domingo, 30 de novembro de 2008

>"Deus tem sempre tempo para nós", afirma Bento XVI

"Deus tem sempre tempo para nós", afirma Bento XVI

Da Redação, com Rádio Vaticano


Deus tem sempre tempo para nós, salientou o Papa antes do Angelus deste I Domingo de Advento. Bento XVI manifestou o seu horror pela violência em Mumbai, na India e em Jos na Nigéria. Saudação e bons votos aos fiéis do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla por ocasião da festa de Santo André

"Nós temos sempre pouco tempo, especialmente para o Senhor, não sabemos ou, às vezes, não queremos encontrá-lo. Ora bem, Deus tem sempre tempo para nós", afirmou Bento XVI falando da janela dos seus aposentos antes do Ângelus deste domingo.

"Todos dizemos que nos falta o tempo, porque o ritmo da vida cotidiana se tornou para todos frenético. Também a esse respeito a Igreja tem uma boa noticia para dar: Deus dá-nos o seu tempo".

Segundo Bento XVI esta é a primeira coisa que o início de um novo ano litúrgico nos faz redescobrir com maravilha sempre nova. "Sim: Deus dá-nos o seu tempo, porque entrou na história com a sua Palavra e as suas obras de salvação, para a abrir ao eterno, para a tornar história de aliança".

Nesta perspectiva, explicou aos cerca de 20 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o tempo já é, em si mesmo, um sinal fundamental do amor de Deus: um dom que o homem, como qualquer outra coisa é capaz de valorizar ou, pelo contrário, de estragar; de colher no seu significado, ou desleixar com superficialidade obtusa.

Violência na Índia e Nigéria

Depois da recitação da oração mariana do Ângelus, Bento XVI voltou a manifestar o seu horror pela cruel e insensata violência que atingiu, por motivos e circunstâncias diferentes, Mumbai na India e a Nigéria.

"Peçamos ao Senhor que toque o coração daqueles que se iludem que este é o caminho para resolver os problemas locais ou internacionais e sintamo-nos todos impelidos a dar o exemplo de mansidão e de amor para construir uma sociedade digna de Deus e do homem".

Também depois da recitação do Ângelus, o Papa dirigiu a sua saudação e os bons votos a Bartolomeu I e aos fiéis do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, invocando sobre todos a abundância das bênçãos celestes.

"A 30 de Novembro, recordou aos fiéis, ocorre a festa de Santo André, irmãos de Simão Pedro. Ambos foram, primeiros seguidores de João Batista e, depois do Batismo de Jesus no rio Jordão, tornaram-se seus discípulos, reconhecendo n'Ele o Messias. Santo André é o patrono do Patriarcado de Constantinopla, e é assim que a Igreja de Roma se sente ligada àquela Igreja por um laço de especial fraternidade. Portanto nesta feliz circunstância, concluiu o Papa, segundo a tradição, uma delegação da Santa Sé, chefiada pelo Cardeal Walter Kasper, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos deslocou-se em visita ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I".

Deus, ajuda-nos a vencer as violências destes dias, reza Bento XVI

Deus, ajuda-nos a vencer as violências destes dias, reza Bento XVI

Da Redação, com Rádio Vaticano


Neste I Domingo do Advento, o Papa Bento XVI efetuou uma visita pastoral à paroquia de São Lourenço fora de muros, que se encontra ao lado do cemitério Verano, um lugar ligado a duas grandes personalidades do século passado, o Papa Pio XII e Alcides De Gasperi, que tiveram entre si relações nada fáceis depois daquele primeiro Ministro italiano, considerado um dos pais fundadores da União Européia, ter reivindicado a autonomia dos leigos católicos em política.

Para se deslocar à Basílica de São Lourenço, Bento XVI percorreu de automóvel o mesmo percurso seguido a 19 de Julho de 1943 por Pio XII que saiu do Vaticano para manifestar a sua solidariedade às vitimas do primeiro bombardeio das forças aliadas sobre Roma.

Naquele dia a batina branca de Pio XII ficou manchada do sangue de alguns dos feridos que ele confortara para fazer sentir a sua presença de pai e de pastor, levando também ajudas materiais. Uma fotografia memorável mostra-o rodeado de uma multidão de rostos atemorizados no momento em que alarga os braços no gesto característico de abençoar.

Antes de deixar a Basílica de São Lourenço, Bento XVI prestou hoje homenagem ao monumento que recorda a visita de Pio XII àquele bairro popular romano que então foi quase inteiramente arrasado. Em pouco mais de duas horas os aviões das forças aliadas tinham largado sobre a cidade 1.060 toneladas de explosivo. Foi a maior invasão efetuada até aquele momento sobre a Itália, a mais trágica como número de vítimas: 3.000 mortos e 6.000 feridos.

"Jamais poderá ser apagado da memória da história", disse o Papa na sua homilia referindo-se à visita de Pio XII ao bairro de São Lourenço, "o gesto generoso efetuado naquela ocasião pelo meu venerável predecessor, que correu imediatamente a socorrer e consolar a população duramente atingida, entre os escombros ainda fumegantes. Não esqueço ainda, que esta Basílica de São Lourenço acolhe os restos mortais de outras duas grandes personalidade: no apogeu de fato estão colocados à veneração dos fiéis os restos mortais do beato Pio IX, enquanto que no átrio, está colocado o túmulo de Alcides De Gasperi, guia sapiente e equilibrado para a Itália nos anos difíceis da reconstrução pós–belica, e ao mesmo tempo, estadista insígne capaz de olhar para a Europa com uma ampla visão cristã".

Papa reza pela Paz

"Deus, ajuda-nos a vencer as violências destas semanas", foi assim que o Papa implorou durante a Missa desta manhã, referindo-se implicitamente ao ataque terrorista de Mumbai e aos reencontros inter-étnicos da Nigéria.

Trata-se de palavras improvisadas durante a sua homilia. "Vem hoje Senhor, ajuda-nos, ilumina-nos, dá-nos a paz, ajuda-nos a vencer a violência, vem Senhor, rezamos precisamente nestas semanas, Senhor, faz resplandecer o teu rosto e seremos salvos".

Mais adiante o Papa acrescentou: "mostra-nos Senhor, hoje no nosso tempo, em todas as partes do mundo a tua misericórdia, deixa-nos sentir a tua presença e dá-nos a tua salvação".

