segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Na Quaresma, os cristãos devem assumir a cruz e seguir Cristo

Na Quaresma, os cristãos devem assumir a cruz e seguir Cristo
Rádio Vaticano
Quaresma é o tempo propício para o cristão se comprometer a combater os males do mundo, a lutar espiritualmente contra seus efeitos e causas, começando por Satanás. Significa não descarregar o problema do mal nos outros, na sociedade ou em Deus, mas reconhecer as próprias responsabilidades e assumi-las, conscientemente. É neste sentido que deve ser interpretado o convite de Jesus a pegar a cruz e segui-lo, com humildade e confiança. E este foi o mandato confiado hoje aos fiéis pelo Papa, que explicou, no encontro para a oração do Angelus, o significado da Quaresma, iniciada quarta-feira passada, com o rito das Cinzas. "Por mais que pareça pesada, a cruz não é sinônimo de desventura, de desgraça a ser evitada. É a oportunidade para seguir Jesus e adquirir força para lutar contra o pecado e o mal. Portanto, entrar na Quaresma implica em renovar a decisão pessoal e comunitária de enfrentar o mal, junto a Cristo. Com efeito, o caminho da cruz é o único que conduz à vitória do amor sobre o ódio, do altruísmo sobre o egoísmo, da paz sobre a violência. Vista assim, a Quaresma é uma verdadeira ocasião, forte, de engajamento acético e espiritual, fundado na graça de Cristo" - disse o Pontífice. Ainda falando aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, Bento XVI recordou que este ano o início da Quaresma coincide com os 150 anos das aparições de Lurdes, cujo santuário ele visitará no próximo outono europeu. "Quatro anos depois da proclamação do dogma da Imaculada Conceição por parte do bem-aventurado Pio IX, Maria se manifestou, pela primeira vez, em 11 de fevereiro de 1858, à Santa Bernadette Soubirous, na gruta de Massabielle'. Sucederam-se – recordou o papa – outras aparições, acompanhadas por eventos extraordinários. Por exemplo, falou à jovem vidente, em dialeto, que era a Imaculada Conceição”. - continuou.
Papa Ratzinger evidenciou que a mensagem que Nossa Senhora continua a difundir, em Lurdes, recorda as palavras proferidas por Jesus bem no início de sua missão pública, e que costumamos ouvir, na Quaresma: "Convertam-se e acreditem no Evangelho, rezem e façam penitência".O Papa exortou os fiéis a acolher o convite de Maria e viver o tempo da Quaresma 'com alegria interior e generoso empenho'. E confiou a Virgem os doentes e aqueles que os assistem com amor, recordando que amanhã, dia de Nossa Senhora de Lurdes, celebramos o Dia Mundial do Enfermo. Em seguida, Bento XVI saudou, 'de coração', os peregrinos que se reunirão na basílica de São Pedro, com o cardeal Lozano Barragán, presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde. O Papa não estará presente neste encontro com os fiéis, e explicou o motivo: "Infelizmente, não poderei encontrá-los, porque hoje à tarde, iniciarei os Exercícios Espirituais, mas no silêncio do recolhimento, rezarei por eles e por todas as necessidades da Igreja e do mundo".Ao terminar sua alocução, o Papa fez a sua séria habitual de saudações aos peregrinos, em francês, inglês, alemão, espanhol, polonês e italiano, e concedeu a todos a sua benção.