Quais as razões dos que detestam e dos que vibram?
Dr. Frei Ântonio Moser
Mal acabou o Natal e aí já chegou novamente o carnaval. Para os empresários até que não seria nada mau se todos os anos fosse assim: o carnaval fechando o período de férias, e logo no final de janeiro. Assim ao menos o Brasil voltaria à normalidade mais cedo. De qualquer forma, o carnaval não deixa de ser uma espécie de divisor de águas entre os que o detestam e aqueles que vibram com ele. Por isto mesmo, talvez seja interessante fazer uma espécie de elenco das razões dos que detestam e das razões dos que vibram. Quem detesta o carnaval pode ter chegado a este sentimento por razões várias. Para alguns, o problema é justamente aquele assinalado acima: antes do carnaval nada acontece de importante no país. Para outros o problema é o barulho. Um barulho nada negligenciável quando se levam em consideração tanto o período de preparativos, quanto os próprios dias de carnaval. Outros encontram na dificuldade de transportes motivos para sentirem-se importunados: tudo emperra, ao menos nos conhecidos polos carnavalescos. Mas há também aqueles que se sentem importunados por razões morais. Pouca roupa, pouca luz, muita bebida.Cria-se um clima propício para todo tipo de desregramento. Em outros termos, essas pessoas praticamente identificam carnaval com pecado. E por isto mesmo, preferem fazer retiros, e cultos de reparação pelos numerosos pecados. Quem ama o carnaval também tem suas razões. A primeira delas é que ninguém é de ferro. Afinal, no paraíso ninguém precisa trabalhar. E dependendo do ângulo a partir do qual olhamos o Brasil, aqui há também verdadeiros paraísos ... não só fiscais ... Isto sem falar nos feriados que, no ano de 2007 passaram dos 20. Se somarmos o justo período de férias, e claro os finais de semana, perceberemos logo que ao menos nisto nos encontramos em sintonia com o Primeiro Mundo: dos 365 dias do ano, trabalham-se apenas 220. Que maravilha.Mas mesmo assim, não há dúvida de que o Carnaval cria um certo clima de fantasia, sem o qual até os feriados e finais de semana podem ficar chatos. O clima carnavalesco, porém, não é diferente apenas pelas máscaras: ele é diferente, justamente porque nestas ocasiões muita gente tira as máscaras. Ou seja: há um quê de autenticidade que vai transparecendo. Como também há um quê de superação da agressividade, na medida em que as competições são levadas adiante na esportiva e que cada escola ou bloco só tem oportunidade de chamar a atenção na medida em que desenvolverem um trabalho em conjunto. Enfim, o Carnaval está aí, convém preparar-se para ele, fazendo uma espécie de tirocínio para, através da nossa postura em relação ao carnaval, descobrirmos quais são os valores que comandam nossa vida.
Dr. Frei Ântonio Moser
Mal acabou o Natal e aí já chegou novamente o carnaval. Para os empresários até que não seria nada mau se todos os anos fosse assim: o carnaval fechando o período de férias, e logo no final de janeiro. Assim ao menos o Brasil voltaria à normalidade mais cedo. De qualquer forma, o carnaval não deixa de ser uma espécie de divisor de águas entre os que o detestam e aqueles que vibram com ele. Por isto mesmo, talvez seja interessante fazer uma espécie de elenco das razões dos que detestam e das razões dos que vibram. Quem detesta o carnaval pode ter chegado a este sentimento por razões várias. Para alguns, o problema é justamente aquele assinalado acima: antes do carnaval nada acontece de importante no país. Para outros o problema é o barulho. Um barulho nada negligenciável quando se levam em consideração tanto o período de preparativos, quanto os próprios dias de carnaval. Outros encontram na dificuldade de transportes motivos para sentirem-se importunados: tudo emperra, ao menos nos conhecidos polos carnavalescos. Mas há também aqueles que se sentem importunados por razões morais. Pouca roupa, pouca luz, muita bebida.Cria-se um clima propício para todo tipo de desregramento. Em outros termos, essas pessoas praticamente identificam carnaval com pecado. E por isto mesmo, preferem fazer retiros, e cultos de reparação pelos numerosos pecados. Quem ama o carnaval também tem suas razões. A primeira delas é que ninguém é de ferro. Afinal, no paraíso ninguém precisa trabalhar. E dependendo do ângulo a partir do qual olhamos o Brasil, aqui há também verdadeiros paraísos ... não só fiscais ... Isto sem falar nos feriados que, no ano de 2007 passaram dos 20. Se somarmos o justo período de férias, e claro os finais de semana, perceberemos logo que ao menos nisto nos encontramos em sintonia com o Primeiro Mundo: dos 365 dias do ano, trabalham-se apenas 220. Que maravilha.Mas mesmo assim, não há dúvida de que o Carnaval cria um certo clima de fantasia, sem o qual até os feriados e finais de semana podem ficar chatos. O clima carnavalesco, porém, não é diferente apenas pelas máscaras: ele é diferente, justamente porque nestas ocasiões muita gente tira as máscaras. Ou seja: há um quê de autenticidade que vai transparecendo. Como também há um quê de superação da agressividade, na medida em que as competições são levadas adiante na esportiva e que cada escola ou bloco só tem oportunidade de chamar a atenção na medida em que desenvolverem um trabalho em conjunto. Enfim, o Carnaval está aí, convém preparar-se para ele, fazendo uma espécie de tirocínio para, através da nossa postura em relação ao carnaval, descobrirmos quais são os valores que comandam nossa vida.