Vaticano vai publicar documento sobre migrações

Vaticano vai publicar documento sobre migrações

Ecclesia


O Secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, o Arcebispo Agostino Marchetto, afirmou que no próximo ano o Vaticano vai publicar um documento dedicado ao acolhimento dos refugiados, com indicações precisas sobre a assistência a dar a esta população.

Na Assembléia da Comissão para as Migrações da Conferência Episcopal da Alemanha, que decorre em Colônia, Dom Marchetto destacou que este, como outros documentos publicados pela Santa Sé, lembrou o documento o dedicado aos ciganos e ao apostolado da estrada, será colocado à disposição das conferências episcopais do mundo. O Arcebispo espera que as Igrejas locais intervenham, junto dos seus respectivos governos, para que o documento seja adotado.

Com o novo documento, concluiu D. Agostino Marchetto, "o problema do respeito da dignidade dos refugiados poderá ser resolvido perante um sincero esforço de ação, concordado a nível internacional".

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Papa envia mensagem de condolências pelo atentato em Mumbai

Papa envia mensagem de condolências pelo atentato em Mumbai

Rádio Vaticano

ReutersAtivistas da União dos Estudantes da Índia acendem vela durante vigília pelas vítimas do atentadoO Papa Bento XVI enviou um telegrama de condolências pelas vítimas dos atentados que ontem, 26, atingiram a cidade indiana de Mumbai (antiga Bombaim), provocando 125 mortos e mais de 300 feridos, segundo os últimos balanços.

O Papa escreve ao Arcebispo local, Cardeal Oswald Gracias, manifestando-se "profundamente preocupado pela irrupção da violência em Mumbai" e oferecendo as suas condolências as famílias enlutadas por causa destes "ataques brutais".

A mensagem papal apela ao "fim de todos os atos de terrorismo, que ofendem gravemente a família humana e desestabilizam severamente a paz e a solidariedade necessárias para construir a civilização digna da nobre vocação da humanidade para o amor por Deus e pelo próximo".

Bento XVI deixa ainda uma palavra de alento às autoridades, cidadãos e todos os que foram afectados pelos atentados

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Papa envia mensagem aos participantes do Congresso Pela Vida

Papa envia mensagem aos participantes do Congresso Pela Vida


"Sejam verdadeiros portadores da Vida!". Esta foi a exortação dirigida pelo Papa Bento XVI aos participantes do Congresso Internacional pela Vida que iniciou hoje, 25, em Indaiatuba (SP).

Por meio de uma breve mensagem lida pelo secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, enviada aos conferencistas, o Pontífice demonstrou sua alegria e apreço pela iniciativa do evento e pediu que todos se esforcem para que a vida seja preservada. Por fim dirigiu aos participantes sua bênção apostólica.

A abertura contou com a presença do núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri; do chanceler da Pontifícia Academia para a Vida, Mons. Ignácio Carrasco de Paula; de Dom Dimas Lara Barbosa; do arcebispo de Campinas, Dom Bruno Gamberini; do membro da PAV, Padre Aníbal Gil Lopes, e do responsável pela Casa de Retiros Vila Kostka, padre Emmanuel.

O presidente da Conferência Nacional da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, afirmou, durante a abertura que o evento estreita a relação entre a Pontifícia Academia para a Vida, organizadora do evento junto com a CNBB, e as dioceses. "Sua finalidade [do Congresso] é buscar estabelecer uma relação mais estreita entre esse importante organismo da Santa Sé, responsável pela reflexão acadêmica sobre as questões da Vida, e a missão pastoral dos bispos e das Igrejas locais”.

"Este Congresso vem dar continuidade às reflexões iniciadas com a Campanha da Fraternidade deste ano, que escolheu tratar da defesa da vida humana", disse Dom Dimas. Papa o secretário da CNBB, este é um tema urgente, pois no Brasil a vida vem sendo ameaçada em vários aspectos, como através do aborto, eutanásia e fome.

O presidente emérito da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Elio Sgreccia destacou que é necessário fazer compreender que o "bem da vida" é o "bem fundamental para todos", e que este é o fundamento base para a sociedade, fundamento para que exista um verdadeira solidariedade. "Creio que o Brasil está tendo um rápido progresso, mas nem por isso pode esquecer este fundamento", destacou o Bispo.

Um dos idealizadores do evento no Brasil e membro da Pontifícia Academia para a Vida, Padre Doutor Aníbal Gil Lopes, falou que é tarefa deste dicastério ser espaço para a discussão da bioética. “Este congresso representa a resposta da Igreja em defesa da vida e daquele que não é capaz de defender sua própria vida”, acrescentou.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cardeal recorda representatividade da vida monástica para Igreja

Cardeal recorda representatividade da vida monástica para Igreja

Da Redação, com Rádio Vaticano


Iniciou hoje, 18, o encontro entre a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano. A plenária, este ano, trás como tema "A vida monástica e o seu significado na Igreja e no mundo de hoje".

Na abertura do encontro, o prefeito da Congregação, Cardeal Franc Rodé, recordou que o monaquismo representa a primeira forma de vida religiosa na história da Igreja e permanece ainda hoje um exemplo para qualquer outra forma de vida religiosa e batismal.

O Cardeal afirmou que a vida monástica passa por um momento de pobreza e de fraqueza: “Um momento, portanto, que pode revelar-se como hora pascal. Há comunidades que diminuem e se encaminham inclusive para o fim, mas também comunidades que se renovam", explicou.

"Muitos são os cristãos e os próprios religiosos e religiosas que vão aos mosteiros para renovar a própria fé, para exercitar-se na arte espiritual, para encontrar paz e renovar as forças em vista de sua missão na Igreja e entre os homens. A responsabilidade dos monges, portanto, é grande, e a Igreja espera deles um testemunho límpido e forte da presença de Deus", afirmou o cardeal.

E ele concluiu com um texto eloqüente, quando o profeta Isaías pergunta ao Senhor: "Até quando esta crise?" (cf. Is 6,11), e Ele responde: "Até que ficar um décimo, como o carvalho que, uma vez derrubado, deixa apenas um toco; esse toco será uma semente santa" (cf. Is 6,13).

