uma realidade conformada só por práticas exteriores não serve de nada; Jesus se opõe a ela em todo o Evangelho. Mas não há oposição entre a religião dos sinais e dos sacramentos e a íntima, pessoal; entre o rito e o espírito. Os grandes gênios religiosos (pensemos em Agostinho, Pascal, Kierkegaard, Manzoni) eram homens de uma interioridade profunda e sumamente pessoal e, ao mesmo tempo, estavam integrados em uma comunidade, iam à sua igreja, eram "praticantes".

Nas Confissões (VIII, 2), Santo Agostinho narra como acontece a conversão do grande orador e filósofo romano Victorino. Ao converter-se à verdade do cristianismo, dizia ao sacerdote Simpliciano: "Agora sou cristão". Simpliciano lhe respondia: "Não creio até ver-te na igreja de Cristo". O outro lhe perguntou: "Então, são as paredes que nos tornam cristãos?". E o tema ficou no ar. Mas um dia Victorino leu no Evangelho a palavra de Cristo: "quem se envergonha de mim e de minhas palavras, desse se envergonhará o Filho do homem". Compreendeu que o respeito humano, o medo do que pudessem dizer seus colegas, o impedia de ir à igreja. Foi visitar Simpliciano e lhe disse: "Vamos à igreja, quero tornar-me cristão". Creio que esta história tem algo a dizer hoje a mais de uma pessoa de cultura.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Papa discursa aos muçulmanos e assinala amor a Deus e ao próximo

Papa discursa aos muçulmanos e assinala amor a Deus e ao próximo

Rádio Vaticano

O Papa Bento XVI recebeu nesta manhã, na Sala Clementina, 60 participantes do Fórum católico-muçulmano, que concluiu hoje, 6, no Vaticano.

Em seu discurso, o Papa partiu do tema do encontro "Amor a Deus, Amor ao próximo: a dignidade da pessoa humana e respeito mútuo", extraído por sua vez da carta que líderes muçulmanos escreveram um ano atrás aos cristãos.

"Este tema evidencia ainda mais claramente os fundamentos teológicos e espirituais das respectivas religiões", disse o Papa que acrescentou: "No caso dos cristãos, o ensinamento central é 'Deus é Amor', amor que se tornou visível e manifesto em Jesus Cristo. Ele doou a si mesmo para restaurar a dignidade de cada pessoa humana e levá-la à salvação".

Uma única família

"Certamente, católicos e muçulmanos têm visões diferentes em relação a Deus", afirmou o papa. "Todavia, juntos devemos mostrar que nos consideramos membros de uma única família: a família que Deus amou. Deus pede para unir forças em prol das pessoas vítimas de doenças, fome, pobreza, injustiça e violência", afirmou o Papa explicando que paraos cristãos, o amor a Deus é inseparável do amor ao próximo, do amor por todos os homens e mulheres, sem distinção de raça ou de cultura. "Esse serviço aos necessitados também pertence à tradição muçulmana", assinalou.

"Devemos trabalhar juntos na promoção do respeito da dignidade da pessoa humana e dos direitos humanos fundamentais, mesmo que nossas visões antropológicas e teológicas justifiquem isso de maneira diferente", explicou Bento XVI.

"Somente reconhecendo a centralidade da pessoa humana e a dignidade de todo ser humano, respeitando e defendendo a vida que é dom de Deus, e é sagrada para cristãos e muçulmanos, somente com base neste reconhecimento podemos encontrar um terreno comum para construir um mundo mais fraterno", continuou.

Um mundo no qual as diferenças sejam enfrentadas de modo pacífico e o devastador poder das ideologias seja neutralizado: "Mais uma vez, a minha esperança é que esses direitos humanos fundamentais sejam protegidos por todos e em todos os lugares. Os líderes políticos e religiosos têm o dever de garantir o livre exercício desses direitos no pleno respeito da liberdade de consciência e de religião de cada um".

Discriminação e violência

O Papa definiu como "inaceitáveis e injustificáveis" a discriminação e a violência que ainda hoje fiéis de várias religiões enfrentam em algumas regiões do mundo. "Tudo isso é ainda mais grave e deplorável quando é feito em nome de Deus", recordou.

"O nome de Deus pode ser somente um nome de paz e fraternidade, justiça e amor. Nós somos chamados a demonstrar, com as nossas palavras e ainda mais com as nossas ações, que a mensagem das nossas religiões é incansavelmente uma mensagem de harmonia e de mútua compreensão."

Por fim, o Papa fez votos para que iniciativas como este Fórum criem mais espaços para o diálogo, a fim de superar incompreensões e desentendimentos: "Devemos trabalhar para superar os preconceitos do passado e corrigir as imagens muitas vezes distorcidas que temos um do outro. E que as reflexões que emergiram deste encontro não fiquem limitadas a um grupo de especialistas, mas sejam colocadas a serviço de todos".

