No dia Mundial das Missões, Papa recorda Virgem Maria
Da Redação, com Rádio Vaticano
APPapa celebra Missa no exterior do Santuário Mariano de PompéiaO Papa Bento XVI deslocou-se hoje, 19, em visita pastoral ao Santuário Mariano de Pompéia, onde ao meio da manhã celebrou a Santa Missa na praça exterior do Santuário. O Papa recordou que hoje é Dia Mundial das Missões: "contemplando em Maria Aquela que acolheu em si o Verbo de Deus e o deu ao mundo, rezaremos nesta missa por todos os que na Igreja gastam as suas energias ao serviço do anúncio do Evangelho em todas as nações".
No final da celebração, o Papa dirigiu uma súplica à Virgem e ofereceu uma "Rosa de Ouro", seguindo-se a recitação do Ângelus.
Na homilia da Missa o Papa falou da razão de sua próxima peregrinação ao santuário de Nossa Senhora de Pompéia: "confiar à Mãe de Deus a Assembléia do Sínodo dos Bispos, em curso no Vaticano, sobre a Palavra de Deus na vida e missão da Igreja.
Nas saudações dirigidas às autoridades e aos variados grupos de fiéis que integravam a assembléia, Bento XVI não esqueceu das "pessoas que sofrem, os doentes, os idosos que se encontram sós, os jovens em dificuldade, os presos", e ainda "todos os que enfrentam difíceis condições de pobreza e de mal-estar social e econômico". "A todos e a cada um", o Papa testemunhou o seu "afeto", assegurando a sua "proximidade espiritual".
Comentários das leituras de hoje
Comentando as leituras da Missa, do Leccionário da Virgem Maria, Bento XVI referiu antes de mais o oráculo de Sofonias, com o convite à alegria dirigido a Israel na pessoa da "filha de Sião", "filha de Jerusalém", fazendo notar que é a mesma saudação que Gabriel dirigiu a Maria, na anunciação. E como o profeta anunciava "No meio de ti está o Santo de Israel", assim o arcanjo assegura a Virgem de que "o Senhor é contigo!". "A presença do Senhor é fonte de alegria, porque, onde Ele está, vence-se o mal e triunfam a vida e a paz".
Neste contexto, Bento XVI recordou ainda a extraordinária expressão de Sofonias, que, dirigindo-se a Jerusalém, diz: 'O Senhor te renovará com o seu amor'."
"Sim, o amor de Deus tem este poder de renovar todas as coisas a partir do coração humano, que é a sua obra-prima e onde o Espírito Santo actua do melhor modo a sua acção transformadora. Com a sua graça, Deus renova o coração do homem, perdoando o seu pecado, reconcilia-o e infunde nele o impulso para o bem".
"Tudo isto se manifesta na vida dos santos, e aqui o vemos particularmente na obra apostólica do bem-aventurado Bártolo Longo, fundador da nova Pompeia”.
Comentando depois o Evangelho das bodas de Caná, o Papa sublinhou que o evangelista João ali apresenta simbolicamente Jesus como esposo de Israel e Maria como "a esposa amada pelo Senhor, isto é, o povo que Ele para si escolheu para irradiar a sua bênção sobre toda a família humana".
"O símbolo do vinho, unido ao do banquete, propõe de novo o tema da alegria e da festa. Além disso o vinho, como as outras imagens bíblicas da vinha e da videira, alude metaforicamente ao amor: Deus é o agricultor, Israel é a vinha, uma vinha que encontra a sua realização perfeita em Cristo".
Finalmente, uma referência à segunda leitura, da Carta aos Romanos, em que Paulo esboça o programa de uma comunidade cristã, cujos membros foram renovados pelo amor e se esforçam por renovar-se continuamente, para discernir cada vez melhor qual é a vontade de Deus, sem voltar a cair no conformismo da mentalidade mundana".
Serviço dos pobres
Neste contexto, Bento XVI aludiu às obras sociais e assistenciais criadas em Pompeia, "sob o olhar materno de Maria". A caridade é – sublinhou - “a característica da civilização cristã”. “A força da caridade é irresistível: na verdade, é o amor que faz avançar o mundo!”
"Aonde Deus chega, o deserto floresce! Também o beato Bartolo Longo, com a sua conversão pessoal, deu testemunho desta força espiritual que transforma interiormente o homem e o torna capaz de realizar grandes coisas segundo o projecto de Deus".
"Neste Ano Paulino, prosseguiu ainda o Papa, apraz-me sublinhar que também Bartolo Longo, como São Paulo, foi transformado de perseguidor em apóstolo: apóstolo da fé cristã, do culto mariano e, em particular, do Rosário, no qual ele encontrou uma síntese de todo o Evangelho".
"Pompéia é um exemplo de como a fé pode atuar na sociedade, suscitando apóstolos da caridade que se coloquem ao serviço dos pequenos e dos pobres e atuem para que também os últimos sejam respeitados na sua dignidade e encontrem acolhimento e promoção. Aqui em Pompéia compreende-se que são inseparáveis o amor a Deus e o amor ao próximo. Aqui o genuíno povo cristão, as pessoas que enfrentam a vida com sacrifício, encontram a força de perseverar no bem sem descer a compromissos".
Rosário
Quase a concluir a sua homilia, Bento XVI recordou ainda que o santuário e a cidade de Pompéia se encontram sempre ligados a "um singular dom de Maria: a oração do Rosário". Uma oração que, através de Maria, sublinhou, "nos conduz a Jesus".
"O Rosário é oração contemplativa acessível a todos: grandes e pequenos, leigos e clérigos, cultos e pessoas com pouca instrução. É vínculo espiritual com Maria para permanecermos unidos a Jesus, para nos conformarmos a Ele, assimilarmos os seus sentimentos e nos comportarmos como Ele se comportou. O Rosário é arma espiritual na luta contra o mal, contra toda e qualquer violência, a favor da paz nos corações, nas famílias, na sociedade e no mundo".