"Sim, o importante é que a vida monástica seja santa, fiel ao Evangelho: e mesmo que permanecer somente um toco, dele nascerão outros ramos, porque aquele toco é semente santa", afirmou o cardeal.

O Cardeal indicou, por fim, três pontos que serão debatidos na Plenária: o celibato, o perigo do ativismo e a formação para reencontrar uma teologia sapiencial.

Livraria Internacional Bento XVI é inaugurada

Livraria Internacional Bento XVI é inaugurada

Da Redação, com Rádio Vaticano


O secretário de Estado, Cardeal Tarcísio Bertone, inaugurou hoje, 18, na Praça Pio XII, perto da Praça São Pedro, a Livraria Internacional Bento XVI.

Segundo Cardeal Bertone, esta livraria vai manter uma intensa colaboração com o Serviço Fotográfico do jornal L’Osservatore Romano e com o Departamento numismático e filatélico do Vaticano. "Na loja será possível encontrar as fotos relativas às audiências e às viagens do Papa, as novidades filatélicas e numismáticas e toda a produção da Livraria Editora Vaticana".

O projeto da loja foi feito pelo arquiteto Gianni Testa, que se inspirou na Praça de São Pedro como local que acolhe todos e como coração do mundo católico.

"Podemos dizer que com esta sede foi criada mais uma praça, ligada à Praça S. Pedro, na qual quem entra pode encontrar o Senhor. Na aldeia globalizada da pós-modernidade, onde a secularização divide sempre mais o homem de Deus e, conseqüentemente, os homens entre si, esta livraria pretende representar a novidade sempre atual da fé cristã, contida na imutável Palavra de Deus", disse o cardeal.

Esta nova livraria, acrescentou, "se propõe como local de evangelização e de autêntica promoção humana, oferecendo textos e subsídios que respondem às expectativas, às exigências e aos desafios da cultura contemporânea".

Já o diretor do L'Osservatore Romano, Gian Maria Vian, explicou: "Trata-se de uma nova porta que se abre aos visitantes, peregrinos, mas também turistas e que, vindo a Roma, naturalmente visitam São Pedro. Portanto, a finalidade desta nova estrutura é: abrir-se sempre mais.

O L’Osservatore Romano sempre disponibilizou, além da documentação textual, um importante arquivo de imagens, que documenta toda a atividade pública do papa que, nas últimas décadas, está sempre mais em contato com os fiéis. Os fiéis, naturalmente, têm o desejo de consultar essa documentação, e por isso os pedidos são inúmeros".

sábado, 15 de novembro de 2008

Papa pede nova geração de políticos católicos coerentes com a fé

Papa pede nova geração de políticos católicos coerentes com a fé

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI pediu hoje,15, mais uma vez a formação de uma nova geração de políticos católicos, coerentes com a fé e servidores do bem comum. Recebendo os participantes da Plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, Bento XVI reiterou a necessidade e a urgência da formação evangélica e do acompanhamento pastoral de uma nova geração de católicos, mais engajada na política. Para o Papa, os novos políticos católicos devem ser:

"Coerentes com a fé professada, moralmente rigorosos, capazes de um juízo cultural, competentes profissionalmente, e devem também ser apaixonados pelo serviço em prol do bem comum".

Por sua vez, disse o Papa, os leigos devem dar testemunho de caridade, especialmente com os pobres, os sofredores, os mais carentes; e devem também assumir o compromisso cristão de construir condições de maior justiça e paz na convivência humana, abrindo novas fronteiras ao Evangelho.

"Peço ao Pontifício Conselho para is Leigos,acrescentou, que acompanhe com diligente zelo pastoral a formação, o testemunho e a colaboração dos fiéis leigos em todas as situações que colocam em risco a autêntica qualidade da vida humana na sociedade", acrescentou Bento XVI.

A este respeito, o pontífice citou a exortação apostólica 'Christifideles laici', de João Paulo II, relevando que "o grande trabalho na vinha do Senhor precisa de fiéis cristãos leigos, que, como a Santíssima Virgem Maria, digam e vivam o seu 'sim' ao desígnio de Deus, em suas vidas".

Em sua saudação ao Papa, o cardeal presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Stanislaw Rylko, havia nomeado o documento de Wojtyla, afirmando que "enquanto o desinteresse sempre foi inaceitável, hoje ele se tornou ainda mais culpado".

Entre as questões mais relevantes aos cuidados do Pontifício Conselho para os Leigos, está a questão da mulher, disse o Papa.

"Jamais será dito o suficiente para expressar o quanto a Igreja aprecie, reconheça e valorize a participação das mulheres em sua missão de serviço na difusão do Evangelho. Iguais em dignidade, o homem e a mulher são chamados a enriquecer-se mutuamente em comunhão e colaboração, não apenas no matrimônio e na família, mas também na sociedade, em todas as suas dimensões".

"Às mulheres cristãs, requer-se consciência e coragem para enfrentar tarefas exigentes, para as quais, todavia, contam com o apoio de uma destacada propensão à santidade, de uma perspicácia no discernimento das correntes culturais de nossos tempos, e da paixão especial ao cuidar do humano que a caracteriza", completou o pontífice.

O papel das mulheres na Igreja e na sociedade foi exaltado 20 anos atrás por João Paulo II, com a carta apostólica 'Mulieris dignitatem'. Esta manhã, Bento XVI exortou cardeais, bispos, sacerdotes e responsáveis de associações e movimentos laicais presentes na audiência a inspirar-se nela, em sua ação.

Bento XVI fala sobre cuidados necessários com crianças doentes

Bento XVI fala sobre cuidados necessários com crianças doentes

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI recebeu no Vaticano os participantes na Conferência Internacional do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, que nestes dias debateu o tema "A pastoral no cuidado a crianças doentes". O Santo Padre manifestou a certeza de que estes dias de reflexão e confronto sobre um tema tão atual, contribuirão para sensibilizar a opinião pública sobre o dever de reservar ás crianças todas as atenções necessárias para o seu desenvolvimento físico e espiritual harmonioso. E se isto vale para todas as crianças, vale ainda mais para as crianças doentes e necessitadas de cuidados médicos especiais.


Não é supérfluo recordar, afirmou o Santo Padre, que no centro de cada intervenção médica deve estar sempre a consecução do verdadeiro bem da criança, considerada na sua dignidade de sujeito humano com plenos direitos. Portanto deve ser acudida sempre com amor, para a ajudar a enfrentar o sofrimento e a doença, também ainda antes do nascimento, na medida adequada á situação.



