domingo, 20 de julho de 2008

"Ofereçamos os sacrifícios pela salvação do mundo", pede o Papa

"Ofereçamos os sacrifícios pela salvação do mundo", pede o Papa

Da Redação, com Rádio Vaticano
Reuters
Missa presidida por Bento XVI na Igreja Maria, Auxilio dos Cristãos
Bento XVI iniciou cedo suas atividades neste sábado em Sydney, na Austrália, onde se encontra, desde domingo passado, para a XXIII JMJ.O Papa deixou a residência episcopal de Sidney, às 9 horas locais, e se transferiu à Catedral de "Maria, Auxílio dos Cristãos", padroeira da Austrália, que compreende também a Residência do Cardeal George Pell. Ali, o Pontífice celebrou Missa para os bispos australianos, seminaristas, os noviços e as noviças.
.: Leia a íntegra da Homilia do santo Padre.: Confira a cobertura da JMJ 2008No início da celebração Eucarística foi feita uma saudação ao Papa, por parte do Cardeal-arcebispo de Sidney, George Pell, como também por um seminarista e uma religiosa, em nome de todos os presentes. Em sua homilia, Bento XVI cumprimentou todos, mas, de modo particular, os seminaristas e noviços, que, como os jovens israelitas da leitura de hoje, são um sinal de esperança e de renovação para o povo de Deus; eles, como os jovens israelitas, têm a missão de edificar a casa de Deus para as gerações futuras. O Bispo de Roma recordou os sacerdotes, religiosos e fiéis leigos que contribuíram, segundo a própria função, para a construção da Igreja na Austrália e a difusão do Evangelho, com a conseqüente conversão dos corações, a santidade, unidade e caridade. Durante a celebração Eucarística, o Papa consagrou o novo altar daquela catedral, que, como ele disse, é símbolo de Jesus Cristo, presente no meio da sua Igreja como sacerdote e vítima. Na liturgia da Igreja e, sobretudo, no sacrifício da Missa consumado sobre os altares de todo o mundo, explicou o Papa, Cristo nos convida a partilhar da sua auto-oblação e nos chama a oferecer, em união com Ele, os sacrifícios quotidianos para a salvação do mundo. E, recordando que somos consagrados ao serviço de Deus e para a edificação do seu Reino, afirmou: Em nome da liberdade e da autonomia humanas, o nome de Deus foi silenciado, a religião reduzida a uma devoção pessoal e a fé banida. Tal mentalidade, radicalmente contrária à essência do Evangelho, pode ofuscar a compreensão de Igreja e da sua missão. Também nós podemos ser tentados a reduzir a vida de fé a uma questão de mero sentimento, enfraquecendo assim o seu poder de inspirar uma visão coerente do mundo e um diálogo rigoroso com tantas outras perspectivas, que lutam por conquistar as mentes e os corações dos nossos contemporâneos. Que esta celebração na presença do Sucessor de Pedro, disse o Papa, seja um momento de nova consagração e de renovação para toda a Igreja na Austrália. E, aqui, expressou a vergonha de toda a Igreja pelos abusos sexuais contra menores, cometidos por alguns sacerdotes e religiosos daquela e de outras nações. E acrescentou: Estou realmente sentido pela dor e o sofrimento das vítimas, com as quais, como Pastor, expresso minha solidariedade. Tais agravos, que constituem grave traição da confiança, devem ser condenados de modo inequívoco, pois causaram grande sofrimento e prejudicaram o testemunho da Igreja. Por isso, peço a todos que apóiem, assistam e colaborem com seus bispos para combater este mal. As vítimas devem receber compaixão e tratamento e os responsáveis destes males devem ser levados diante da justiça. Constitui uma urgente prioridade a promoção de um ambiente mais seguro e sadio, especialmente para os jovens.Nestes dias, disse ainda o Santo Padre, caracterizados pela celebração da JMJ, somos chamados a refletir sobre a importância deste tesouro que nos foi confiado: os jovens e a sua educação. Enquanto a Igreja na Austrália continua, no espírito do Evangelho, a enfrentar, com eficácia este sério desafio pastoral, o Pontífice manifestou seu desejo de que este tempo de purificação possa proporcionar zelo, reconciliação e fidelidade às exigências morais do Evangelho.A seguir, o Papa dirigiu uma palavra de encorajamento aos seminaristas e aos noviços e noviças da Austrália, exortando-os a dedicar suas vidas à busca da santidade, ao serviço do seu povo e à edificação da Igreja!Por fim, o Bispo de Roma invocou Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos, para que sustente a Igreja na Austrália na sua fidelidade ao seu Filho. E que a força do Santo Espírito possa consagrar, na verdade, os fiéis daquela terra, produzir abundantes frutos de santidade e de justiça e guiar a humanidade à plenitude da vida.