domingo, 21 de setembro de 2008

Quem trabalha só pelo salário, não dá valor ao Reino de Deus

Quem trabalha só pelo salário, não dá valor ao Reino de Deus

TraduçãoCanção Nova
Caros irmãos e irmãsTalvez vocês recordem, que no dia de minha eleição, me dirigi a multidão na Praça São Pedro, e me veio espontaneamente, me apresentar como um "operário da vinha do Senhor". Pois bem, no Evangelho de hoje (Mt 20,1-6a), Jesus conta a parábola do dono da vinha que em diversas horas do dia chama operários a trabalhar em sua vinha. E no final da tarde dá a todos o mesmo pagamento, um denário, suscitando o protesto daqueles da primeira hora.É claro que aquele denário representa a vida eterna, dom que Deus reserva a todos. Ainda mais, Ele reserva àqueles considerados os "últimos", e se aceitam, se tornam os "primeiros", e os "primeiros" correm os risco de se tornarem últimos. Uma primeira mensagem desta parábola está no fato que o patrão não tolera, podemos dizer, a desocupação: quer que todos estejam empenhados em sua vinha.Na realidade, o ser chamado já é a primeira recompensa: poder trabalhar na vinha do Senhor; colocar-se ao seu serviço, colaborar em sua obra, constitui por si mesmo um prêmio inestimável, que compensa toda a fadiga. Mas isso entende somente quem ama o Senhor e o seu Reino; quem, ao invés, trabalha unicamente pelo salário, não se dará jamais conta deste inestimável tesouro. Quem narra a parábola é São Mateus, apóstolo e evangelista, de quem celebramos hoje a festa litúrgica. Me agrada sublinhar que Mateus em primeira pessoa, viveu esta experiência (Mt 9,9). Ele de fato, antes que Jesus o chamasse, trabalhava como cobrador de impostos, portanto, era considerado um pecador público, excluído da Vinha do Senhor. Mas tudo muda quando Jesus, passando ao lado de sua banca de impostos, o olha e diz: "Segue-me". Mateus se levantou e o seguiu. De publicano tornou-se imediatamente discípulo de Cristo. De último, tornou-se primeiro, graças a lógica de Deus, que, para a nossa sorte, é diferente daquela do mundo. "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, diz o Senhor pela boca do profeta Isaías, os vossos caminhos, não são os meus caminhos" (Is 55,8).Também São Paulo, de quem estamos celebrando um particular ano jubilar, experimentou a alegria de sentir-se chamado pelo Senhor a trabalhar em sua vinha. E quanto ele trabalhou! Mas, como ele mesmo confessa, foi a graça de Deus que operara nele. A graça que, de perseguidor da Igreja, o transformou em apóstolo dos pagãos. Tanto que afirmou:"Para mim viver é Cristo e morrer um ganho". Logo acrescenta: "Mas se viver no corpo significa trabalhar com frutos, não sei de verdade o que devo escolher" (Fil 1,21-22). Paulo compreendeu bem que trabalhar para o Senhor já é nesta terra uma recompensa.A Virgem Maria, que há uma semana tive a alegria de venerar em Lourdes, é um ramo perfeito da vinha do Senhor. Dela germinou o fruto bendito do amor Divino: Jesus nosso Salvador. Que ela nos ajude a responder sempre com alegria ao chamado do Senhor, e a encontrar a nossa felicidade em poder trabalhar pelo Reino dos céus! Oração pelas vítimas dos ciclonesNas últimas semanas os países do Caribe, em particular o Haiti, Cuba, a República Dominicana, e o sul dos Estados Unidos, especialmente o Texas, foram duramente golpeados por violentos ciclones. Gostaria novamente de assegurar, a toda população, as minhas orações. Desejo ainda, que cheguem rápido os socorros às regiões que foram mais danificadas. Queira o Senhor que, pelo menos nestas circunstâncias, solidariedade e fraternidade prevaleça sobre qualquer coisa. Na próxima quinta-feira, 25 de setembro, acontecerá, em Nova York, no âmbito da 63ª Sessão da Assembléia Geral as ONU, um encontro de alto nível pra verificar o comprimento dos objetivos estabelecidos pela Declaração do Milênio, em 08 de setembro de 2000. Em ocasião desta importante reunião, que reunirá os líderes de todo o mundo, gostaria de renovar o meu convite, para que apliquem com coragem as medidas necessária para erradicar a pobreza extrema, a fome, a ignorância e o flagelo das pandemias que machucam os mais vulneráveis. Este empenho, mesmo que exija nestes momentos de dificuldades econômicas mundiais, particulares sacrifícios, não deixará de produzir inúmeros benefícios seja para o desenvolvimento das Nações que têm necessidade de ajuda do exterior, seja para a paz e bem-estar de todo o planeta.