Tendo depois em conta o impacto emotivo, devido á doença e aos tratamentos a que a criança é submetida, que não raras as vezes resultam particularmente invasivos, é importante assegurar-lhes uma comunicação constante com os familiares.

O aspecto sanitário e o aspecto humano nunca devem estar dissociados, e cada estrutura assistencial e de saúde, sobretudo se animada por genuíno espírito cristão, tem o dever de oferecer o melhor que há de competência e humanidade. O doente, de maneira especial a criança, compreende particularmente a linguagem da ternura e do amor, manifestado através de um serviço primoroso, paciente e generoso, animado nos crentes pelo desejo de manifestar a mesma predileção que Jesus nutria pelos pequeninos.

No seu discurso Bento XVI quis dirigir um pensamento especial aos pequenos órfãos ou a abandonados por causa da miséria e da desagregação familiar, as crianças vítimas da AIDS ou da guerra e dos tantos conflitos armados que se verificam em várias partes do mundo.

A Igreja não esquece estes seus filhos mais pequenos e se, por um lado, aplaude as iniciativas das Nações mais ricas para melhorar as condições do seu desenvolvimento, por outro, adverte com força o dever de convidar a prestar uma maior atenção a estes nossos irmãos, para que graças á nossa solidariedade, possam olhar para a vida com confiança e esperança.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Bento XVI recebe presidente Lula


Bento XVI recebe presidente Lula

Rádio Vaticano

APEncontro tem objetivo de firmar acordo entre Brasil e Santa SéO presidente Lula foi recebido hoje, 13, pelo Papa Bento XVI no Vaticano. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, a audiência transcorreu em um clima cordial que permitiu "troca de opiniões frutuosa sobre temas da atual conjuntura internacional e regional".

O encontro abordou aspectos da situação no Brasil, em particular sobre a política social que quer melhorar as condições dos marginalizados. As políticas visam ainda favorecer o papel fundamental da família na luta contra a violência e a degradação social.

A colaboração entre a Igreja e o Estado foi sublinhada com vista à promoção dos valores morais e do bem comum não apenas no país, mas em especial em favor da África.

Lula da Silva agradeceu a visita de Bento XVI ao Brasil, em Maio de 2007, por ocasião da V Assembléia Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, em Aparecida.

Após o encontro com o Papa, Lula e o Ministro dos Assuntos Externos, Celso Amorim, encontraram-se com o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, acompanhado pelo Secretário para os assuntos estrangeiros, Dom Dominique Mamberti.

Acordo entre Brasil e Santa Sé

Este encontro visava firmar um acordo entre Brasil e Santa Sé. Também o Núncio do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri esteve presente.

O acordo consolida os tradicionais vínculos de amizade e colaboração existente entre os dois países. O documento trata de diferentes assuntos, entre os quais, o estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil, o reconhecimento dos títulos de estudo, o ensino religioso nas escolas públicas, o matrimónio canônico e o regime fiscal.

No ato da assinatura, Dom Dominique Mamberti recordou as palavras do Papa, em sua visita ao Brasil. "Bento XVI indicou que este país ocupa um lugar especial no coração do Papa não apenas porque nasceu cristão e por possuir um elevado número de católicos, mas, principalmente, porque é uma nação rica em potencialidades com uma presença eclesial que é motivo de alegria e esperança para toda a Igreja".

O Bispos apontou que o acordo não vem estabelecer "privilégios, pois não é privilégio o reconhecimento de uma realidade social como é o grande relevo histórico e social e atual que a Igreja católica tem no Brasil, sem deixar de ser uma sociedade pluralista e onde os cidadãos de outras religiões praticam a sua fé e convicção ideológica.

Dom Dominique Mamberti quis ainda sublinhar o papel da Conferência Episcopal do Brasil, na gênese deste acordo. "Foi o episcopado que, em 1991, sugeriu o estabelecimento de um Acordo Internacional entre a Igreja e o Estado. Depois do impulso inicial, em 2006, deram-se passos nas negociações, que terminam neste feliz acontecimento, que quer consolidar as relações entre o Brasil e a Santa Sé e favorecer o desenvolvimento da missão da Igreja católica, mas também promover o progresso espiritual e material de todos os habitantes do Brasil, e ajudar, tanto quanto possível, a resolver os problemas que hoje a humanidade atravessa".

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Vaticano analisa Pastoral junto a crianças doentes

Vaticano analisa Pastoral junto a crianças doentes
Rádio Vaticano


Foi apresentada na manhã desta terça-feira, 11, na Sala de Imprensa da Santa Sé, a XXIII Conferência Internacional promovida pelo Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, sobre o tema "A pastoral no cuidado das crianças doentes".

A conferência, que começa nesta quinta-feira, 13, no Vaticano, tem por objetivo delinear um futuro de esperança para os pequenos doentes. De modo especial, será debatida a questão da mortalidade infantil. A cada ano, 4 milhões de bebês morrem com menos de 26 dias de vida; e este tema nunca foi enfrentado antes de modo tão específico.

O assunto da pastoral na assistência aos pequenos enfermos foi escolhido pessoalmente pelo Papa. De acordo com o Cardeal Javier Lozano Barragán, presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes da Saúde, existem milhões de crianças doentes: dois milhões e meio são portadores da AIDS, transmitida pelos pais.

Participarão da Conferência especialistas do mundo inteiro, escolhidos com base nos critérios de "realidade, pensamento e ação", especificou o Cardeal da Cúria romana.

Naturalmente, continua, a Conferência não tratará da cura, mas sim da evangelização da criança doente:

"O que mais me toca é a evangelização, não só a assistência: queremos entender como podemos, concretamente, atuar uma espécie de 'cura da felicidade e da saúde', que desabrocha na salvação eterna. Ou seja, como deixar que as crianças se aproximem do Senhor Jesus. A psicologia, por exemplo, nos ajuda tanto a compreender a idade evolutiva, a entender a criança. Mas, às vezes, nos afasta de Cristo. O que mais me interessa", diz o Cardeal Barragán, é o "Deixem que as crianças venham a mim".

domingo, 9 de novembro de 2008

Bento XVI faz apelo pela Paz no Congo e contra anti-semitismo

Bento XVI faz apelo pela Paz no Congo e contra anti-semitismo

Da Redação, com Rádio Vaticano


Diversas e importantes intenções foram recordadas pelo Papa Bento XVI, diante das milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a oração do Ângelus, deste domingo, 9.

