segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Papa pede reconciliação no Líbano

Papa pede reconciliação no Líbano
Agência Ecclesia
Bento XVI manifestou este Domingo a sua preocupação com o persistente clima de tensão no Líbano, um país que desde há quase três meses não consegue eleger o chefe de Estado. “Os esforços no sentido de superar a crise, e o apoio oferecido por numerosos representantes de relevo da comunidade internacional, embora não tenham atingido um resultado, mostram a intenção de encontrar um Presidente que seja tal para todos os libaneses e assim lançar as bases para superar as divisões existentes”, apontou, após a recitação do Angelus.O Líbano está mergulhado numa grave crise política e de segurança associada à partilha de poder entre a maioria e a oposição, considerada a mais grave desde o fim da guerra civil (1975-1990). O país está sem chefe de Estado desde 24 de Novembro de 2007.O Papa disse aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro que “não faltam também motivos de preocupação, sobretudo por causa de uma insólita violência verbal ou até mesmo daqueles que colocam a sua confiança na força das armas e na eliminação física dos adversários”.“Juntamente com o Patriarca maronita e todos os Bispos libaneses, peço-vos para vos unirdes à minha súplica a Nossa Senhora do Líbano, para que encoraje os cidadãos daquela querida nação, e em particular os políticos, a trabalharem com tenacidade a favor da reconciliação, de um diálogo verdadeiramente sincero, da convivência pacifica e do bem de uma pátria profundamente sentida como comum”, disse.Antes, no início do Angelus, o Papa afirmou que “é necessário passar através de muitas tribulações para chegar ao Reino de Deus”.No regresso aos compromissos oficiais, após uma semana de “exercícios espirituais”, Bento XVI quis lembrar os fiéis de todo o mundo que “para entrar na vida eterna é necessário escutar Jesus, segui-lo no caminho da Cruz, levando no coração, como Ele, a esperança na ressurreição”.Na sua reflexão, o Papa ligou dois episódios do Evangelho: a tentação de Jesus no deserto e a transfiguração que a liturgia da Palavra deste II Domingo da Quaresma nos propõe hoje.“A luta de Jesus com o tentador, é o prelúdio do grande duelo final da Paixão, enquanto a luz do seu Corpo transfigurado antecipa a glória da Ressurreição, e a transfiguração é antecipação da ressurreição, mas esta pressupõe a morte. Jesus manifesta aos Apóstolos a sua glória, para que tenham a força de enfrentar o escândalo da cruz”, referiu.Da janela dos seus aposentos no Palácio Apostólico Bento XVI quis agradecer a todos aqueles que rezaram por ele e pelos seus colaboradores durante os exercícios espirituais desta semana: “Que Deus os recompense por esta generosidade”.No final deste encontro, o Papa deixou “um pensamento especial para os familiares das pessoas desaparecidas a 4 de Janeiro na Venezuela, assegurando a minha oração”.