segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Quais as razões dos que detestam e dos que vibram?

Quais as razões dos que detestam e dos que vibram?
Dr. Frei Ântonio Moser
Mal acabou o Natal e aí já chegou novamente o carnaval. Para os empresários até que não seria nada mau se todos os anos fosse assim: o carnaval fechando o período de férias, e logo no final de janeiro. Assim ao menos o Brasil voltaria à normalidade mais cedo. De qualquer forma, o carnaval não deixa de ser uma espécie de divisor de águas entre os que o detestam e aqueles que vibram com ele. Por isto mesmo, talvez seja interessante fazer uma espécie de elenco das razões dos que detestam e das razões dos que vibram. Quem detesta o carnaval pode ter chegado a este sentimento por razões várias. Para alguns, o problema é justamente aquele assinalado acima: antes do carnaval nada acontece de importante no país. Para outros o problema é o barulho. Um barulho nada negligenciável quando se levam em consideração tanto o período de preparativos, quanto os próprios dias de carnaval. Outros encontram na dificuldade de transportes motivos para sentirem-se importunados: tudo emperra, ao menos nos conhecidos polos carnavalescos. Mas há também aqueles que se sentem importunados por razões morais. Pouca roupa, pouca luz, muita bebida.Cria-se um clima propício para todo tipo de desregramento. Em outros termos, essas pessoas praticamente identificam carnaval com pecado. E por isto mesmo, preferem fazer retiros, e cultos de reparação pelos numerosos pecados. Quem ama o carnaval também tem suas razões. A primeira delas é que ninguém é de ferro. Afinal, no paraíso ninguém precisa trabalhar. E dependendo do ângulo a partir do qual olhamos o Brasil, aqui há também verdadeiros paraísos ... não só fiscais ... Isto sem falar nos feriados que, no ano de 2007 passaram dos 20. Se somarmos o justo período de férias, e claro os finais de semana, perceberemos logo que ao menos nisto nos encontramos em sintonia com o Primeiro Mundo: dos 365 dias do ano, trabalham-se apenas 220. Que maravilha.Mas mesmo assim, não há dúvida de que o Carnaval cria um certo clima de fantasia, sem o qual até os feriados e finais de semana podem ficar chatos. O clima carnavalesco, porém, não é diferente apenas pelas máscaras: ele é diferente, justamente porque nestas ocasiões muita gente tira as máscaras. Ou seja: há um quê de autenticidade que vai transparecendo. Como também há um quê de superação da agressividade, na medida em que as competições são levadas adiante na esportiva e que cada escola ou bloco só tem oportunidade de chamar a atenção na medida em que desenvolverem um trabalho em conjunto. Enfim, o Carnaval está aí, convém preparar-se para ele, fazendo uma espécie de tirocínio para, através da nossa postura em relação ao carnaval, descobrirmos quais são os valores que comandam nossa vida.