Em seu discurso introdutório ao Ângelus, Bento XVI ilustrou a celebração litúrgica de hoje: a festa da dedicação da Basílica de São João de Latrão, Catedral de Roma. Nas saudações que se seguiram à oração mariana, o Papa lembrou com pesar os 70 anos do início da perseguição aos judeus, na Alemanha, e lembrou também com preocupação os confrontos e atrocidades que têm acontecido na região de Kivu-norte, da República Democrática do Congo:

"Ocorre hoje o septuagésimo aniversário daquele triste acontecimento que se verificou na noite de 9 para 10 de Novembro de 1938, quando se desencadeou a fúria nazista contra os judeus. Foram atacadas e destruídas lojas, escritórios, habitações e sinagogas, foram também mortas numerosas pessoas, dando-se início à perseguição sistemática e violenta dos judeus alemães, que culminou na Shoah".

"Ainda hoje me faz sofrer aquilo que aconteceu naquela trágica circunstância cuja memória deve servir a fazer com que nunca mais se repitam semelhantes horrores e as pessoas se empenhem, a todos os níveis, contra qualquer forma de anti-semitismo e de discriminação, educando sobretudo as jovens gerações ao respeito e ao acolhimento recíproco. Convido também a rezar pelas vítimas de então e a unir-vos a mim no manifestar profunda solidariedade com o mundo judaico".

Situação no Congo

O Papa recordou depois as "inquietantes notícias" que continuam a chegar da região do Kivu do Norte, na República Democrática do Congo. "Sangrentos confrontos armados e atrocidades sistemáticas provocaram e estão provocando numerosas vítimas entre os civis inocentes; destruições, saques e violências de todo o gênero constrangeram outras milhares de pessoas a abandonar mesmo aquele pouco que tinham para sobreviver".

Calcula-se que os refugiados sejam atualmente mais de um milhão e meio, alertou o Papa. "A todos e a cada um desejo exprimir a minha particular proximidade, ao mesmo tempo que encorajo e bendigo quantos se estão empenhando em aliviar os seus sofrimentos, entre os quais menciono em particular os agentes pastorais daquela Igreja local".

Bento XVI apresentou os seus pêsames às famílias enlutadas, assegurando a sua oração de sufrágio e concluiu com um apelo:
"Renovo o meu fervoroso apelo para que todos colaborem em restabelecer a paz naquela terra desde há demasiado tempo martirizada, no respeito da legalidade e sobretudo da dignidade da pessoa humana".

Dedicação da Basílica

Referindo-se à celebração do dia: a dedicação da Basílica de Latrão, considerada "mãe e cabeça de todas as Igrejas da Cidade de Roma e de todo o mundo. Trata-se, de fato, da primeira basílica a ser construída, depois do Édito do imperador Constantino que, em 313, concedeu aos cristãos a liberdade de praticar a sua religião. Ao lado foi construído a residência do bispo de Roma, onde os Papas viveram até ao século XIV. A festa da dedicação desta basílica, inicialmente celebrada só na cidade de Roma, foi estendida a todas as Igrejas de rito romano, no século XVI.

"Honrando o edifício sagrado, entende-se exprimir amor e veneração pela Igreja romana que, como afirma Santo Inácio de Antioquia, preside à caridade de toda a comunidade católica. Nesta solenidade a Palavra de Deus recorda uma verdade essencial: o templo de tijolos é símbolo da Igreja viva, a comunidade cristã, que já os Apóstolos Pedro e Paulo, nas suas cartas, entendiam como 'edifício espiritual', construído por Deus com as 'pedras vivas' que são os cristãos, sobre o único alicerce que é Jesus Cristo, comparado por sua vez à 'pedra angular'".

"A beleza e a harmonia das Igrejas, destinadas a dar louvor a Deus, convida também a nós, seres humanos, limitados e pecadores, a convertermo-nos para formar um 'universo', uma construção bem ordenada, em estreita comunhão com Jesus, o verdadeiro Santo dos Santos".

"A festa de hoje celebra um mistério sempre atual: que Deus quer edificar para si no mundo um templo espiritual, uma comunidade que o adore em espírito e verdade. Mas esta ocorrência recorda-nos também a importância dos edifícios materiais, nos quais se reúnem as comunidades para celebrar os louvores de Deus. Cada comunidade tem portanto o dever de conservar cuidadosamente os seus edifícios sagrados, que constituem um precioso patrimônio religioso e histórico".

É necessário uma Igreja para ser cristão?

Pregador do Papa: É necessário uma Igreja para ser cristão?

Zenit

Comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap., pregador da Casa Pontifícia, sobre liturgia deste domingo, 9.

Dedicação da Basílica de São João de Latrão - Catedral de Roma
Ezequiel 47, 1-2.2.8-9
Salmo 45
I Coríntios 3, 9-13.16-17
João 2, 13-22

Esta é a casa de Deus!

Este ano, no lugar do XXXII domingo do Tempo Comum, celebra-se a festa da dedicação da igreja-mãe de Roma, a Basílica de São João de Latrão, dedicada em um primeiro momento ao Salvador e depois a São João Batista. Que representa para a liturgia e para a espiritualidade cristã a dedicação de uma igreja e a própria existência da igreja, entendida como lugar de culto? Temos que começar com as palavras do Evangelho: "Mas chega a hora (já estamos nela) em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque assim quer o Pai que sejam os que o adoram".

Jesus ensina que o templo de Deus é, em primeiro lugar, o coração do homem que acolheu sua palavra. Falando de si e do Pai, diz: "viremos a ele, e faremos morada nele" (João 14, 23). E Paulo escreve aos cristãos: "Não sabeis que sois santuário de Deus?" (1 Coríntios 3, 16). Portanto, o crente é templo novo de Deus. Mas o lugar da presença de Deus e de Cristo também se encontra "onde estão dois ou três reunidos em meu nome" (Mateus 18, 20). O Concílio Vaticano II chama a família de "igreja doméstica" (Lumen Gentium, 11), ou seja, um pequeno templo de Deus, precisamente porque, graças ao sacramento do matrimônio, é, por excelência, o lugar no qual "dois ou três" estão reunidos em seu nome.