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Ressurreição revela identidade autêntica de Cristo, diz Papa

Ressurreição revela identidade autêntica de Cristo, diz Papa

Da Redação, com Rádio Vaticano


Nesta quarta-feira, 5, o Santo Padre manteve seu habitual encontro com os fiéis na Praça São Pedro. Milhares de pessoas estavam presentes e ouviram a catequese do Papa, que se concentrou mais uma vez no apóstolo Paulo, neste ano em que celebramos os dois mil anos de nascimento.

Bento XVI explicou que em sua primeira carta aos Coríntios, São Paulo assinala a importância da ressurreição de Cristo para a nossa fé cristã. Somente com a Cruz, sem a ressurreição de Jesus, a vida cristã seria um absurdo. O mistério pascal consiste precisamente no fato que o Crucificado ressuscitou.

Aquele que morreu e nos revelou o imenso amor de Deus por nós está vivo e presente entre nós. Esta é a chave da cristologia paulina, que parte sempre deste mistério e a ele retorna. Ao anunciar Jesus Cristo, Paulo destaca particularmente que nós fomos justificados por sua morte e ressurreição.

Para o apóstolo, explicou o Papa, a ressurreição de Jesus foi um episódio realmente ocorrido na história, que teve testemunhas. Houve sinais precisos, não foi algo inventado. É justamente através dela que se revela definitivamente a autêntica identidade do Crucificado.

Efetivamente, a ressurreição manifesta plenamente a natureza divina que Ele sempre possuiu. Jesus ressuscitou para ser o Senhor dos vivos e dos mortos. O verdadeiro fiel, concluiu o Papa, obtém a salvação professando que Cristo é o Senhor e acreditando que Deus o ressuscitou dos mortos.

Bento XVI quer levar esperança ao povo africano

Bento XVI quer levar esperança ao povo africano

Rádio Vaticano


"Certamente a África, com seus graves problemas, está presente nas palavras e no coração do Papa, mas uma viagem sempre tem um significado fortíssimo de participação, de presença, de contato direto". Assim, Padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa, da RV e do CTV, comentou a visita do Papa a Camarões e Angola, em sua última edição de 'Octava Dies', semanário do Centro Televisivo Vaticano.

Bento XVI realizará sua primeira viagem ao continente em março próximo. Segundo Pe. Lombardi, o objetivo da visita é dar esperança a seus povos, que sofrem com a violência e a pobreza.

2009 será também o ano da Assembléia especial do Sínodo dos Bispos para a África, e a visita de Bento XVI terá um papel fundamental em sua preparação: toda a Igreja dirigirá seu olhar ao continente.

"João Paulo II, que havia dedicado à África uma atenção apaixonada – chegando a receber o apelido de 'João Paulo II, o africano' – não pôde voltar ao continente nos últimos anos de pontificado: suas últimas breves viagens se realizaram à Nigéria, em 98, e ao Egito e ao Sinai, em 2000".

"Todos temos em nossos olhos imagens dramáticas de conflitos e de pobreza, mas também uma extraordinária vitalidade daquele continente, que é preciso libertar, animar, sustentar e orientar, a fim de que os africanos possam construir a África com dignidade e esperança. Uma mensagem de esperança: é certamente isso que o papa Bento XVI levará à terra africana", afirmou Pe. Lombardi.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Vida eterna inicia quando nos abrimos ao mistério de Deus

Vida eterna inicia quando nos abrimos ao mistério de Deus

Ecclesia


Hoje, 3, o Papa Bento XVI presidiu Missa em sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos nos últimos doze meses. Na cerimônia, celebrada na Basílica de São Pedro, o Santo Padre disse que "a vida eterna tem início na medida em que nos abrimos ao mistério de Deus e o acolhemos no meio de nós".

"Deus é a verdadeira sabedoria, que não envelhece, é a autêntica riqueza que não se deteriora, é a felicidade a que aspira profundamente o coração de cada homem", precisou Bento XVI, acrescentando que "a verdadeira vida, a vida eterna, começa já neste mundo".

A partir das leituras proclamadas na celebração, o Papa sublinhou "o contraste entre aquilo que surge ao olhar superficial dos homens e aquilo que vêem, pelo contrário, os olhos de Deus".

"O mundo considera que tem sorte quem vive muitos anos. Deus, mais do que a idade, considera a retidão do coração. O mundo dá crédito aos sábios e aos doutos, ao passo que Deus tem uma predileção especial pelos pequenos", prosseguiu.

Neste sentido, Bento XVI disse que "existem duas dimensões da realidade: uma mais profunda, verdadeira e eterna; a outra marcada pela finitude, pela provisoriedade, e pela aparência."

"Na realidade, a verdadeira vida, a vida eterna começa já neste mundo, embora na precariedade dos acontecimentos da história", apontou na sua homilia.

Inicia amanhã fórum católico-muçulmano no Vaticano

Inicia amanhã fórum católico-muçulmano no Vaticano

Rádio Vaticano


Amanhã e depois de amanhã, 4 e 5 de novembro, se realizará no Vaticano o Fórum católico-muçulmano que terá como tema "Amor de Deus, amor do próximo" e sub-temas: "Os fundamentos teológicos e espirituais" e "Dignidade humana e respeito recíproco".