Por que, então, os cristãos dão tanta importância à igreja, se cada um de nós pode adorar o Pai em espírito e verdade em seu próprio coração ou em sua própria casa? Por que é obrigatório ir à igreja todos os domingos? A resposta é que Jesus não nos salva separadamente; veio para formar um povo, uma comunidade de pessoas, em comunhão com Ele e entre si.

O que é a casa para uma família, é a igreja para a família de Deus. Não há família sem uma casa. Um dos filmes do neo-realismo italiano que ainda recordo é "O teto" (Il tetto), escrito por Cesare Zavattini e dirigido por Vittorio De Sica. Dois jovens, pobres e enamorados, se casam, mas não têm uma casa. Nos arredores de Roma, após a 2ª Guerra Mundial, inventam um sistema para construir uma, lutando contra o tempo e a lei (se a construção não chega até o teto, à noite será demolida). Quando no final terminam o teto, estão certos de que têm uma casa e uma intimidade própria e se abraçam felizes; são uma família.

Vi esta história se repetir em muitos bairros de cidade, em povoados e aldeias, que não tinham uma igreja própria e tiveram de construir-se uma por sua conta. A solidariedade, o entusiasmo, a alegria de trabalhar juntos com o sacerdote para dar à comunidade um lugar de culto e de encontro são histórias que valeriam a pena levar às telas como no filme de De Sica...

Agora, temos que evocar também um fenômeno doloroso: o abandono em massa da participação na igreja e, portanto, na missa dominical. As estatísticas sobre a prática religiosa são para fazer chorar. Isto não quer dizer que quem não vai à igreja necessariamente perdeu a fé; não, o que acontece é que se substitui a religião instituída por Cristo pela chamada religião "a la carte". Nos Estados Unidos dizem "pick and choose" (pegue e escolha). Como no supermercado. Deixando a metáfora de lado, cada um forma sua própria idéia de Deus, da oração e fica tranqüilo.

Esquece-se, deste modo, que Deus se revelou em Cristo, que Cristo pregou um Evangelho, que fundou uma ekklesia, ou seja, uma assembléia de chamados, que instituiu os sacramentos, como sinais e transmissores de sua presença e de sua salvação. Ignorar tudo isto para criar a própria imagem de Deus expõe ao subjetivismo mais radical. Neste caso, se verifica o que dizia o filósofo Feuerbach: "Deus é reduzido à projeção das próprias necessidades e desejos. Já não é Deus quem cria o homem à sua imagem, mas o homem cria um deus à sua imagem. Mas é um Deus que não salva!".

Certamente, uma realidade conformada só por práticas exteriores não serve de nada; Jesus se opõe a ela em todo o Evangelho. Mas não há oposição entre a religião dos sinais e dos sacramentos e a íntima, pessoal; entre o rito e o espírito. Os grandes gênios religiosos (pensemos em Agostinho, Pascal, Kierkegaard, Manzoni) eram homens de uma interioridade profunda e sumamente pessoal e, ao mesmo tempo, estavam integrados em uma comunidade, iam à sua igreja, eram "praticantes".

Nas Confissões (VIII, 2), Santo Agostinho narra como acontece a conversão do grande orador e filósofo romano Victorino. Ao converter-se à verdade do cristianismo, dizia ao sacerdote Simpliciano: "Agora sou cristão". Simpliciano lhe respondia: "Não creio até ver-te na igreja de Cristo". O outro lhe perguntou: "Então, são as paredes que nos tornam cristãos?". E o tema ficou no ar. Mas um dia Victorino leu no Evangelho a palavra de Cristo: "quem se envergonha de mim e de minhas palavras, desse se envergonhará o Filho do homem". Compreendeu que o respeito humano, o medo do que pudessem dizer seus colegas, o impedia de ir à igreja. Foi visitar Simpliciano e lhe disse: "Vamos à igreja, quero tornar-me cristão". Creio que esta história tem algo a dizer hoje a mais de uma pessoa de cultura.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Papa discursa aos muçulmanos e assinala amor a Deus e ao próximo

Papa discursa aos muçulmanos e assinala amor a Deus e ao próximo

Rádio Vaticano

O Papa Bento XVI recebeu nesta manhã, na Sala Clementina, 60 participantes do Fórum católico-muçulmano, que concluiu hoje, 6, no Vaticano.

Em seu discurso, o Papa partiu do tema do encontro "Amor a Deus, Amor ao próximo: a dignidade da pessoa humana e respeito mútuo", extraído por sua vez da carta que líderes muçulmanos escreveram um ano atrás aos cristãos.

"Este tema evidencia ainda mais claramente os fundamentos teológicos e espirituais das respectivas religiões", disse o Papa que acrescentou: "No caso dos cristãos, o ensinamento central é 'Deus é Amor', amor que se tornou visível e manifesto em Jesus Cristo. Ele doou a si mesmo para restaurar a dignidade de cada pessoa humana e levá-la à salvação".

Uma única família

"Certamente, católicos e muçulmanos têm visões diferentes em relação a Deus", afirmou o papa. "Todavia, juntos devemos mostrar que nos consideramos membros de uma única família: a família que Deus amou. Deus pede para unir forças em prol das pessoas vítimas de doenças, fome, pobreza, injustiça e violência", afirmou o Papa explicando que paraos cristãos, o amor a Deus é inseparável do amor ao próximo, do amor por todos os homens e mulheres, sem distinção de raça ou de cultura. "Esse serviço aos necessitados também pertence à tradição muçulmana", assinalou.

"Devemos trabalhar juntos na promoção do respeito da dignidade da pessoa humana e dos direitos humanos fundamentais, mesmo que nossas visões antropológicas e teológicas justifiquem isso de maneira diferente", explicou Bento XVI.

"Somente reconhecendo a centralidade da pessoa humana e a dignidade de todo ser humano, respeitando e defendendo a vida que é dom de Deus, e é sagrada para cristãos e muçulmanos, somente com base neste reconhecimento podemos encontrar um terreno comum para construir um mundo mais fraterno", continuou.

Um mundo no qual as diferenças sejam enfrentadas de modo pacífico e o devastador poder das ideologias seja neutralizado: "Mais uma vez, a minha esperança é que esses direitos humanos fundamentais sejam protegidos por todos e em todos os lugares. Os líderes políticos e religiosos têm o dever de garantir o livre exercício desses direitos no pleno respeito da liberdade de consciência e de religião de cada um".

Discriminação e violência

O Papa definiu como "inaceitáveis e injustificáveis" a discriminação e a violência que ainda hoje fiéis de várias religiões enfrentam em algumas regiões do mundo. "Tudo isso é ainda mais grave e deplorável quando é feito em nome de Deus", recordou.

"O nome de Deus pode ser somente um nome de paz e fraternidade, justiça e amor. Nós somos chamados a demonstrar, com as nossas palavras e ainda mais com as nossas ações, que a mensagem das nossas religiões é incansavelmente uma mensagem de harmonia e de mútua compreensão."

Por fim, o Papa fez votos para que iniciativas como este Fórum criem mais espaços para o diálogo, a fim de superar incompreensões e desentendimentos: "Devemos trabalhar para superar os preconceitos do passado e corrigir as imagens muitas vezes distorcidas que temos um do outro. E que as reflexões que emergiram deste encontro não fiquem limitadas a um grupo de especialistas, mas sejam colocadas a serviço de todos".

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Ressurreição revela identidade autêntica de Cristo, diz Papa

Ressurreição revela identidade autêntica de Cristo, diz Papa

Da Redação, com Rádio Vaticano


Nesta quarta-feira, 5, o Santo Padre manteve seu habitual encontro com os fiéis na Praça São Pedro. Milhares de pessoas estavam presentes e ouviram a catequese do Papa, que se concentrou mais uma vez no apóstolo Paulo, neste ano em que celebramos os dois mil anos de nascimento.

Bento XVI explicou que em sua primeira carta aos Coríntios, São Paulo assinala a importância da ressurreição de Cristo para a nossa fé cristã. Somente com a Cruz, sem a ressurreição de Jesus, a vida cristã seria um absurdo. O mistério pascal consiste precisamente no fato que o Crucificado ressuscitou.

Aquele que morreu e nos revelou o imenso amor de Deus por nós está vivo e presente entre nós. Esta é a chave da cristologia paulina, que parte sempre deste mistério e a ele retorna. Ao anunciar Jesus Cristo, Paulo destaca particularmente que nós fomos justificados por sua morte e ressurreição.

Para o apóstolo, explicou o Papa, a ressurreição de Jesus foi um episódio realmente ocorrido na história, que teve testemunhas. Houve sinais precisos, não foi algo inventado. É justamente através dela que se revela definitivamente a autêntica identidade do Crucificado.

Efetivamente, a ressurreição manifesta plenamente a natureza divina que Ele sempre possuiu. Jesus ressuscitou para ser o Senhor dos vivos e dos mortos. O verdadeiro fiel, concluiu o Papa, obtém a salvação professando que Cristo é o Senhor e acreditando que Deus o ressuscitou dos mortos.

Bento XVI quer levar esperança ao povo africano

Bento XVI quer levar esperança ao povo africano

Rádio Vaticano


"Certamente a África, com seus graves problemas, está presente nas palavras e no coração do Papa, mas uma viagem sempre tem um significado fortíssimo de participação, de presença, de contato direto". Assim, Padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa, da RV e do CTV, comentou a visita do Papa a Camarões e Angola, em sua última edição de 'Octava Dies', semanário do Centro Televisivo Vaticano.

Bento XVI realizará sua primeira viagem ao continente em março próximo. Segundo Pe. Lombardi, o objetivo da visita é dar esperança a seus povos, que sofrem com a violência e a pobreza.

2009 será também o ano da Assembléia especial do Sínodo dos Bispos para a África, e a visita de Bento XVI terá um papel fundamental em sua preparação: toda a Igreja dirigirá seu olhar ao continente.

"João Paulo II, que havia dedicado à África uma atenção apaixonada – chegando a receber o apelido de 'João Paulo II, o africano' – não pôde voltar ao continente nos últimos anos de pontificado: suas últimas breves viagens se realizaram à Nigéria, em 98, e ao Egito e ao Sinai, em 2000".

"Todos temos em nossos olhos imagens dramáticas de conflitos e de pobreza, mas também uma extraordinária vitalidade daquele continente, que é preciso libertar, animar, sustentar e orientar, a fim de que os africanos possam construir a África com dignidade e esperança. Uma mensagem de esperança: é certamente isso que o papa Bento XVI levará à terra africana", afirmou Pe. Lombardi.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Vida eterna inicia quando nos abrimos ao mistério de Deus

Vida eterna inicia quando nos abrimos ao mistério de Deus

Ecclesia


Hoje, 3, o Papa Bento XVI presidiu Missa em sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos nos últimos doze meses. Na cerimônia, celebrada na Basílica de São Pedro, o Santo Padre disse que "a vida eterna tem início na medida em que nos abrimos ao mistério de Deus e o acolhemos no meio de nós".

"Deus é a verdadeira sabedoria, que não envelhece, é a autêntica riqueza que não se deteriora, é a felicidade a que aspira profundamente o coração de cada homem", precisou Bento XVI, acrescentando que "a verdadeira vida, a vida eterna, começa já neste mundo".

A partir das leituras proclamadas na celebração, o Papa sublinhou "o contraste entre aquilo que surge ao olhar superficial dos homens e aquilo que vêem, pelo contrário, os olhos de Deus".

"O mundo considera que tem sorte quem vive muitos anos. Deus, mais do que a idade, considera a retidão do coração. O mundo dá crédito aos sábios e aos doutos, ao passo que Deus tem uma predileção especial pelos pequenos", prosseguiu.

Neste sentido, Bento XVI disse que "existem duas dimensões da realidade: uma mais profunda, verdadeira e eterna; a outra marcada pela finitude, pela provisoriedade, e pela aparência."

"Na realidade, a verdadeira vida, a vida eterna começa já neste mundo, embora na precariedade dos acontecimentos da história", apontou na sua homilia.

Inicia amanhã fórum católico-muçulmano no Vaticano

Inicia amanhã fórum católico-muçulmano no Vaticano

Rádio Vaticano


Amanhã e depois de amanhã, 4 e 5 de novembro, se realizará no Vaticano o Fórum católico-muçulmano que terá como tema "Amor de Deus, amor do próximo" e sub-temas: "Os fundamentos teológicos e espirituais" e "Dignidade humana e respeito recíproco".