Ao todo, 29 expoentes do mundo católico receberão 29 representantes do grupo de 138 líderes islâmicos que escreveram ao papa a carta "Uma palavra comum entre nós", em outubro de 2007. A delegação, com alto nível acadêmico e intelectual, é composta por sunitas e xiitas, e será encabeçada pelo príncipe da Jordânia, Ghazi bin Muhammad bin Talal.

Os trabalhos de terça e quarta-feira terão lugar no Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, cujo presidente, cardeal Jean-Louis Tauran, lidera a delegação vaticana.

Quinta-feira, dia 6, pela manhã, os participantes serão recebidos pelo papa. À tarde, está prevista uma sessão pública na Pontifícia Universidade Gregoriana, durante a qual um participante católico e um expoente muçulmano apresentarão a "declaração final" do Fórum.

Papa faz alerta contra "crenças supersticiosas e sincretismos"

Papa faz alerta contra "crenças supersticiosas e sincretismos"

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI insurgiu-se hoje, 2, contra as "crenças supersticiosas e sincretismos" que rodeiam a morte, falando durante o Ângelus recitado no dia dos fiéis defuntos.

Perante os milhares de pessoas presentes reunidas esta manhã na Praça de São Pedro, o Papa salientou a importância de que os cristãos vivam os defuntos uma relação com o olhar da fé.

"Hoje é também necessário evangelizar a realidade da morte e da vida eterna, realidades particularmente sujeitas a crenças supersticiosas e sincretismos, para que a verdade cristã não corra o perigo de misturar-se com mitologias de várias espécies", alertou.

Spe Salvi

O Papa aproveitou a celebração deste domingo para repetir algumas perguntas contidas na sua Encíclica sobre a esperança cristã: "Para nós, hoje, a fé cristã é também uma esperança que transforma e sustenta a nossa vida?".

"Os homens e as mulheres desta nossa época desejam ainda a vida eterna? Ou a tornou-se a existência terrena o seu único horizonte?", acrescentou.

Bento XVI disse, a respeito da vida eterna, que "não conhecemos de modo algum esta realidade, mas sentimo-nos atraídos por ela. Esta é uma esperança universal, comum aos homens de todos os tempos e lugares”.

A expressão vida eterna deseja dar um nome a esta expectativa irresistível, não uma sucessão sem fim, mas a imersão no oceano do amor infinito, no qual o tempo, o antes e o depois, já não existem, precisou, frisando que para os católicos se trata da "plenitude de vida e de alegria".

O Papa salientou ainda que a esperança cristã nunca é apenas individual, é sempre também esperança para os outros: "As nossas vidas estão profundamente ligadas umas às outras e o bem e o mal que cada um faz toca sempre também os outros. Assim, a oração de uma alma peregrina no mundo pode ajudar uma outra alma que se está a purificar depois da morte".

"É por isso que a Igreja nos convida a rezar pelos nossos queridos defuntos e a determo-nos em oração junto dos seus túmulos nos cemitérios", explicou.

domingo, 2 de novembro de 2008

Papa faz alerta contra "crenças supersticiosas e sincretismos"

Papa faz alerta contra "crenças supersticiosas e sincretismos"

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI insurgiu-se hoje, 2, contra as "crenças supersticiosas e sincretismos" que rodeiam a morte, falando durante o Ângelus recitado no dia dos fiéis defuntos.

Perante os milhares de pessoas presentes reunidas esta manhã na Praça de São Pedro, o Papa salientou a importância de que os cristãos vivam os defuntos uma relação com o olhar da fé.

"Hoje é também necessário evangelizar a realidade da morte e da vida eterna, realidades particularmente sujeitas a crenças supersticiosas e sincretismos, para que a verdade cristã não corra o perigo de misturar-se com mitologias de várias espécies", alertou.

Spe Salvi

O Papa aproveitou a celebração deste domingo para repetir algumas perguntas contidas na sua Encíclica sobre a esperança cristã: "Para nós, hoje, a fé cristã é também uma esperança que transforma e sustenta a nossa vida?".

"Os homens e as mulheres desta nossa época desejam ainda a vida eterna? Ou a tornou-se a existência terrena o seu único horizonte?", acrescentou.

Bento XVI disse, a respeito da vida eterna, que "não conhecemos de modo algum esta realidade, mas sentimo-nos atraídos por ela. Esta é uma esperança universal, comum aos homens de todos os tempos e lugares”.

A expressão vida eterna deseja dar um nome a esta expectativa irresistível, não uma sucessão sem fim, mas a imersão no oceano do amor infinito, no qual o tempo, o antes e o depois, já não existem, precisou, frisando que para os católicos se trata da "plenitude de vida e de alegria".

O Papa salientou ainda que a esperança cristã nunca é apenas individual, é sempre também esperança para os outros: "As nossas vidas estão profundamente ligadas umas às outras e o bem e o mal que cada um faz toca sempre também os outros. Assim, a oração de uma alma peregrina no mundo pode ajudar uma outra alma que se está a purificar depois da morte".

"É por isso que a Igreja nos convida a rezar pelos nossos queridos defuntos e a determo-nos em oração junto dos seus túmulos nos cemitérios", explicou.