Ao todo, 29 expoentes do mundo católico receberão 29 representantes do grupo de 138 líderes islâmicos que escreveram ao papa a carta "Uma palavra comum entre nós", em outubro de 2007. A delegação, com alto nível acadêmico e intelectual, é composta por sunitas e xiitas, e será encabeçada pelo príncipe da Jordânia, Ghazi bin Muhammad bin Talal.

Os trabalhos de terça e quarta-feira terão lugar no Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, cujo presidente, cardeal Jean-Louis Tauran, lidera a delegação vaticana.

Quinta-feira, dia 6, pela manhã, os participantes serão recebidos pelo papa. À tarde, está prevista uma sessão pública na Pontifícia Universidade Gregoriana, durante a qual um participante católico e um expoente muçulmano apresentarão a "declaração final" do Fórum.

Papa faz alerta contra "crenças supersticiosas e sincretismos"

Papa faz alerta contra "crenças supersticiosas e sincretismos"

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI insurgiu-se hoje, 2, contra as "crenças supersticiosas e sincretismos" que rodeiam a morte, falando durante o Ângelus recitado no dia dos fiéis defuntos.

Perante os milhares de pessoas presentes reunidas esta manhã na Praça de São Pedro, o Papa salientou a importância de que os cristãos vivam os defuntos uma relação com o olhar da fé.

"Hoje é também necessário evangelizar a realidade da morte e da vida eterna, realidades particularmente sujeitas a crenças supersticiosas e sincretismos, para que a verdade cristã não corra o perigo de misturar-se com mitologias de várias espécies", alertou.

Spe Salvi

O Papa aproveitou a celebração deste domingo para repetir algumas perguntas contidas na sua Encíclica sobre a esperança cristã: "Para nós, hoje, a fé cristã é também uma esperança que transforma e sustenta a nossa vida?".

"Os homens e as mulheres desta nossa época desejam ainda a vida eterna? Ou a tornou-se a existência terrena o seu único horizonte?", acrescentou.

Bento XVI disse, a respeito da vida eterna, que "não conhecemos de modo algum esta realidade, mas sentimo-nos atraídos por ela. Esta é uma esperança universal, comum aos homens de todos os tempos e lugares”.

A expressão vida eterna deseja dar um nome a esta expectativa irresistível, não uma sucessão sem fim, mas a imersão no oceano do amor infinito, no qual o tempo, o antes e o depois, já não existem, precisou, frisando que para os católicos se trata da "plenitude de vida e de alegria".

O Papa salientou ainda que a esperança cristã nunca é apenas individual, é sempre também esperança para os outros: "As nossas vidas estão profundamente ligadas umas às outras e o bem e o mal que cada um faz toca sempre também os outros. Assim, a oração de uma alma peregrina no mundo pode ajudar uma outra alma que se está a purificar depois da morte".

"É por isso que a Igreja nos convida a rezar pelos nossos queridos defuntos e a determo-nos em oração junto dos seus túmulos nos cemitérios", explicou.

domingo, 2 de novembro de 2008

Papa faz alerta contra "crenças supersticiosas e sincretismos"

Papa faz alerta contra "crenças supersticiosas e sincretismos"

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI insurgiu-se hoje, 2, contra as "crenças supersticiosas e sincretismos" que rodeiam a morte, falando durante o Ângelus recitado no dia dos fiéis defuntos.

Perante os milhares de pessoas presentes reunidas esta manhã na Praça de São Pedro, o Papa salientou a importância de que os cristãos vivam os defuntos uma relação com o olhar da fé.

"Hoje é também necessário evangelizar a realidade da morte e da vida eterna, realidades particularmente sujeitas a crenças supersticiosas e sincretismos, para que a verdade cristã não corra o perigo de misturar-se com mitologias de várias espécies", alertou.

Spe Salvi

O Papa aproveitou a celebração deste domingo para repetir algumas perguntas contidas na sua Encíclica sobre a esperança cristã: "Para nós, hoje, a fé cristã é também uma esperança que transforma e sustenta a nossa vida?".

"Os homens e as mulheres desta nossa época desejam ainda a vida eterna? Ou a tornou-se a existência terrena o seu único horizonte?", acrescentou.

Bento XVI disse, a respeito da vida eterna, que "não conhecemos de modo algum esta realidade, mas sentimo-nos atraídos por ela. Esta é uma esperança universal, comum aos homens de todos os tempos e lugares”.

A expressão vida eterna deseja dar um nome a esta expectativa irresistível, não uma sucessão sem fim, mas a imersão no oceano do amor infinito, no qual o tempo, o antes e o depois, já não existem, precisou, frisando que para os católicos se trata da "plenitude de vida e de alegria".

O Papa salientou ainda que a esperança cristã nunca é apenas individual, é sempre também esperança para os outros: "As nossas vidas estão profundamente ligadas umas às outras e o bem e o mal que cada um faz toca sempre também os outros. Assim, a oração de uma alma peregrina no mundo pode ajudar uma outra alma que se está a purificar depois da morte".

"É por isso que a Igreja nos convida a rezar pelos nossos queridos defuntos e a determo-nos em oração junto dos seus túmulos nos cemitérios", explicou.

Bento XVI pede que cristãos imitem a Cristo, servindo ao próximo

Bento XVI pede que cristãos imitem a Cristo, servindo ao próximo

Da Redação, com Rádio Vaticano

PapanewsO Santo Padre o Papa Bento XVI, apresentou duas intenções especiais ao Apostolado da Oração para o mês de novembro: Uma geral e outra missionária.

Na intenção missionária, Bento XVI pede "que as comunidades cristãs da Ásia, contemplando o rosto de Cristo, saibam encontrar as vias mais convenientes para anunciá-lo, com plena fidelidade ao Evangelho, às populações daquele vasto Continente, rico em cultura e em antigas formas de espiritualidade".

Na intenção geral de oração que se inspira na solenidade de todos os santos, com a qual começa o mês de novembro, o Papa pede "para que o testemunho de amor oferecido pelos santos fortifique os cristãos na entrega a Deus e ao próximo, imitando Cristo, que veio para servir e não para ser servido".